15 maio 2018

Agentes penitenciários presos por facilitar fugas de detentos no ES

Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão. Dois agentes foram detidos em casa e um na penitenciária, enquanto trabalhava.










TV Gazeta Norte
15/05/2018 às 19h35

Operação Bota Preta em São Mateus




Três agentes penitenciários foram presos, na manhã desta terça-feira (15), acusados de facilitar a fuga de cinco detentos da Penitenciária Regional de São Mateus, no Norte do Estado, em janeiro deste ano.

A investigação é feita pelo Ministério Público Estadual (MP-ES), por meio Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); e a Polícia Civil, com o apoio da Diretoria de Inteligência Prisional (DIP) da Secretaria de Justiça (Sejus) e do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MP-ES.


O promotor Luiz Agostinho Abreu explicou que os três inspetores penitenciários estão presos de forma preventiva e foram afastados de suas funções na Secretaria de Justiça. “A operação foca especificamente a fuga de janeiro. A partir de então, temos feito este trabalho. Mas pode ser que as investigações apontem dados relativos a outras fugas”, ressaltou.

Investigação

Interceptações telefônicas foram feitas com a autorização da Justiça a partir da fuga que ocorreu em janeiro. Na ocasião, escapou da prisão o traficante Lucimar de Jesus, o Japão, considerado um dos mais perigosos da região.

De acordo com ele, a investigação é sigilosa. “As medidas de investigações estão em sigilo, bem como os nomes das pessoas e o modo como elas agiram. As investigações continuam”, destacou o promotor

Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão. Dois agentes foram detidos em casa e um na penitenciária, enquanto trabalhava. Outro inspetor está foragido. A suspeita é que eles recebiam dinheiro para facilitar as fugas.


Armários de inspetores presos foram vistoriados (Foto: Divulgação / MPES)




Os denunciados vão responder por organização criminosa, corrupção ativa ou passiva, prevaricação e facilitação de fuga. Por tudo isso, podem pegar pena de até 40 anos de prisão. O MPES ainda pediu à Justiça que os acusados paguem juntos uma indenização por danos morais ao Estado no valor de R$ 10 milhões, por terem ferido a credibilidade do sistema prisional capixaba.

Policiais vistoriaram os armários de todos os agentes e apreenderam documentos na penitenciária regional. No Centro de Detenção Provisória, documentos foram capturados. Os funcionários do plantão diurno não foram autorizados a entrar enquanto a operação era realizada.

Duas mulheres também foram presas, acusadas de levar para a penitenciária objetos que auxiliaram os detentos a fugir. Uma suspeita é de Vila Velha e a outra é de Nova Venécia, no Noroeste do Estado.

Todos os presos foram levados para a Delegacia de Polícia Judiciária (DPJ) de São Mateus e encaminhados ao Completo Penitenciário de Viana, na Grande Vitória. O nome da operação, Bota Preta, faz alusão à forma como os presos apelidaram os agentes penitenciários.

Procurada, o Sindicato dos Inspetores do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) informou que um advogado do jurídico da entidade está na região dando suporte aos servidores envolvidos na operação, que vai solicitar o relaxamento da prisão, mas que ainda não pode dar detalhes da defesa deles.

Nome da operação

O nome da operação, Bota Preta, faz referência à forma como são chamados os inspetores penitenciários, os antigos agentes, pelos presos.




Fonte: GAZETA ONLINE