08 setembro 2017

AGENTES PRISIONAIS CONTRATADOS DE EMPRESA TERCEIRIZADA, SÃO PRESOS POR FACILITAR ENTRADA DE CELULARES EM PRESÍDIO DE MANAUS/AM

Um dos presos havia sido flagrado ao tentar entrar na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) com 11 celulares.



Por G1 AM
08/09/2017 18h07  Atualizado há 2 horas

Agentes penitenciários facilitavam entrada de celulares para presos (Foto: Divulgação/PC-AM)





Dois agentes penitenciários de uma empresa que administra os presídios no Amazonas foram presos por corrupção passiva nesta sexta-feira (8), em diferentes áreas da cidade.

Eles são suspeitos de participar de um esquema de facilitação para entrada de celulares na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) descoberto no último sábado (2). Na ocasião, 10 suspeitos de envolvimento na organização foram encaminhados para a delegacia. Esses dois agentes presos nesta sexta haviam prestado depoimento e sido liberados, anteriormente.

De acordo com o delegado Paulo Benelli, do 19° Distrito Integrado de Polícia (DIP), o grupo foi descoberto no momento em que um agente foi flagrado ao tentar entrar com 11 celulares e R$ 300 na UPP. Após o flagrante, nove agentes penitenciários e um ex-agente do sistema prisional foram encaminhados para a delegacia.

"Desde a condução deles até a delegacia, passamos a ouvir todos os agentes de socialização que foram apresentados, oitivamos outros que não eram mais agentes, ouvimos a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e passamos a trilhar uma investigação que chegamos na participação efetiva destes dois", disse o delegado.

Agentes contratados presos hoje faziam parte do esquema descoberto sábado 02/09/2017


Ainda conforme Benelli, os agentes entravam em contato com familiares de presos para verificar a necessidade de receber celulares e, caso queiram, era cobrado o valor de R$ 500 para que entrassem no sistema com o material e o entregassem ao preso. "Por enquanto ainda estamos apurando. Eles não confessaram a entrada de dinheiro, drogas, armas ou outros objetos", comentou.

No dia em que os suspeitos foram ouvidos, eles foram liberados após os procedimentos cabíveis e um Inquérito Policial (IP) foi instaurado para que se iniciasse uma investigação em torno do caso. Na ocasião, Benelli afirmou que três envolvidos assinaram um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) pelo flagrante e foram liberados.

De acordo com o delegado-adjunto da Polícia Civil, Ivo Martins, a polícia foi além do acontecimento do sábado (2) e representaram por mandados de prisão preventiva em nome dos envolvidos pela prática de corrupção ativa e passiva.

Era cobrado o valor de R$ 500,00 por cada celular entregue aos presos






Os mandados de prisão foram expedidos no dia 3 de setembro, pela Juíza Careen Aguiar e a dupla foi presa nesta sexta-feira (8). Um deles foi preso em um prédio comercial na Avenida Jacira Reis, bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste de Manaus e outro na casa em que morava, na rua Barcelos, Comunidade Nova Conquista, Bairro Tancredo Neves, Zona Leste de Manaus.

"Tem toda uma investigação por trás disto. Empenhamos os nossos esforços com o sentido de desbaratar esta associação criminosa que atua dentro do presídio causando uma instabilidade social", disse Martins.

A dupla foi encaminhada para o 19º DIP e foram indiciados pelo crime de corrupção passiva. Após os procedimentos cabíveis, eles irão para a triagem do sistema prisional, e aí será decidido a qual presídio eles devem ser encaminhados.



Fonte: G1/AM