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11 maio 2024

Fernando Sastre que causou acidente com morte é transferido para PII de Tremembé/SP

Empresário deu entrada à unidade prisional no interior de São Paulo na madrugada deste sábado. Defesa de Fernando Sastre diz que ele corria riscos se ficasse em penitenciária comum. Ele matou homem e feriu amigo em acidente.

Por Carlos Santos, g1 Vale do Paraíba e região

11/05/2024 

Motorista de Porsche é transferido para P2 de Tremembé, no interior de São Paulo - Imagem: Juliana Sever/TV Vanguarda
O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho foi transferido na madrugada deste sábado (11) para Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. O local é conhecido por abrigar presos em casos de grande repercussão, como o ex-jogador Robinho.

O g1 apurou que Fernando, motorista do Porsche acusado de provocar um acidente que matou um homem e feriu seu amigo a mais de 100 Km/h, deu entrada na penitenciária do interior de São Paulo às 0h45. A informação foi confirmada pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Em procedimento padrão da unidade prisional, Fernando ficará isolado dos outros presos. Ele já foi colocado sozinho em uma cela de cerca de oito metros quadrados, onde passará o período de inclusão. Somente depois de dez dias deve ter contato com os outros detentos da unidade.

A transferência de Sastre, que estava no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos 2 desde terça-feira, na Grande São Paulo, já havia sido autorizada durante a semana pela Justiça.

Na terça-feira (7) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o habeas corpus para Fernando feito pela defesa dele. Mas, apesar de ter negado o pedido de liberdade para o empresário, concordou que ele vá para um presídio mais seguro.

Fernando Sastre em entrevista ao Fantástico (à esquerda) e depois na prisão em Guarulhos (à direita) - Imagem: Reprodução
No caso, os advogados do motorista sugeriram a Penitenciária 2 (P2) de Tremembé. Segundo o advogado Elizeu Soares de Camargo Neto, seu cliente já recebeu "ameaças" externas durante a investigação policial.

O g1 acionou a defesa de Fernando Sastre de Andrade Filho, que apontou que a transferência é apenas o cumprimento da determinação do Superior Tribunal de Justiça, que acolheu pleito dos advogados que representam o empresário.

No CDP De Guarulhos, Fernando foi fotografado e fichado (veja foto acima no começo da reportagem). Ele disse ter o nível superior incompleto, ter união estável e ser espírita.

O empresário havia sido preso na segunda-feira (6) ao se entregar à polícia após a decretação da prisão dele pela Justiça. Antes ficou três dias foragido sendo procurado.

Ele é réu no processo no qual é acusado pelos crimes de homicídio por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana) e lesão corporal gravíssima (feriu o amigo Marcus Vinicius Machado Rocha).

Fonte: G1

02 criminosos morrem após tentativa de invasão ao CPP e tiroteio com Policiais Penais e PM em Mongaguá/SP

Dois criminosos, ainda não identificados, morreram após entrar em confronto com policiais penais e policiais militares, no bairro Balneário Cavalo Marinho, em Mongaguá, Litoral de São Paulo, na noite desta sexta-feira (10). 

Por: ATribuna.com.br 

11/05/24 - 13:00

Criminosos iriam deixar ilícitos e arma de fogo com os presos da Unidade Prisional, e também portavam 02 armas de fogo
A ocorrência aconteceu após uma troca de tiros no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) "Dr Rubens Aleixo Sendin" de Mongaguá, onde um deles foi ferido em troca de tiros com políciais penais da Unidade Prisional, mas que, mesmo ferido conseguiu alcançar a fuga com seu parceiro.

Conforme apurado por A Tribuna, os PMs estavam em patrulhamento pela região quando foram acionados para atender uma ocorrência no CPP, onde polciais penais lotados na Unidade Prisional  e alguns homens desconhecidos trocavam tiros. Esses suspeitos teriam tentado jogar objetos para dentro da unidade prisional.

Três equipes da polícia foram até o local, e em contato com os policiais penais, foram informados que dois suspeitos se aproximaram pela mata e tentaram arremessar mochilas. A troca de tiros teria se iniciado no momento em que eles foram flagrados.

