A Justiça condenou Claudinei Alves dos Santos, o Ney Santos, ex-prefeito de Embu das Artes (SP), a três anos e nove meses de prisão em regime semiaberto pelo crime de posses de arma de fogo e de munição de uso proibido.
Josmar Jozino
Colunista do UOL
20/11/2025
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| Ney Santos, ex-prefeito de Embu das Artes (SP) - Imagem: Reprodução |
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos réus. O espaço segue aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores deles.
Ney Santos tem um longo histórico de investigações e foi acusado de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele sempre alegou ser inocente. Chegou a ser eleito prefeito de Embu das Artes em 2016 e reeleito em 2020.
A sentença de condenação é da juíza Mayara Maria Oliveira Resende, da 2ª Vara Criminal de Cosmópolis (SP) e foi publicada hoje no site do TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo). A juíza concedeu aos réus o direito de recorrer da decisão em liberdade.
Segundo denúncia do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), em 28 de fevereiro de 2019, quando era prefeito, Ney Santos e o agente Lenon usaram um Toyota Corola locado pela Prefeitura de de Embu das Artes para transportar armas e munição entre as cidades de Embu das Artes e Cosmópolis.
Detenção ocorreu em 01/03/2019
"Agiu em proveito próprio"
As investigações apontaram que a dupla agiu em proveito próprio e que no veículo havia uma pistola 380 mm da marca Taurus, com numeração suprimida, três carregadores e acessório de uso restrito conhecido como "mira laser".
Na ocasião, Lenon foi preso em flagrante e teve a preventiva decretada, Ney Santos foi ouvido e liberado porque no entendimento da Justiça ele "era detentor de prerrogativa de foro"
Na sentença condenatória, a magistrada mencionou que Ney Santos era prefeito quando foi surpreendido transportando armas de numeração suprimida "o que denota gravidade acentuada, vez que é exigido e esperado do agente público o maior rigor em suas condutas".
Histórico de acusações
Em 1999, quando tinha 19 anos, Ney Santos foi condenado por receptação e formação de quadrilha. Quatro anos depois, foi novamente condenado, dessa vez por assaltar um carro-forte portando metralhadora.
Ele permaneceu dois anos preso, mas a Justiça o absolveu em segunda instância. Em liberdade, entrou no ramo de postos de combustíveis e, segundo o MP-SP, em quatro anos acumulou patrimônio de R$ 100 milhões incompatível com sua renda.
Em 2010 se candidatou a deputado federal. Poucas semanas antes da eleição foi preso outra vez por lavagem de dinheiro, estelionato, adulteração de combustível, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Ele teve os bens bloqueados, incluindo uma Ferrari avaliada em R$ 1,5 milhão.
Em 2012 Ney Santos foi eleito vereador de Embu das Artes. No ano seguinte respondeu por compra de votos e chegou a ter o mandato cassado. Ele ficou afastado por cinco meses, mas recuperou o mandato graças a liminar.
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| Ferrari foi apreendida em operação da Polícia Civil - Imagem: Marcelo Mora/G1 |
Em 2020, Ney Santos (Republicanos) foi reeleito de prefeito de Embu das Artes. Ele teve 48,39% dos votos. Foram 61.660 no total. O então candidato derrotou Rosângela Santos (PT), que ficou com 21,33% (27.178 votos).
O prefeito foi cassado sob a acusação de ter cometido abuso de autoridade "por extrapolar no limite de publicidades", Mas em setembro de 2022, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu, em decisão liminar, a cassação e o autorizou a comandar novamente a prefeitura.
Fonte: UOL
Vídeo 1: G1
Vídeo 2 : Band








































