Ministro disse que Planalto não abre mão de idade mínima e transição para regime previdenciário único para servidores e iniciativa privada.
Jornal Nacional
30/01/2018 21h31
Governo não tem os votos necessários para ir a votação, esta é a grande verdade |
O ministro Carlos Marun disse nesta terça-feira (30) que, em troca de votos, o governo aceita negociar uma regra de transição mais suave para servidores públicos na reforma da Previdência.
O presidente Michel Temer não tem perdido uma oportunidade e nesta terça-feira (30) não foi diferente. Falando para produtores rurais em Goiás, ele voltou a defender a reforma da Previdência, lembrando que ela não vai mexer com os trabalhadores do campo.
“Eles não serão alcançados pela reforma da Previdência. Ou seja, é uma reforma que nós estamos fazendo para os mais pobres”, disse Temer. Mas que também pode manter as regras diferentes da aposentadoria de até um milhão e meio de servidores.
O deputado Rogério Rosso, do PSD, governista que é contra a reforma, disse que o presidente Temer autorizou que ele negociasse com representantes do funcionalismo uma nova proposta. Rosso, deputado pelo Distrito Federal – que concentra grande número de servidores -, defende uma regra de transição mais suave para quem entrou no serviço público antes de 2003.
O deputado também quer aumentar o teto para o acumulo da pensão por morte. Ele diz que assim, abrandando a proposta original, o governo pode conseguir os votos necessários para aprovar a reforma. “Não tenho dúvida que vários parlamentares que hoje são contra ou estão indecisos vão votar a favor da proposta”, afirmou o Rosso.
Em 2017, o rombo da Previdência dos setores público e privado foi o maior da história: quase R$ 270 bilhões. O ministro da Secretaria de Governo disse que o Palácio do Planalto não abre mão de dois pontos: a idade mínima e a transição para um regime previdenciário único para servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
“Se o deputado Rosso tiver condições de trazer uma proposta que traga com ela votos e que não interfira naquilo que nós consideramos princípios fundamentais da reforma, ou seja, idade mínima e igualdade, igualdade de sistemas de regimes previdenciários, nós podemos ouvir e eu até estou ansioso para isso”, disse o ministro Carlos Marun.
O recesso parlamentar termina na próxima sexta-feira (2), mas o trabalho começa na segunda-feira (5). É a partir daí, com o carnaval no meio, que a reforma da Previdência deve ser discutida. A votação em dois turnos na Câmara está prevista para começar no dia 19. Depois, o texto, se for aprovado, segue para o Senado.
Nesta terça-feira (30), os líderes voltaram a se reunir para discutir estratégias. Porque, até agora, o governo faz e refaz contas. Deputados falam em 270, 280 votos a favor da reforma. O governo precisa de 308 votos para aprovar a proposta.
Antes da reunião, o presidente da Câmara disse que vai articular a aprovação até o último momento. “A gente tem que dialogar para ver que em que condições se consegue 308 votos. Eu sou sempre defensor do diálogo, sempre prezo, na presidência da Câmara, o diálogo. E essa é uma matéria que precisa de muito diálogo”, declarou Rodrigo Maia.
Fonte: G1