05 abril 2018

TEM PAI QUE É CEGO, E TEM OS QUE SE FAZEM DE CEGOS : Seis presídios são incendiados no RS desde janeiro, e Susepe nega relação: 'casos isolados'

Caso mais recente aconteceu na madrugada desta quinta-feira (5), em Rio Grande, onde cinco presos morreram. Outros incêndios ocorreram em Espumoso, Osório, Carazinho, Dom Pedrito e Canoas.





Por Luã Hernandez e Mauricio Gasparetto, G1 RS e RBS TV
05/04/2018 20h21 

Mapa de presídios que incendiaram no RS em 2018 (Foto: Reprodução/RBS TV)



O incêndio na Penitenciária Estadual de Rio Grande, no Sul do Rio Grande do Sul, que deixou cinco presos mortos na madrugada desta quinta-feira (5), foi o sexto desde o início do ano em presídios no estado. A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), no entanto, nega relação entre os casos.

"Nós estamos tratando como casos isolados, não estamos tratando como correlatos. Até porque o perfil do preso é outro, as peculiaridades são outras", afirma o superintendente da Susepe, Ângelo Carneiro.

Além do caso de Rio Grande, sofreram com incêndios desde janeiro os presídios de Espumoso, Osório, Carazinho, Dom Pedrito e Canoas.

O incêndio em Osório, no Litoral Norte, aconteceu há duas semanas. A penitenciária modulada da cidade foi atingida por chamas que provocaram perda total nas celas onde ficavam 123 presos, e 86 receberam saída temporária. A Justiça estabeleceu prazo até o dia 29 de março para que eles se reapresentassem, e todos voltaram, segundo a Susepe.

No caso de Rio Grande, o incêndio começou em um dos cinco alojamentos do albergue. Um agente penitenciário ficou ferido e seis presos seguem hospitalizados.

O fogo não comprometeu a estrutura dos pavilhões onde 909 presos cumprem pena no regime fechado. Foi atingida a parte do semiaberto, que segue interditada, e os 145 apenados foram liberados por sete dias.

Causas do incêndio na penitenciária de Rio Grande ainda são apuradas (Foto: Susepe/Divulgação)




Para o Instituto Geral de Perícias, o incêndio pode ter sido provocado pelos detentos. "Nós tivemos acumulo de fiação, de equipamento eletrônico, alguns colchões e materiais, o que leva a sugestão que tenha sido intencional", relata a perita criminal Marília da Costa Ribas.

O secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, garante que se os presos acham que terão direito a saídas temporárias em razão dos incêndios, estão enganados.

"Se os presos estão tomando medidas com propósito de ter benefício, estão redondamente enganados. Nós não vamos nos submeter à pressão. Ao contrário, vamos responsabiliza-los, e os que forem culpados, vão ser criminalmente responsabilizados", ressalta.




Fonte: G1