Quadrilha presa por fraude em concurso no Ceará era liderada por um guarda municipal e policiais
Os 22 presos suspeitos de fraude foram liberados após pagamento de fiança. Eles se preparavam para cometer crimes semelhantes no concurso do Detran.
Por G1 CE02/10/2017 18h47
Durante o concurso para agente penitenciário, três homens foram presos e apontados como gerenciadores do grupo ( Foto: Helene Santos ) |
Conforme os agentes de segurança, as 22 pessoas envolvidas no crime foram detidas e por isso o concurso não será cancelado. Os agentes públicos seguem presos, e algumas das 16 pessoas que pagaram pela fraude foram liberadas após pagar fiança.
“Aqueles que conseguiram pagar a fiança foram soltos e responderão ao processo em liberdade, mas alguns, especialmente os agentes públicos, permanecem presos”, afirmou o titular da SSPS, André Costa.
Conforme a SSPDS, seis membros da quadrilha – que incluía um guarda municipal e dois policiais – realizavam a prova, deixavam o local de prova uma hora antes do prazo de término do exame e passavam as respostas a outras 16 pessoas por meio de um ponto eletrônico.
"O guarda municipal era o piloto e foi efetivamente fazer a prova e repassou o gabarito depois para os passadores”, afirmou o secretário André Costa.
Conforme a secretaria, o ponto tinha o tamanho de um cabeça de palito de fósforo e foi retirada em uma unidade média. Nos locais de prova foram apreendidos, além dos pontos, celulares e chips, que estavam escondidos em lixeiras e em vasos sanitários.
A operação, intitulada "Boa Fé", se iniciou há cerca de um mês através da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas organizadas (Draco) ( Foto: Helene Santos ) |
Com o grupo também foram apreendidas armas de fogo e munição. A SSPDS afirmou que um dos policiais militares preso já tinha histórico criminoso, mas não detalhou quais os delitos ele havia cometido "para não atrapalhar as investigações".
10 vezes o salário do aprovado
Ainda conforme os agentes que investigam o caso, os candidatos que passavam as respostas da prova buscavam interessados nos concursos. Eles cobravam pela fraude 10 vezes o salário que o candidato aprovado receberia por mês; no caso do concurso para agente penitenciário, que tem salário de R$ 3,7 mil, os criminosos cobravam R$ 37 mil.
As 16 pessoas que pagaram pela fraude e foram eliminadas do concurso eram do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia e São Paulo.
Ainda conforme a SSPDS, o grupo criminoso já se preparava para cometer fraudes semelhantes no concurso do Detran, cujo edital já foi divulgado pelo Governo do Estado do Ceará.
Fonte: G1