Homens tentaram arremessar mochilas para dentro do CPP de Mongaguá - Imagem: Divulgação
Posteriormente, os homens fugiram pela mata. As equipes, então, iniciaram as buscas pelos fugitivos. Durante o percurso, os agentes escutaram disparos e retornaram para via pública.

Em seguida, pedestres teriam informado à PM que um dos suspeitos estaria ferido e escondido dentro de um bar localizado na Rua Atum. Os agentes foram até o local indicado e, após clientes serem retirados, fizeram uma vistoria no estabelecimento. Foi quando a polícia localizou um banheiro com a porta trancada. Ao abrirem a porta, a equipe se deparou com um dos suspeitos agachado e segurando um revólver. Neste momento, ele teria disparado contra os agentes, que revidaram.

Após perceberem que conseguiram conter o primeiro envolvido, um policial se aproximou do homem que estava caído no chão, a fim de desarmá-lo. Na sequência, a equipe avistou o segundo suspeito atrás da porta do banheiro. Ele estava em pé e também segurava uma arma. A fim de evitar que fossem alvejados, os agentes atiraram contra ele.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte dos dois homens no local.

O CPP de Mongaguá tem capacidade para 1.640 reeducandos, mas tem sob a sua custódia
2.089 presos progedidos do regime fechado, para o semiaberto 

SSP

Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), com os suspeitos, foram apreendidos 41 celulares, 50 carregadores, 28 chips de telefone, 49 carregadores de celular e dois revólveres calibre 38 e calibre 32. As armas dos policiais e dos policiais penais também foram apreendidas.

A autoridade policial solicitou exames periciais ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituo Médico Legal (IML) e o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, resistência, localização/apreensão de objetos e tentativa de entrada ilegal de aparelho móvel de comunicação em estabelecimento prisional na Delegacia Sede de Mongaguá.

SAP

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou, por sua vez, que policiais penais impediram que dois homens tentassem entrar no CPP. A pasta ainda informa que os homens foram vistos em cima do muro do entorno, pulando em seguida para o interior da unidade, em direção aos alambrados desegurança. Imediatamente, os policiais penais se deslocaram até o local, onde foram recebidos com disparos de arma de fogo. Os agentes revidaram. Os invasores, acuados, conseguiram pular o muro para o lado externo da unidade e se embrenharam na mata.

A Polícia Militar foi acionada e localizou os dois em um bar, um deles com um ferimento na perna. Houve troca de tiros durante a abordagem. Os dois homens foram atingidos e não resistiram aos ferimentos.

Fonte: A TRIBUNA

09 maio 2024

Motorista do Porsche é fichado no sistema prisional e fica em ala 'segura' no CDP II de Guarulhos/SP

Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, condutor do Porsche envolvido no acidente de trânsito que matou o motorista de aplicativo Ornaldo dos Santos Viana, em 31 de março, na avenida Salim Farah Maluf, Tatuapé, zona leste, recebeu matrícula no sistema prisional paulista.

Josmar Jozino

Colunista do UOL

09/05/2024

Foto do prontuário de Fernando Sastre, motorista de Porsche envolvido em
acidente com morte na zona leste de São Paulo - Imagem: Reprodução
Ele foi fichado sob número 1.370.592-6. A reportagem teve acesso ao prontuário criminal de Sastre Filho, preso em uma cela no CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos, na Grande São Paulo.

O setor onde Sastre Filho está recolhido é uma ala chamada de "seguro". Esse pavilhão também é destinado a advogados presos, policiais ou ex-policiais, agentes e ex-agentes penitenciários, detentos ameaçados de morte e autores de crimes de repercussão, como é o caso dele.

Se dependesse da defesa do motorista do Porsche, ele ficaria detido na Penitenciária 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba. O presídio é destinado para quem têm curso superior, agentes e ex-agentes públicos e também, para autores de crimes de muita repercussão.

A foto de Sastre Filho indica que ele não teve os cabelos cortados, uma medida que é de praxe quando o preso dá entrada na unidade prisional. No documento, consta que Sastre Filho tem curso superior incompleto, é heterossexual, espírita e comerciante.

