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02 outubro 2017

GRUPO PRESO EM CONCURSO PARA AGENTE PENITENCIÁRIO NO CEARÁ JÁ PLANEJAVA FRAUDE EM PROVAS DO DETRAN

Quadrilha presa por fraude em concurso no Ceará era liderada por um guarda municipal e policiais

Os 22 presos suspeitos de fraude foram liberados após pagamento de fiança. Eles se preparavam para cometer crimes semelhantes no concurso do Detran.

Por G1 CE
02/10/2017 18h47 



Durante o concurso para agente penitenciário, três homens foram presos e apontados como gerenciadores do grupo
( Foto: Helene Santos )


A quadrilha presa por suspeita de fraude no concurso público para agente penitenciário era liderada por um guarda municipal de Fortaleza e dois policiais militares do Ceará, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (2) pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS). A prova do concurso foi realizado neste domingo (1º) e contou com 61 mil candidatos.

Conforme os agentes de segurança, as 22 pessoas envolvidas no crime foram detidas e por isso o concurso não será cancelado. Os agentes públicos seguem presos, e algumas das 16 pessoas que pagaram pela fraude foram liberadas após pagar fiança.

 “Aqueles que conseguiram pagar a fiança foram soltos e responderão ao processo em liberdade, mas alguns, especialmente os agentes públicos, permanecem presos”, afirmou o titular da SSPS, André Costa.

Conforme a SSPDS, seis membros da quadrilha – que incluía um guarda municipal e dois policiais – realizavam a prova, deixavam o local de prova uma hora antes do prazo de término do exame e passavam as respostas a outras 16 pessoas por meio de um ponto eletrônico.

"O guarda municipal era o piloto e foi efetivamente fazer a prova e repassou o gabarito depois para os passadores”, afirmou o secretário André Costa.

Conforme a secretaria, o ponto tinha o tamanho de um cabeça de palito de fósforo e foi retirada em uma unidade média. Nos locais de prova foram apreendidos, além dos pontos, celulares e chips, que estavam escondidos em lixeiras e em vasos sanitários.

A operação, intitulada "Boa Fé", se iniciou há cerca de um mês através da Delegacia de Repressão às Ações
 Criminosas organizadas (Draco) ( Foto: Helene Santos )


Com o grupo também foram apreendidas armas de fogo e munição. A SSPDS afirmou que um dos policiais militares preso já tinha histórico criminoso, mas não detalhou quais os delitos ele havia cometido "para não atrapalhar as investigações".

10 vezes o salário do aprovado

Ainda conforme os agentes que investigam o caso, os candidatos que passavam as respostas da prova buscavam interessados nos concursos. Eles cobravam pela fraude 10 vezes o salário que o candidato aprovado receberia por mês; no caso do concurso para agente penitenciário, que tem salário de R$ 3,7 mil, os criminosos cobravam R$ 37 mil.

As 16 pessoas que pagaram pela fraude e foram eliminadas do concurso eram do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia e São Paulo.

Ainda conforme a SSPDS, o grupo criminoso já se preparava para cometer fraudes semelhantes no concurso do Detran, cujo edital já foi divulgado pelo Governo do Estado do Ceará.



Fonte: G1