Disque-Denúncia oferece recompensa por 3 criminosos à frente de batalha por comando da Babilônia, segundo a polícia. Em 2017, 1.066 presos se aproveitaram de benefício para fugir.
Por Eduardo Tchao, Felipe Freire e Marco Antônio Martins, TV Globo e G1 Rio
09/06/2018 07h00
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Disque-Denúncia oferece recompensa sobre criminosos que comandaram confronto no Morro da Babilônia (Foto: Divulgação) |
Os tiroteios que assustam há uma semana os bairros do Leme e de Copacabana pelo controle da venda de drogas no Morro da Babilônia são comandados por traficantes de duas facções que deixaram a cadeia pela porta da frente.
De acordo com investigações da polícia, os criminosos conhecidos como Léo do Dique, Léo Marrinha e Cara Preta se aproveitaram do regime semiaberto, deixaram o presídio durante do dia e nunca mais voltaram. Agora, chefiam a disputa que tem assustado moradores da Zona Sul do Rio, segundo investigadores.
O Disque-Denúncia - (21) 2253-1177 - oferece recompensa de R$ 1 mil para quem der informações que levem à prisão de um deles.
"Os apenados descobriram uma brecha no sistema penal, uma brecha que viabiliza que eles consigam efetuar o que se chama fuga pela porta da frente. Ou seja, aproveitar de um benefício que a lei prevê e através desse benefício conseguir sua liberdade de forma indevida, de forma prematura. Já se deixou de ser uma brecha pra se tornar uma verdadeira cratera", diz o promotor André Guilherme de Freitas.
Leandro Braz Rodrigues
38 anos
Léo do Dique
foragido desde 2012
Leonardo Serpa de Jesus
41 anos
Léo Marrinha
deixou a cadeia em 2016
Paulo Roberto da Silva Taveira
34 anos
Cara Preta
saiu da prisão em 2015
Os Léos, do Dique e Marrinha, são da facção Comando Vermelho e segundo a polícia foram escolhidos pela quadrilha para tentar retomar o Morro da Babilônia, perdido para o Terceiro Comando Puro em abril passado. As comunidades do Chapéu Mangueira e da Babilônia, ambas no Leme, são as únicas nas mãos do TCP em toda a Zona Sul.
Para os investigadores, os dois traficantes voltaram a comandar a venda de drogas no Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, e tentam invadir os morros do Leme, dominados pela facção rival.
A presença deles, ainda segundo policiais, também serve para impedir ataques contra as comunidades que dominam atualmente: Pavão-Pavãozinho e Ladeira dos Tabajaras, por exemplo.
Tiros fecham Pão de Açúcar
Os conflitos na Babilônia provocaram terror em um bairro vizinho de área militar na sexta-feira (8). Um tiroteio na mata entre policiais e traficantes levou pânico a moradores do bairro da Urca.
A troca de tiros na Praia Vermelha foi tão intensa que interrompeu pela primeira vez o funcionamento do Bondinho do Morro da Urca por um caso de segurança pública. O turismo no Pão de Açúcar teve que ser interrompido mais cedo, e turistas viveram momentos de medo.
Mais cedo, policiais do Batalhão de Choque tiveram a informação de que traficantes estavam escondidos em pontos da Babilônia. Houve confronto, os PMs chegaram a ficar encurralados, mas conseguiram prender um deles.
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Fuzis apreendidos pelo Choque em ação na Babilônia que teve tiroteio na Praia Vermelha (Foto: Divulgação/PMERJ) |
Seis fuzis foram apreendidos na mata entre o Leme e a Urca. Cinco deles fuzis são de fabricação estrangeira:
2 fuzis AK-47, de fabricação Russa
1 fuzil FN Scar, de fabricação belga
1 fuzil G3, da Alemanha
Um M1 Garand, dos Estados Unidos.
A arma de fabricação nacional foi um Fuzil Automático Leve (FAL), de calibre 7,62.
A Polícia Militar chamou mergulhadores ao local por ter a informação de que outras armas - dois fuzis 762 e uma pistola - caíram no mar. Até o fechamento desta reportagem, as armas ainda não teriam sido encontradas.
Mais de 1 mil fugitivos em 2017
Só no ano passado, 1.066 presos tiveram o benefício da Justiça de deixar as unidades e não retornaram. Em 2013, foram 312.
"Não há dúvidas: está previsto em lei, mas que exige hoje um maior rigor por parte do Judiciario, do próprio Ministério Público na verificação caso a caso", explica o procurador Antônio José Campos Moreira.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio informou que "os apenados recebem os benefícios previstos na Lei de Execução Penal. O juiz avalia o tempo de cumprimento de pena e se possui mérito carcerário. Não havendo óbice, compete ao juiz obedecer a lei. Tão logo é comunicado ao juiz que o apenado não retornou, expede-se mandado de prisão".
"Os casos de benefícios extramuros é para o sujeito estudar, trabalhar ou visitar a família, o que acontece no regime semiaberto. Não há a tornozeleira eletrônica ou qualquer tipo de vigilância sobre o apenado. Ele sai da prisao de forma desvigiada e volta. Se quiser voltar", afirma o promotor André Guilherme de Freitas.
Fonte: G1
Contraponto: Estes números não são exclusividade do Estado do Rio de Janeiro, isso é apenas o reflexo do que acontece diuturnamente em todo o território nacional e não é discutido pelas autoridades, esta submerso das discussões dos "especialistas", que não sabem de nada e jamais colocaram um pé dentro do chão das prisões.
Especialistas estes que estão seguros em seus condomínios fechados, em seus carros blindados e cercado de seguranças, diferente da grande massa que compõe a população brasileira, e que esta exposta a todos os riscos e ameaças que este bandidos promovem contra a sociedade brasileira.