Centro de Detenção Provisória de Guarulhos segundo a SAP está com população prisional
de 539 detentos, menor que sua capacidade de 553 presos
Outro lado: a coluna ligou para o escritório da defesa de Sastre Filho e aguarda um posicionamento.

1,3 milhão passou por presídios

O número de matrícula de Sastre Filho mostra que mais de 1,3 milhão de pessoas já passou pelos presídios paulistas nos últimos 30 anos. Presos antigos, considerados perigosos e ligados ao crime organizado têm matrícula na casa dos 40 mil.

Foi a partir de 1993 que a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) oficializou o programa de registro de matrículas de presos no estado de São Paulo. Antes disso, o preso que dava entrada no sistema prisional paulista também recebia um número na estatística.

É o caso do presidiário Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi preso pela primeira vez em 1986 e ficou com a matrícula de número 45.465 no sistema carcerário.

Lourinaldo Gomes Flor, ou o "Velho Lori", é um dos integrantes mais antigos
do PCC e um dos mais “respeitados” pela cúpula da maior facção criminosa do Brasil. 
Lorinaldo Gomes Flor, 68, o Velho Lori, comparsa de Marcola e também apontado como integrante do PCC, tem matrícula mais antiga ainda. A dele é a de número 38.824. Os dois prisioneiros, entretanto, foram presos pela primeira vez nos anos 1980.

Sastre Filho teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e é acusado pelos crimes de lesão corporal gravíssima e homicídio doloso qualificado. Na madrugada de 31 de março, ele chegou a atingir 156 km/h antes de bater contra o Renault Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo Silva Viana, 52, que morreu no local.

Fonte: UOL

Contra servidores públicos

Quinquênio mostra como o custo magistocracia turbina o custo Brasil, aumenta a disparidade de salários da magistratura transformando-os em uma elite do serviço público, que eles acreditam não fazerem parte.

Conrado Hübner Mendes*

9.mai.2024 

Desembargadores do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em foto conjunta no Palácio da
Justiça, no centro da capital paulista - Divulgação/Comunicação Social TJ-SP
Bom magistocrata opera em silêncio. Atua na política juris-clientelista à maneira do centrão. Barganha a portas fechadas. Evita a armadilha de argumentar em público na defesa de privilégios. Argumentos, afinal, supõem referência plausível ao bem comum, alguma aparência republicana. Precisa ser crível à inteligência média. Desmandos não costumam passar no teste, mesmo que se imponham pela força.

O manifesto da dignidade magistocrática, divulgado semana passada, foi desabafo do bom magistocrata. Deixou escapar revelação de profunda sinceridade: "não somos servidores públicos".

Para quem não entendeu a síntese do ethos magistocrático, três juízes deram exemplos nos últimos dias. Quando juiz desobedece a cartilha do silêncio e tenta argumentar, um grande evento pedagógico acontece. E nos ilumina.

Torres Garcia, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, vê a perspectiva de ressuscitar o quinquênio a juízes "com grande satisfação". Explicou ao jornal O Globo: "Não podemos comparar salário de magistrado com salário de trabalhador desqualificado. A magistratura está aberta a todos, basta prestar concurso e ser aprovado."

De arquitetura imponente e inspirada nos grandes palácios da Justiça da Europa, o Palácio da Justiça
de São Paulo é marco arquitetônico do Estado, símbolo da solidez e tradição da Justiça paulista - Imagem/TJSP
O desembargador enxerga a fibra moral do juiz bandeirante: "A responsabilidade de um magistrado é decidir sobre a vida, a liberdade, o patrimônio de uma pessoa. É uma garantia para a sociedade o magistrado bem remunerado. O magistrado mal remunerado poderá estar sujeito a corrupção."

Ou seja, não fosse bem remunerado, seria corrupto. Não recebesse já o mais alto salário do Estado e não forjasse verbas indenizatórias para fraudar o teto constitucional, a magistratura agora precisa de aumento quinquenal. Como se, em virtude dessa fraude, a corrupção institucional já não se incrustasse na folha de pagamento. Como se a ilegalidade não fosse vertida em legalidade apenas por quem dela se beneficia.

