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13 dezembro 2024

Presos fazem revista e aplicam punições em penitenciária de Salvador/BA

Presos são recrutados para exercer as funções de segurança e vigilância em parceria com policiais penais e punem outros presidiários na Penitenciária Lemos Brito, em Salvador.

Flávio VM Costa

Colunista do UOL

13/12/2024 

Complexo penitenciário da Mata Escura e a Penitenciária Lemos Brito em primeiro plano - Imagem:  Reprodução/TV Bahia)
A informação consta no relatório produzido por peritos do MNPCT (Mecanismo Nacional de Combate à Tortura), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos. Eles trabalharam em parceria com colegas do Emler, órgão da ONU voltado para promoção da justiça racial e da igualdade na aplicação da lei.

O Emler foi criado logo após o assassinato de George Floyd por policiais nos Estados Unidos. O crime ocorreu em maio de 2020.

A revista feita por presos na Penitenciaria Lemos Brito é um "flagrante desrespeito à lei e um risco à segurança da unidade e dos envolvidos na situação", afirma os peritos.

A íntegra do relatório pode ser lida aqui.

Penitenciária circular Lemos Brito lembra mais um coliseu romano

Superlotação e estrutura precária

A inspeção foi realizada em novembro do ano passado e divulgada hoje.

O relatório aponta uma série de outras irregularidades na unidade prisional. Entre elas.

*A penitenciária encontra-se em estado de superlotação. São e 1.334 pessoas encarcerada em um lugar em que deveriam estar, no máximo, 771 pessoas;

*A estrutura da unidade prisional necessita de reformas urgentes. Além da precariedade estrutural, os ambientes encontravam-se em condições insalubres e em péssimas condições de higiene, com ausência de iluminação natural e ventilação cruzada;

*Celas projetadas para quatro camas estavam ocupadas por até dez pessoas, configurando um tratamento degradante; os colchões estão rasgados e mofados;

*Presos passam por jejum forçado de 16 horas e alimentação fornecida foi considerada inadequada e há relatos de fornecimento de comida estragada;

*Familiares de presos são submetidos à revista vexatória e são alvos de xingamentos proferidos por funcionários da prisão;

*Presos relataram aos peritos que passaram mais de 20 dias nas celas de "castigo", sem saber quando vão sair.

*O número de policiais penais está abaixo da necessidade da unidade prisional;

Existe um campo de futebol no centro da Penitenciária Lemos de Brito

Recomendações dos peritos

Os peritos fizeram um total de 55 recomendações a diversos órgãos públicos da Bahia, entre eles o governo estadual, o Tribunal de Justiça. a Defensoria Pública.

Para a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização, os peritos recomendaram um total de 21 medidas, entre elas:

*Dedetizações regulares e extinção de focos de animais vetores de doenças como mosquitos, baratas e ratos;

*Trocas das vasilhas de plástico por vasilhas descartáveis ao fornecer a comida aos presos;

*Proibição da prática de presos participarem junto com a polícia penal de procedimentos de revista e vigilância;

*Reforma da estrutura da unidade prisional.

A coluna pediu um pronunciamento do titular da Seap, José Castro. Se houver uma resposta, esse texto será atualizado.

Fonte: UOL

5 comentários:

  1. Esses baianos evoluíram no quesito atuação dos presos de confiança. São uns gênios. Como não pensei nisso antes??? Estão de parabéns. Inovação e eficácia.
    Concurso pra quê? Já que em SP não tem guarda pra nada, vamos por presos pra fazer tudo. Boa... detento técnico III, detento de núcleo de segurança, detento de núcleo de portaria.... excelente 👏👏👏👏

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  2. Acho que é por isso que tem aquele ditado que o baiano quer que o mundo acabe em barranco pra ele morrer encostado... Estes aí da matéria devem ser tudo ZÉVEPÊ KKKK

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