Para o presidente da Câmara, as antigas leis trabalhistas são o grande exemplo do 'excesso de proteção' previsto pela legislação brasileira
Igor Gadelha, O Estado de S.Paulo
20 Novembro 2017
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No evento em Porto Alegre, o presidente da Câmara defendeu a votação de forma parcelada da reforma tributária. Foto: Dida Sampaio/Estadão |
Maia afirmou que a antiga legislação trabalhista é o grande exemplo do "excesso de proteção" previsto pela legislação brasileira. "Eram leis que, em tese, protegiam, protegiam, protegiam e deixaram o Brasil com 14 milhões de desempregados e mais milhões e milhões de empregos precários. Essa é a realidade da antiga lei trabalhista, para a qual conseguimos fazer algum avanço na Câmara dos Deputados no ano de 2017", declarou.
Ele ressaltou que a Justiça do Trabalho consome 44% do total do gasto da Justiça Federal, custando R$ 8 bilhões "a mais" a essa rubrica do Orçamento. "Talvez, no futuro, a gente não tenha mais 2,3 milhões de novas ações por ano. Talvez a gente não precise mais de 5 mil juízes na Justiça do Trabalho e talvez esses R$ 8 bilhões possam ser investidos na sociedade brasileira, em educação, saúde", disse.
Reforma tributária. No evento em Porto Alegre, o presidente da Câmara defendeu a votação de forma parcelada da reforma tributária. Em seu discurso, ele disse considerar mais fácil aprovar primeiro mudanças de tributos federais e, depois, estaduais.
"O deputado (Luiz Carlos) Hauly (PSDB-PR) é mais otimista que eu. Ele tem uma reforma completa. Acho que é mais fácil a gente caminhar por partes, fazer a federal, depois a estadual, que é mais difícil", disse. Hauly é relator da reforma tributária na Câmara.
Maia lembrou que o tucano prometeu concluir nos próximos meses seu parecer sobre a reforma, para o relatório possa ser votado no plenário da Câmara. "Como gosto de trabalhar com pessoas otimistas, prefiro acreditar que o deputado Hauly tem mais razão que eu", declarou.
Crédito. Além das reformas em maior evidência, o presidente da Câmara falou no evento também da reforma do mercado de capitais e do sistema financeiro brasileiro. Para o parlamentar fluminense, é preciso alterar a legislação para acabar com o monopólio e criar mecanismos para que pequenas e médias empresas também tenham acesso a crédito mais barato no Brasil.
"O sistema financeiro brasileiro está ficando quase do tamanho da aviação, dois ou três bancos, o que é muito ruim, porque gera pouca competitividade. Esse é um tema difícil, mas em que a gente também precisa avançar", declarou em discurso em evento do Lide em Porto Alegre.
Maia ressaltou que, hoje, o mercado de capitais brasileiro está concentrado apenas em grandes empresas. "Temos que pensar estruturas, e vamos fazer isso na Câmara, ver qual caminho para que a legislação possa ajudar pequenas e médias empresas a terem acesso a recursos mais baratos no Brasil", disse.
Fonte: Estadão
Contraponto: Fala extremamente perigosa a do Presidente da Câmara dos Deputados, mesmo porque seria o mesmo que entregar as ovelhas para serem cuidadas pelos lobos, isso seria sim o início do capitalismo selvagem retroagir no tempo e voltar a sua existência em nosso país, uma verdadeira lástima. Lamentável, ainda mais nestes tempos duros e bicudos, onde vemos diuturnamente a coisa pública ser tratada com escárnio, o ataque sem freios e sem vergonha ao erário e finalmente a corrupção generalizada na classe política. Vergonhosa esta fala, deveria o mesmo fazer buchecho com gasolina de aviação e acender um isqueiro para queimar as bactérias que estão a lhe corroer o cérebro.