Como se a magistratura estivesse aberta a todos, exceto os desqualificados. Como se todo juiz bandeirante fosse um hiper-qualificado que sacrificou chance de ser advogado milionário em prol de missão cívica. O quinquênio não tornaria ninguém milionário, mas, só entre 2017 e 2024, Torres Garcia teve rendimentos líquidos de R$ 4.479.250 (segundo Bruno Carazza, autor de "O País dos Privilégios"). Multimilionário, talvez.

Presidente  – Desembargador Fernando Antonio Torres Garcia (biênio 2024/2025) - Imagem: TJSP
Um magistocrata olha sua conta bancária e se compara com uma minúscula elite da advocacia empresarial. E omite o raciocínio orçamentário. O Judiciário brasileiro custa R$ 160 bilhões por ano, 1,6% do PIB (países ricos gastam em média 0,3%, países emergentes 0,5%). Nosso funcionalismo tem 11 milhões de servidores (10% na União, 20% nos estados, 70% em municípios). Representa 12,4% dos trabalhadores do país (menos que os Estados Unidos, com 12,6%, bem menos que a média europeia, com 20%).

Gabriela Lotta, da FGV, organiza outros dados: metade dos 11 milhões de servidores recebe menos que R$ 3.400 por mês. O 1% do topo ganha acima de R$ 27 mil. A aprovação do quinquênio custará R$ 40 bilhões e beneficiará os 38 mil do topo que já recebem o maior salário. Pelo critério do tempo de trabalho, não competência. O Bolsa Família custa R$ 160 bilhões por ano. Beneficia 21 milhões de famílias.

Faça as contas do descalabro. E descubra que, quando falam em "custo do funcionalismo público", querem dizer custo da magistocracia contra redução de desigualdades entre servidores públicos. Os "desqualificados" que atendem a cidadania nos campos da segurança, saúde, educação, desastre climático.

Mas não foi só Torres Garcia. Ministros de cortes superiores se juntaram à advocacia lobista em eventos privados sem acesso à imprensa na Europa, patrocinados por empresas brasileiras com causas no STF.

Antes de chegar ao STF, Gilmar Mendes passou por cargos técnicos nos Ministérios da Justiça e
Casa Civil durante o governo de FHC . Entre 2000 e 2002 foi Advogado - Geral da União - 11.mai.2016/Folhapress
Criticado, Dias Toffoli cometeu um bonito raciocínio lógico: "É o tribunal que, no ano passado, tomou colegiadamente mais de 15 mil decisões. Então, essas matérias são absolutamente inadequadas, incorretas e injustas."

Gilmar Mendes comoveu: "Posso falar por mim. Não recebo cachês, viagens normalmente são pagas por quem convida. A gente faz isso e continua trabalhando. Ontem mesmo participei da sessão do STF a distância."

Entre participar de congresso com empresários a distância e de sessão do STF no Brasil, priorizou o contrário. Afinal, ar europeu, não goiano. E vê falta de educação em perguntar quem paga. Convidou e pagou, eu vou, vem você também.

Contra servidores públicos, contra o serviço público, contra o interesse público, contra a ética pública, a magistocracia opera em silêncio. Quando sai do silêncio, educa.

*Conrado Hübner Mendes

Professor de direito constitucional da USP, é doutor em direito e ciência política e membro do Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade - SBPC

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

Contraponto: Todo cuidado, discrição e moderação com os diálogos e comentários. 

08 maio 2024

Inquérito policial investiga morte de preso dentro de cela no CDP II de Pacaembu/SP

Funcionários encontraram o homem enforcado com lençol amarrado a uma grade.

Por g1 Presidente Prudente

08/05/2024

Preso foi encontrado morto em cela do CDP II, em Pacaembu que tem capacidade para 631
detentos, mas que abriga uma população carcerária de 876  (SP) - Imagem: SAP-SP/Divulgação
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a morte de um preso dentro de uma cela do Centro de Detenção Provisória (CDP) 2, em Pacaembu (SP).

