Ação foi feita por entidades de classe e questiona o governador sobre o sucateamento da Polícia Civil
Por Adriana Faria
Veja São Paulo
3 fev 2018, 12h24
Painel indaga governador sobre o salário dos delegados de polícia de São Paulo (Divulgação/Sindpesp/Veja SP) |
Um painel criticando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pela falta de investimento na Polícia Civil foi instalado na quinta-feira (1º) na altura do número 647 da Rodovia Regis Bittencourt, no trecho de chegada a Taboão da Serra, divisa com a região do Morumbi, na capital. O político almeja se candidatar a Presidência da República nas eleições deste ano.
A ação foi de iniciativa de entidades de classe, como o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) e a ADPESP (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo). As instituições não informaram o valor investido na estrutura, que ficará no local por 90 dias.
No outdoor se lê: “Geraldo Alckmin, por que o estado mais rico da federação paga o pior salário do Brasil a seus delegados? A quem interessa o sucateamento da Polícia Civil?”.
Segundo levantamento do Sindpesp, um delegado de polícia em São Paulo recebe salário de 10.184,05 enquanto de outros estados como Maranhão, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro ganham, respectivamente, 20.549,00, 20.353,06 e 19.277,95,. Confira o ranking dos salários nesta página feito pela instituição.
Em agosto do ano passado, VEJA SÃO PAULO publicou reportagem de capa que tratou das delegacias e grupos especializados da Polícia Civil na capital que enfrentam problemas como falta de investigadores, prédios caindo aos pedaços e viaturas sucateadas.
Procurado, o Palácio do Governo solicitou que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) encaminhasse posicionamento à VEJA SÃO PAULO. “Desde 2011 foi concedido aos delegados o reajuste de 72,8%, índice acima da inflação.
Recentemente, a carreira foi reformulada com a aceleração do processo de promoção, aumento dos vencimentos e o reconhecimento da carreira jurídica”, diz a nota. “Os delegados também percebem vantagens pecuniárias por permanência na instituição (quinquênios e sextas-partes) que podem elevar o salário dos delegados até 20.167,87 reais”. Confira abaixo, a íntegra do posicionamento.
Ação foi feita por entidades de classe e questiona o governador sobre o sucateamento da Polícia Civil |
A Secretaria da Segurança Pública esclarece que não há falta de investimento na Polícia. Desde 2011, mais de 256 milhões de reais foram investidos na contratação de 4.987 policiais civis, na aquisição de 3.641 viaturas e demais veículos. O orçamento da corporação vem sendo ampliado. Em 2017, o aumento foi de 3% e os investimentos tiveram incremento de 166%.
O efetivo da Polícia Civil também foi reforçado no período. No final do ano passado, foram nomeados 1.240 novos policiais civis e autorizada a abertura de 2.750 vagas para diversas carreiras da instituição, além da convocação de todos os aprovados em concursos remanescentes.
Outros 831 policiais civis estão em formação na Acadepol (Academia de Polícia) e serão integrados ao policiamento após a formatura. A SSP investe também na melhoria das unidades policiais. Desde o ano passado, está em curso um programa de modernização de 120 delegacias, com o aprimoramento das instalações e aquisição de novas máquinas e equipamentos de informática.
Desde 2011 foi concedido aos delegados o reajuste de 72,8%, índice acima da inflação. Recentemente, a carreira de delegado no Estado foi reformulada com a aceleração do processo de promoção (extinção da 4ª classe), aumento dos vencimentos e o reconhecimento da carreira jurídica.
Além dos vencimentos regulares, os delegados também percebem vantagens pecuniárias por permanência na instituição (quinquênios e sextas-partes) que podem elevar o salário dos delegados até R$ 20.167,87 (maior salário do delegado de 1ª classe). Paralelamente aos vencimentos e benefícios informados, pagos rigorosamente em dia pelo Governo do Estado criou o Programa de Metas e de Bonificação Policial que, de acordo com metas e parâmetros definidos em parceria com o Instituto Sou da Paz.
Os investimentos realizados pela Secretaria de Segurança Pública aliado ao trabalho contínuo da Polícia Civil possibilitaram que o índice de esclarecimentos dos casos de homicídios dolosos chegasse a 47% no Estado.
Fonte: Veja São Paulo
Contraponto: É obvio que as respostas da Secretaria da Segurança foram aquelas que interessam ao Governador e também ao Secretário. Sem mais palavras, isso é uma vergonha
Sabemos que uma campanha desta não é barata e também existe a necessidade de um apoio inclusive de alguma agência publicitária, que também tem seus custos, porém é inadmissível na atual conjuntura econômica pela qual passamos, em um ambiente de inflação acumulada de mais de 30% nos últimos quatro anos, ter que aceitar de forma passível e sem questionamentos a ridícula proposta do governador, que aliás pode ser classificada como uma afronta.
Necessário se faz que a sociedade tenha conhecimento da situação das Unidades Prisionais, a capacidade de cada uma delas e as atuais lotações, a quantidade de Agente e Servidores necessários para seu perfeito funcionamento e os atuais quadros que compõem as Unidades. Mostrando inclusive os nossos salários em relação aos outros estados do país.
Mostrando a inadequação a quais somos submetidos e o assédio moral por quais passamos só de pensar em pedir para que a Administração cumpra com as diretrizes emanadas pela Departamento Penitenciário Federal e também o adequado cumprimento da Lei de Execuções Penais(LEP).
Beneficiando desta forma a cooptação pelo crime organizado da maioria dos detentos, vez que sem estruturas adequadas e pertences para que tenha o adequado cumprimento da pena, sejam assediados pelas facções. Tornando assim o Estado de São Paulo o maior fornecedor de matéria prima para estas mesmas facções. Pelo simples não cumprimento do que preconiza a legislação no que tange a população carcerária e também ao quadro de servidores.