06 julho 2017

OPERAÇÃO CONTRA A MÁFIA PRENDE 69 EM VÁRIOS PAÍSES EUROPEUS

Operação contra máfia prende 69 em vários países europeus.19 são italianos



Policiais de vários países europeus prenderam hoje 69 pessoas acusadas de associação mafiosa e de vários crimes.

A maioria das detenções aconteceu na Espanha e na Itália, mas também foram presas pessoas na Suíça, França e Áustria.

Na Itália, foi capturado Salvatore Messina Denaro, irmão do suposto chefão da máfia siciliana, a Cosa Nostra, Matteo Messina Denaro, foragido há 17 anos. Segundo o governo do país, foi desmantelado o "serviço postal" da Cosa Nostra, de acordo com a agência Ansa.


Um funcionário da Polícia Nacional da Espanha disse que 24 pessoas foram detidas nas regiões do leste da Catalunha e de Valência, no País Basco ao norte e em Guadalajara, no centro do país. A Espanha coordenou as incursões com as polícias dos outros países. Os detidos são suspeitos de crimes que envolvem lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e posse ilegal de armas, disse o policial espanhol sob anonimato.

A Promotoria Federal da Suíça disse que 11 pessoas foram detidas, como parte de uma investigação de atividades ilícitas que começou em abril de 2009. Segundo os policiais suíços, a operação teve como alvo uma organização criminosa altamente estruturada e hierarquizada.

Na Itália, a polícia deteve 19 pessoas, muitas das quais seriam supostos assessores próximos ao foragido chefe da Cosa Nostra, Matteo Messina Denaro. Segundo os policiais, eram esses "assessores" que enviavam as ordens a partir do esconderijo onde está Denaro. As ordens permitiam que ele se comunicasse com as famílias ligadas à Cosa Nostra na Sicília e em outras regiões, disse a polícia. Várias lojas e negócios ficaram fechados hoje na Sicília.

Os suspeitos foram detidos em buscas pela manhã, a maioria perto da cidade de Trapani, onde se acredita que Denaro esteja escondido. As acusações contra os detidos incluem associação mafiosa, extorsão e fraude. "Nós desmantelamos a rede de comunicações com a qual o número um dentre os foragidos passava informações e dava ordens para o conjunto da operação da Cosa Nostra", disse o ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni. "Nós estamos fechando o cerco".

Desde 1993, Messina Denaro é o homem mais procurado na Itália, sob acusações de homicídio e outros crimes. Acredita-se que ele passou a ocupar a cúpula da Cosa Nostra a partir de 2007, após a prisão de Bernardo Provenzano, que comandava a organização criminosa desde o início da década de 1990, quando sucedeu a Salvatore Riina.

Messina Denaro tentava minimizar os riscos de empregar parentes na organização mafiosa - uma vez que esses tenderiam a ser mais fiéis a ele - e reduziu o número de reuniões a um mínimo, disse Giuseppe Linares, da polícia de Trapani. Grande parte da comunicação, então, passou a ser feita por notas criptografadas - as chamadas "pizzini" - entre os mafiosos

"Houve 14 detidos na Espanha, oito na Itália e dois na Alemanha", indicou um porta-voz da Guardia Cívil citado pela agência AFP. Segundo esta força de segurança de natureza militar, do tipo da GNR( Guarda Nacional Republicana) portuguesa, a organização mafiosa dedicava-se à lavagem de dinheiro obtido no tráfico de drogas através de uma rede de empresas situadas em Espanha, Itália, Alemanha, França e Portugal.

 A maioria das detenções foram feitas em Barcelona pela Guardia Civil e pela polícia regional catalã (Mossos d`Esquadra), enquanto na Itália foram realizadas em Nápoles, o feudo da Camorra. A operação teve como objetivo "desmantelar uma organização criminosa internacional especializada no tráfico de drogas e branqueamento de capitais", precisou uma fonte da polícia catalã à AFP.

 A máfia italiana utilizava casas de jogos, empresas de locadoras de automóveis ou lojas de compra e venda de ouro para lavar o dinheiro obtido através do tráfico de drogas, explicou à agência francesa de notícias o porta-voz da Guardia Civil. Segundo o Ministério Público espanhol, as autoridades judiciais de Espanha, Itália e Alemanha trabalham há três meses na investigação desta organização criminosa.

No âmbito das buscas, a equipe conjunta de investigação Espanha-Itália, apreendeu 520 quilogramas de cocaína e mais de 450 quilogramas de haxixe e marijuana. O Ministério Público destacou o êxito desta equipa conjunta, instrumento de cooperação judicial e policial da UE na execução de investigações a organizações de âmbito transnacional. Os dispositivos policiais de cada país foram coordenados pela Europol, que destacou efetivos próprios para cada um dos locais em que a operação está a ser executada.

Fonte: Diário de Noticia Madeira