“A informação preliminar dada pelos companheiros de cela é de que o morto teria cometido suicídio. Todavia, uma conclusão precisa dependerá dos laudos periciais do IC [Instituto de Criminalística], que examinou a cela e a cena do fato, e do exame necroscópico do IML [Instituto Médico Legal]”, detalhou a Polícia Civil ao g1.

A Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP) também abriu procedimento apuratório para checar as circunstâncias da morte ocorrida na segunda-feira (6).

“Eram 23h40 quando policiais penais o encontraram na cela, que dividia com outros três homens, enforcado com um lençol amarrado a uma grade”, relatou a pasta estadual ao g1.

“A direção solicitou perícia técnica no local, bem como exames necroscópicos. O caso é investigado pela Delegacia de Pacaembu, onde foi registrado Boletim de Ocorrência, e a família foi informada dos fatos para realizar a liberação do corpo”, concluiu a SAP.

Fonte: G1

Justiça Federal determina que estado de SP apresente plano de combate à tortura sob pena de multa de R$ 100 mil por etapa

Em ação, Ministério Público Federal e Defensoria Pública do estado alegam que São Paulo possui a maior população carcerária do país e há anos se recusa a adotar medidas estabelecidas pelo Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Ainda cabe recurso da decisão.

Por Cíntia Acayaba, Renata Bitar, g1 SP — São Paulo

08/05/2024

Complexo de Pinheiros, construído no bairro nobre da Vila Leopoldina (zona oeste), possui
quatro prédios, que poderiam ser chamados de pavilhões, ocupando o mesmo terreno e sendo separados por muros e muralhas
A Justiça Federal determinou que o Estado de São Paulo apresente, dentro de quatro meses, um plano para criação de um órgão voltado para a prevenção e o combate à prática de tortura em locais de privação de liberdade, como presídios e hospitais psiquiátricos.

Segundo a liminar concedida pela juíza Luciana Ortiz Zanoni, o governo paulista deverá estabelecer um cronograma para criação deste plano e, caso descumpra alguma etapa, poderá ser multado em R$ 100 mil. Ainda cabe recurso da decisão.

Questionado sobre a liminar, o estado paulista afirmou que já foi notificado e que a decisão está sob análise da Procuradoria Geral do Estado.

Uma vez criado, o Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (MEPCT) será responsável por vistorias periódicas a estabelecimentos públicos e privados onde haja privação de liberdade, assim como poderá requisitar a apuração de possíveis casos de violação de direitos nesses locais.

Complexo Prisional Campinas - Hortolândia, também conhecido como Carandiru Caipira situado na região de Campinas
Junto a ele, deve ser estabelecido um comitê consultivo, cuja função será de acompanhar a tramitação de procedimentos administrativos e judiciais e colaborar com o aprimoramento das ações do MEPCT, por exemplo.

Ambos devem ser implementados somente após a realização de consulta prévia aos órgãos do Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e a instituições da sociedade civil.

A União, que também é ré no processo, ficará encarregada de cooperar com o estado paulista para o estabelecimento dos órgãos.

Histórico e alegações

A liminar é referente a uma ação civil movida pelo Ministério Público Federal e pela Defensoria Pública estadual. Os autores alegam que São Paulo possui a maior população carcerária do país e há anos se recusa a aderir às medidas estabelecidas pelo Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, instituído em 2013

A tortura não se apresenta apenas como a aplicação da violência corporal, mas falta de
assistência judicial, água, alimentação, saúde e condiçoes efetivas de oportunizar a ressocialização do indivíduo

Há 5 anos, o então governador João Doria vetou um projeto de lei que previa a criação do Comitê e do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura em São Paulo.

A justificativa apresentada na época foi de que a proposta feria o princípio constitucional da separação de poderes, uma vez que o Comitê ficaria subordinado à Assembleia Legislativa (Alesp). "O controle do Poder Legislativo sobre atos da Administração Pública deve se limitar às hipóteses estabelecidas e previstas na Constituições", dizia o texto do veto.

