Após defesa anular o julgamento, acusados pelo crime voltam ao júri na terça-feira (3). Clodoaldo Pantoja Brito foi executado com 19 tiros, em junho de 2012.
Por Jorge Abreu, G1 AP, Macapá
02/10/2017 17h58
Ato ficou concentrado em frente ao Iapen, em Macapá (Foto: Roberto Magave/Arquivo Pessoal) |
Um grupo de agentes penitenciários se reuniu nesta segunda-feira (2) para lembrar da morte do ex-chefe de plantões Clodoaldo Pantoja Brito, executado com cerca de 19 tiros em junho de 2012, em Macapá. O ato que ficou concentrado em frente ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) pediu também a condenação dos três acusados pelo crime.
De acordo com o agente penitenciário Roberto Magave, a defesa dos envolvidos no homicídio conseguiu a anulação do julgamento realizado em 2015, no qual resultou, somando os três processos, em 45 anos de prisão. Para ele, a sociedade deve lembrar do caso para não ficar impune.
“Nós reunimos e fizemos um movimento de conscientização e mobilização a respeito do assassinato do agente Clodoaldo, que ocorreu em junho de 2012. Ele foi executado com 19 disparos no exercício da função”, enfatizou o companheiro de trabalho.
Agente penitenciário foi morto aos 40 anos (Foto: Reprodução/Rede Amazônica) |
Ainda segundo Magave, a morte do colega desencadeou várias operações policiais dentro e fora do Iapen de combate ao tráfico de drogas. O trio envolvido teria forte influência na comercialização de entorpecentes no estado.
“O que nós queremos é que a justiça seja feita. Que os criminosos paguem pelo crime. Não foi apenas um servidor que veio a óbito, e sim uma afronta ao estado. Isso não pode ficar impune”, disse.
Caso
Conforme o inquérito da Polícia Civil e Ministério Público, o agente penitenciário foi morto porque costumava agir com rigidez durante as vistorias que realizava nas celas no Iapen. Clodoaldo Pantoja, de 40 anos, ocupava o cargo de chefe de plantões à época do assassinato e comandava uma equipe composta por 60 servidores.
As investigações apontam que o trabalho realizado pela vítima dificultava um esquema de tráfico de drogas e armas, além de outros crimes que ocorriam dentro do presídio. O homicídio ocorreu em um ramal no bairro Ilha Mirim, Zona Norte de Macapá.
Crime ocorreu em 2012 em ramal na Zona Norte (Foto: Reprodução/Rede Amazônica) |
Em 2015, três dos quatro envolvidos apontados pela investigação foram a júri que durou dois dias. O trio já cumpria pena no Iapen por outros crimes, incluindo tráfico de drogas e homicídios. Entre eles Wagner João “Melônio” de Oliveira, detido há cerca de quatro anos na penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná.
A pena de Melônio foi de 16 anos e 4 meses de prisão em regime fechado. O mesmo tempo de sentença foi aplicado a Luís Carlos Teixeira, preso na penitenciária de Americana, no Pará. O terceiro condenado foi Wesley Alves da Silva com 12 anos e 6 meses, detido no Iapen.
Fonte: G1