07 novembro 2017

BRASIL:Detentos são julgados por morte de companheiro de cela em Juiz de Fora/MG

Dupla é acusada de estuprar e matar preso em março de 2016; crime ocorreu no Ceresp. Cela em que eles estavam tinha 21 pessoas, mas capacidade máxima era de seis.



Por G1 Zona da Mata
07/11/2017 15h50  


Crime ocorreu em cela do Ceresp de Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Integração)



Dois detentos são julgados nesta terça-feira (7) no Tribunal do Júri do Fórum Benjamin Colucci, em Juiz de Fora. Eles são acusados de estuprar e matar um colega de cela em março de 2016.

O crime ocorreu no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), no Bairro Linhares, onde um detento de 30 anos foi agredido sexualmente dentro da cela em que estava. Ele foi socorrido e levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Antes de morrer, ele ficou internado em estado grave na unidade de saúde por diversos dias. A causa da morte não foi divulgada na ocasião, mas integrantes da direção do Ceresp estiveram no HPS. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Relato de agressões

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), o detendo vinha relatando agressões vários dias antes da morte. Ele cumpria pena por tráfico de drogas e tinha audiência marcada.

Apurações mostraram que havia 21 presos na cela no momento do crime, mas a capacidade máxima era de seis pessoas.

Na época, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) instaurou um procedimento interno para apurar os fatos, mas não se manifestou sobre a capacidade máxima da cela por motivos de segurança.

Agressões em “volume desproporcional”

No dia que a vítima foi estuprada e morta, a PM foi chamada ao Ceresp por volta das 23h. O solicitante disse que as agressões ao preso tinha sido “em volume muito desproporcional”.

No HPS, ele foi diagnosticado com hematomas nas costas, laceração anal, trauma de reto e contusões nos ombros e nas pernas.

Segundo o BO, o homem ficou internado no local para que passasse posteriormente por uma avaliação de um médico proctologista, que indicaria a necessidade ou não de cirurgia.

Os dois suspeitos de autoria das agressões, que na época tinham 23 e 30 anos, foram detidos em flagrante pelos agentes penitenciários e conduzidos à Delegacia de Plantão pelos policiais militares.


Fonte: G1