06 abril 2018

PF prende Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, apontado como operador do PSDB e suspeito de desvio de R$ 7,7 milhões

Apontado como operador do PSDB em desvios de recursos da obra do Rodoanel, ele tinha R$ 113 mi na Suíça






Gabriela Sá Pessoa
6.abr.2018 às 8h06


O ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, em São Paulo - Mateus Bruxel/Folhapress

SÃO PAULO O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi preso na manhã desta sexta feira (6) pela Polícia Federal, que cumpriu ordem da 5ª Vara Federal de São Paulo atendendo pedido da Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo.

O MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo pediu a prisão preventiva de Souza, além de um mandado de busca e apreensão em sua residência, por formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.

Em março, a Lava Jato denunciou o ex-diretor por desvio de R$ 7,7 milhões, entre 2009 e 2011. O recurso era destinado ao realojamento de famílias desalojadas pela Dersa para a construção do Rodoanel, obra realizada na gestão do tucano José Serra (2007-2010).

Durante as investigações da Lava Jato, de que Souza seria operador de Serra (PSDB-SP) em desvios de recursos da obra viária, o ex-diretor foi citado por sete delatores(da Odebrecht, Andrade Gutierrez e pelo operador Adir Assad), e apareceu em depoimentos de outros três executivos da OAS e da Queiroz Galvão que negociam acordo com procuradores.

Segundo os executivos, ele pediu a dez empreiteiras que fizeram o trecho sul do Rodoanel, na região metropolitana da capital paulista, um suborno equivalente a 0,75% de tudo que elas recebessem. Como a obra custou R$ 3,5 bilhões em valores da época que foi inaugurada, em abril de 2010, a propina de 0,75% seria de R$ 26,3 milhões.

Documentos enviados aos procuradores por autoridades suíças mostravam que Paulo Preto tinha ainda quatro contas no banco suíço Bordier & Cie. O saldo conjunto, em junho de 2016, era equivalente a R$ 113 milhões.

Em fevereiro do ano passado, os valores, segundo as informações vindas da Suíça, foram transferidos para um banco em Nassau, nas Bahamas.




Fonte: Folha de São Paulo