No processo atual, o Estado de São Paulo afirmou já possuir órgãos e programas que atuam na prevenção e combate à tortura, como o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, as corregedorias de polícia e da Secretaria de Administração Penitenciária, dentre outros.

Contudo, no entendimento da juíza Zanoni, os órgãos mencionados não podem ser considerados equivalentes ao Mecanismo no que diz respeito a sua função de reforçar a proteção das pessoas privadas de liberdade.

Fonte: G1

Para eles tudo: Derrite tem 2ª nomeação, agora para conselho do Metrô e ganhará R$ 67 mil mensais

Secretário de Segurança do governo Tarcísio de Freitas acumulará salário, participação em duas empresas púbicas e aposentadoria.

Guilherme Seto

Rogério Pagnan

08.mai.2024 

Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo - Gabriela Biló-2.ago.2023/Folhapress
SÃO PAULO - Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite foi indicado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao conselho fiscal do Metrô no mês passado, engordando ainda mais seus vencimentos.

Como revelou o Painel, Derrite também foi colocado pela gestão estadual no conselho da Cetesb, companhia ambiental de São Paulo, em setembro do ano passado. O histórico profissional do secretário não tem relação com as áreas de atuação dessas estatais.

A gratificação para participar de cada um dos conselhos é de R$ 6.581 por mês. Além disso, Derrite optou por ficar com seu salário de parlamentar, R$ 44 mil (R$ 32.247, líquido), e não com o de secretário de Segurança Pública, de R$ 31.115 bruto. Como capitão da reserva da Polícia Militar, ganha mais R$ 9.663 pelo tempo proporcional trabalhado na Polícia Militar ante de pedir a aposentadoria.

Na somatória, os rendimentos mensais de Derrite no serviço público se aproximarão de R$ 67 mil (R$ 50.755 líquidos), quando começar a receber pelo conselho do Metrô.

Especialistas ouvidos pela coluna analisaram o caso abstratamente, sem saber que se tratava de Derrite, e afirmaram que os valores não são abatidos pelo teto constitucional do funcionalismo, que atualmente está em R$ 44 mil.

Carlos Ari Sundfeld, professor titular da FGV Direito SP e ex-procurador do Estado de São Paulo, afirma que o "recebimento de valor pela participação em conselho de administração de empresa estatal está fora do teto, não é remuneração de servidor público".

Aos 38 anos, o capitão da PM Guilherme Derrite assumiu como secretário da Segurança Pública
de São Paulo no dia 1º de janeiro, na gestão do governador Tarcísio de Freitas -Danilo Verpa -23.jan.23/Folhapress
Sobre os vencimentos de deputado e aposentadoria da PM, Sundfeld destaca a existência do chamado "teto duplex": os ganhos não são somados para aplicação do "abate teto" e a verificação é feita para cada remuneração. Ou seja, o corte só acontece se um dos dois superar o teto constitucional, o que não acontece no caso de Derrite.

Reportagem da Folha mostrou que engordar os salários dos secretários por meio de participação em conselhos de empresas estatais tem sido prática corrente na gestão Tarcísio.

Derrite é oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo, foi tenente da Rota e tem formação em direito. Ele foi eleito deputado federal em 2018 e 2022, e licenciou-se do mandato em janeiro de 2023 para assumir a pasta da Segurança no governo paulista.

A gestão Derrite tem sido marcada por incursões violentas, sendo a mais conhecida delas a Operação Verão, na Baixada Santista, que foi finalizada no dia 1º de abril com um total de 56 mortes.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública afirma que a indicação de Derrite para o cargo no Metrô "atende às exigências e critérios estabelecidos pela legislação sobre a nomeação de representantes dos acionistas para conselhos de empresas públicas".

"As indicações são realizadas de acordo com deliberação do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado- Codec, assim como a fixação da remuneração, e os conselheiros são eleitos pela assembleia de acionistas, o que ocorreu em 29/04/24 e foi devidamente informado, por meio da publicação da Ata da Assembleia, disponível no Portal de Relações com Investidores do Metrô e atendendo a legislação vigente", diz a nota.

Fonte:  Jornal Folha de São Paulo