Operação contra máfia prende 69 em vários países
europeus.19 são italianos
Policiais de vários países europeus prenderam hoje 69
pessoas acusadas de associação mafiosa e de vários crimes.
A maioria das detenções aconteceu na Espanha e na Itália, mas também foram presas pessoas na Suíça, França e Áustria.
A maioria das detenções aconteceu na Espanha e na Itália, mas também foram presas pessoas na Suíça, França e Áustria.
Na Itália, foi capturado Salvatore Messina Denaro, irmão do suposto chefão da máfia siciliana, a Cosa Nostra, Matteo Messina Denaro, foragido há 17 anos. Segundo o governo do país, foi desmantelado o "serviço postal" da Cosa Nostra, de acordo com a agência Ansa.
Um funcionário da Polícia Nacional da Espanha disse que 24 pessoas foram detidas nas regiões do leste da Catalunha e de Valência, no País Basco ao norte e em Guadalajara, no centro do país. A Espanha coordenou as incursões com as polícias dos outros países. Os detidos são suspeitos de crimes que envolvem lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e posse ilegal de armas, disse o policial espanhol sob anonimato.
A Promotoria Federal da Suíça disse que 11 pessoas foram detidas, como parte de uma investigação de atividades ilícitas que começou em abril de 2009. Segundo os policiais suíços, a operação teve como alvo uma organização criminosa altamente estruturada e hierarquizada.
Na Itália, a polícia deteve 19 pessoas, muitas das quais seriam supostos assessores próximos ao foragido chefe da Cosa Nostra, Matteo Messina Denaro. Segundo os policiais, eram esses "assessores" que enviavam as ordens a partir do esconderijo onde está Denaro. As ordens permitiam que ele se comunicasse com as famílias ligadas à Cosa Nostra na Sicília e em outras regiões, disse a polícia. Várias lojas e negócios ficaram fechados hoje na Sicília.
Desde 1993, Messina Denaro é o homem mais procurado na Itália, sob acusações de homicídio e outros crimes. Acredita-se que ele passou a ocupar a cúpula da Cosa Nostra a partir de 2007, após a prisão de Bernardo Provenzano, que comandava a organização criminosa desde o início da década de 1990, quando sucedeu a Salvatore Riina.
Messina Denaro tentava minimizar os riscos de empregar parentes na organização mafiosa - uma vez que esses tenderiam a ser mais fiéis a ele - e reduziu o número de reuniões a um mínimo, disse Giuseppe Linares, da polícia de Trapani. Grande parte da comunicação, então, passou a ser feita por notas criptografadas - as chamadas "pizzini" - entre os mafiosos
"Houve 14 detidos na Espanha, oito
na Itália e dois na Alemanha", indicou um porta-voz da Guardia Cívil
citado pela agência AFP. Segundo esta força de segurança de natureza
militar, do tipo da GNR( Guarda Nacional Republicana) portuguesa, a organização mafiosa dedicava-se à lavagem
de dinheiro obtido no tráfico de drogas através de uma rede de empresas
situadas em Espanha, Itália, Alemanha, França e Portugal.
A
maioria das detenções foram feitas em Barcelona pela Guardia Civil e pela
polícia regional catalã (Mossos d`Esquadra), enquanto na Itália foram
realizadas em Nápoles, o feudo da Camorra. A operação teve como objetivo
"desmantelar uma organização criminosa internacional especializada no
tráfico de drogas e branqueamento de capitais", precisou uma fonte da
polícia catalã à AFP.
A
máfia italiana utilizava casas de jogos, empresas de locadoras de automóveis ou
lojas de compra e venda de ouro para lavar o dinheiro obtido através do tráfico
de drogas, explicou à agência francesa de notícias o porta-voz da Guardia
Civil. Segundo o Ministério Público espanhol, as autoridades judiciais de
Espanha, Itália e Alemanha trabalham há três meses na investigação desta
organização criminosa.
No âmbito das buscas, a equipe conjunta
de investigação Espanha-Itália, apreendeu 520 quilogramas de cocaína e mais de
450 quilogramas de haxixe e marijuana. O Ministério Público destacou o êxito
desta equipa conjunta, instrumento de cooperação judicial e policial da UE na
execução de investigações a organizações de âmbito transnacional. Os
dispositivos policiais de cada país foram coordenados pela Europol, que
destacou efetivos próprios para cada um dos locais em que a operação está a ser
executada.
Fonte: Diário de Noticia Madeira