31 maio 2018

Presos iniciam motim após execução de agente penitenciário e mais de 100 armas são achadas em celas no interior do Acre

Agentes estavam reunidos no presídio quando presos começaram a bater nas celas. Familiares alegam tortura, mas direção nega.












Por G1 AC, Cruzeiro do Sul
31/05/2018 16h51  

Agente penitenciário foi confundido com membro de facção e morto por engano, diz delegado
 (Foto: Divulgação/ Iapen-AC)



Os agentes penitenciários encontraram, na noite desta quarta-feira (30), cerca de 100 armas artesanais dentro do presídio Manoel Néri, em Cruzeiro do Sul.

A direção se posicionou através de nota informando que após saberem da execução do agente penitenciário Gilcir Silva Vieira, de 38 anos, os presos começaram um princípio de motim dentro da unidade.

A nota afirma ainda que os agentes estavam reunidos na unidade para decidir como seria dado apoio à família do agente executado.

“Durante a reunião ouviu-se um princípio de motim com batedeiras intensas de grades, ato intensificado no momento de noticiação do fato ocorrido com o servidor que fora executado, então tomou-se os procedimentos de praxe, revista geral, objetivando ter o controle da situação e não permitir o alastramento das consequências”, explica a nota.

Gilcir Silva Vieira, de 38 anos, foi executado a tiros em Cruzeiro do Sul
 (Foto: Arquivo pessoal)


Os presos então foram retirados das celas e revistados. A direção informou que foram encontradas mais de 100 armas artesanais, como estoques, facões e punhais, confeccionados com ferro retirados da estrutura do presídio. “Valendo a pena ressaltar que estes equipamentos eram suficiente para iniciar uma guerra dentro da unidade”, enfatiza a nota.

O movimento no presídio acabou fazendo com que familiares dos detentos fossem para a frente da unidade e iniciassem um protesto denunciando tortura contra os presos. A direção defende-se dizendo que, após flagrar as armas nas celas, foi decidido recolher rádio, televisão e ventiladores – como forma de punir, já que os objetos são tidos como regalias.

O diretor do presídio, Saulo Santos, foi procurado para falar sobre o caso, mas disse que estava em Rio Branco quando a revista ocorreu e que o posicionamento oficial era o divulgado em nota à imprensa.




Fonte: G1