Defensores públicos são barrados em vistoria no Centro de Detenção de Mauá/SP

OUTRO LADO: Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) diz que irá apurar o episódio.

Mônica Bergamo

16.jan.2023

Portaria do Centro de Detenção Provisória de Mauá (SP) - Local onde ocorreu os fatos

Defensores públicos de São Paulo foram barrados na porta do Centro de Detenção Provisória de Mauá, na região do ABC paulista, ao tentarem monitorar a realização do dia de visitas na unidade. O episódio ocorreu no último sábado (14).

ACESSO NEGADO

A iniciativa tinha como objetivo acompanhar a fila, o recebimento dos visitantes e o procedimento de revista. Nos últimos anos, o Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria de São Paulo recebeu diversas denúncias de episódios envolvendo xingamentos, racismo e revistas vexatórias, vedadas por lei, feitas em familiares de pessoas presas.

ACESSO NEGADO 2

Rotineiramente, defensores paulistas já fazem vistorias em unidades prisionais sem aviso prévio para verificar as condições reais do local. Embora o monitoramento em dia de visita seja um procedimento novo, ainda em estudo pelo órgão, o veto à entrada surpreendeu servidores.

CDP de Mauá tem a seguinte população prisional na data de 16/janeiro: Capacidade:
630 detentos - População Carcerária: 981 detentos - Fonte/SAP

A VER

Procurada pela coluna, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo diz que irá abrir uma apuração para verificar os fatos ocorridos durante inspeção da Defensoria Pública.

FALA...

Em julho do ano passado, uma audiência promovida pelo órgão de defesa com dezenas de pessoas reuniu as principais reclamações feitas por familiares de pessoas presas. A partir do encontro, surgiu a ideia de estender as vistorias realizadas em dias de semana para os finais de semana, a fim de contemplar o período de visitas.

... QUE EU TE ESCUTO

A ida a Mauá na semana passada seria a primeira experiência, que serviria como uma espécie de projeto piloto para uma proposta mais estruturada a ser adotada pela Defensoria. Ao chegarem no local, no entanto, os defensores foram informados de que o diretor do centro não estava presente, e que a entrada não seria permitida.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo