04 outubro 2017

COURO COMEU NO CDP DE AMERICANA: SERÁ QUE O VAGABUNDO LEMBROU DO SUFOCO QUE A MENINA PASSOU QUANDO ELE A MATOU?

Acusado de matar jovem com 53 facadas em Santa Bárbara d'Oeste é agredido em presídio. Segundo denúncia do MP, suspeito não aceitou fim de um relacionamento sem compromisso que durou menos de três semanas.



Por G1 Piracicaba e Região
04/10/2017 19h52  Atualizado há 1 hora

Bruna Dessordi morreu esfaqueada em Santa Bárbara d'Oeste (Foto: Reprodução/ Facebook )


O ajudante Anderson Santana de Souza, de 25 anos, acusado pelo Ministério Público (MP) de matar a facadas Bruna Rodrigues Gusmão Dessordi, de 19 anos, foi agredido dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana (SP), onde aguardava julgamento. O feminicídio ocorreu em 3 de setembro e o suspeito se entregou, além de apontar onde o corpo da jovem foi deixado.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o jovem foi encaminhado para o CDP de Americana em 4 de setembro e, no dia 29 do mesmo mês, durante o banho de sol da tarde, disse aos agentes que tinha sido agredido por outros detentos.

Souza foi encaminhado ao hospital, que constatou ferimentos leves. A SAP instaurou investigação para descobrir quem são os agressores e as motivações. Segundo a secretaria, o ajudante foi transferido na terça-feira (3) para Penitenciária II Doutor Antonio de Souza Neto, de Sorocaba (SP). Segundo a SAP, o ajudante teve convívio normal com os outros detentos até o dia da agressão.

Fim do 'relacionamento'

De acordo com a denúncia da Promotoria do MP, oferecida à Justiça em 18 de setembro, Bruna e Anderson se conheceram três semanas antes do crime, pela internet, e mantiveram um relacionamento sem compromisso. Quando a vítima resolveu encerrar os encontros, o acusado não aceitou, segundo a denúncia.

"O denunciando (Anderson) não aceitou o término do relacionamento recém estabelecido e passou a ameaçar a vítima", segundo o MP. Além de Bruna, um amigo próximo dela também era ameaçado. O MP aponta que Bruna gostava desse amigo e que Souza sabia disso.

"No dia dos fatos, o denunciando ligou para a vítima, dizendo que pretendia conversar com a ofendida, razão pela qual marcaram um encontro", diz o MP. Bruna aceitou ir ao encontro para tentar pôr fim às ameaças. Ela ligou para o amigo e manteve o contato até encontrar Souza, segundo a denúncia.

Por volta de 21h30, o ajudante e Bruna se encontraram e ela afirmou que não queria retomar o contato com o ajudante e que gostava do amigo. Souza, então, sacou uma faca que estava escondida em sua perna e passou a esfaquear a vitima, segundo a denúncia.

"O denunciando, então, sacou a faca, que trazia escondida amarrada na perna da sua calça, e passou a desferir diversos golpes em Bruna até que a vítima caiu ao solo, ocasião em que Anderson desferiu ainda o último golpe, deixando a faca cravada no corpo da ofendida e fugindo", aponta o MP.

Segundo a Delegacia Seccional de Americana (SP), o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que foram 53 facadas desferidas no tórax e nas costas da vítima. O MP requisitou e ainda não recebeu o resultado da necrópsia, mas informou que foram "múltiplos" golpes.

'Socorro'

O amigo da vítima, que estava no telefone com ela, informou ao MP que Souza chegou a perguntar se ela amava o amigo e que a resposta foi afirmativa. Depois disso, ele afirma ter ouvido ela gritar por socorro e a ligação foi encerrada.

Após o crime, o acusado ligou para Polícia Militar (PM) e se entregou. Ele mostrou onde o corpo de Bruna estava.

O ajudante foi denunciado pela Promotoria por homicídio quadruplamente qualificado com base nos incisos 1 (torpe), 3 (cruel), 4 (recurso que dificultou a defesa) e 6 (contra a mulher por razões da condição de sexo feminino).

A defesa

Questionada pelo G1, a advogada do acusado informou que o processo ainda está em fase de colheita de depoimentos para conclusão do inquérito da Polícia Civil. "Está muito precoce, ainda. Eu preciso ver todos os depoimentos para ver qual linha (de defesa) que a gente seguiria", informou.

Sobre a agressão dentro do presídio, a advogada lamentou o ocorrido e disse que não sabe o que ocorreu ainda. "A gente não sabe se é briga, se é alguma coisa que provocou essa agressão nele (...) Para segurança dele, ele teve que ser transferido", afirmou.



Fonte: G1