14 junho 2018

Parceria entre PC, MP E SAP faz Polícia e MP deflagrarem Echelon contra o PCC em 14 Estados

Polícia prende 61 integrantes de facção durante operação em 14 estados. Justiça autorizou 75 mandados de prisão e 59 de busca e apreensão contra acusados de integrar a facção. 













Por TV Globo e G1 SP
14/06/2018 07h23 - Atualizado as 20h50

Penitenciária Federal de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN). Foto: JOSEMAR GONÇALVES/TRIPÉ FOTOGRAFIA




O secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Mágino Alves Barbosa Filho, disse, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (14), que a operação que prendeu integrantes do PCC foi um "golpe duro, sério", na organização criminosa.

O grupo investigado é responsável por acirrar disputa entre facções no país, elevando o número de assassinatos. 61 pessoas de uma célula do PCC foram presas.

Ao abrir a coletiva, Mágino chegou a classificar operação, nomeada de Echelon, como um golpe "mortal" na facção, mas ao ser questionado por jornalistas, acabou optando por outra definição.

“Se eu usei a expressão golpe mortal, [na verdade] é um golpe duro e sério na facção PCC porque, obviamente, a luta contra o crime organizado não é uma luta de uma campanha que se realize para esse fim. É uma luta diária, que já vem sendo feita há muito tempo. Então cada vez que você consegue derrubar um esquema do crime organizado é uma grande vitória e é um golpe que é sentido pela organização criminosa. É exatamente isso que quero dizer quando afirmo que é um golpe muito sério, muito duro. Nós não estamos aqui falando que acabamos com o crime organizado. Nós demos um passo nessa guerra que é diária. Um passo muito sério, muito efetivo no sentido de derrubar um esquema do crime organizado", defendeu o secretário.

A Operação

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (14) 61 pessoas de uma célula do PCC, facção que age dentro e fora dos presídios. O grupo investigado é responsável por acirrar disputa entre facções no país, elevando o número de assassinatos.

No total, a polícia tinha 75 mandados de prisão, 59 foram cumpridos, duas prisões ocorreram em flagrante, e 59 mandados de busca e apreensão, dos quais 32 foram cumpridos.

A célula do PCC investigada pela operação nomeada de Echelon, resultado de uma parceria da polícia com o Ministério Público e a Secretaria de Adminsitração Penitenciária de São Paulo, atua em outros estados e países vizinhos.

As investigações começaram a partir de trechos de manuscritos encontrados nos esgotos do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, por agentes penitenciários.

Operação Echelon é realizada nesta quinta-feira (14) na região de Presidente Prudente
(Foto: David de Tarso/TV Fronteira)



Cumprimentos de mandados de prisão em Penitenciárias

A Operação Echelon, que investiga uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) chamada de “sintonia de outros estados e países”, cumpre, nesta quinta-feira (14), 15 mandados de prisão preventiva por participação em organização criminosa em quatro unidades prisionais do Oeste Paulista.

A ação é realizada em conjunto pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), e pela Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP).

Operação Echelon é realizada nesta quinta-feira (14) na região de Presidente Prudente
(Foto: David de Tarso/TV Fronteira)



Na região de Presidente Prudente, conforme o delegado Everson Contelli, são nove mandados de prisão preventiva na Penitenciária "Maurício Henrique Guimarães Pereira", a P2 de Presidente Venceslau, quatro na Penitenciária de Pacaembu, um na Penitenciária de Martinópolis e um na Penitenciária de Junqueirópolis.

No caso dos alvos que já estão no sistema prisional, o mandado será apresentado e eles responderão por mais um crime.

A Polícia Civil identificou sete líderes e confirmou a existência da célula "sintonia de outros estados e países".

Os criminosos teriam assumido as funções da "sintonia" quando os líderes da organização criminosa ficaram isolados no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em 2016, em decorrência da operação Ethos, que revelou esquema envolvendo advogados da facção.

As investigações identificaram a participação de 103 pessoas na célula, dos quais 75 têm mandado de prisão nesta quinta em:

Acre

Alagoas

Amapá

Goiás

Maranhão

Mato Grosso do Sul

Minas Gerais

Pará

Paraná

Rio Grande do Norte

Rio Grande do Sul

Roraima

São Paulo (35 mandados)

Tocantins


Alguns, por já estarem presos, terão mandados cumpridos nas prisões onde estão.

Adriano Hilário dos Santos, membro de organização criminosa preso em Cumbica, em maio (Foto: Divulgação)




"A deflagração da operação também tem por finalidade investigar o envolvimento em outros homicídios e desaparecimentos de pessoas em todo o país, a partir de um domínio único dos líderes da organização que engendraram o esquema criminoso. Durante as investigações, foram apreendidas mais de uma tonelada de drogas e preso, no aeroporto de Guarulhos, quando retornava da Bahia, em maio, um dos líderes dessa célula criminosa que autorizava mortes quase que diariamente", diz a polícia.

Na capital, os presos estão sendo levados para o Palácio da Polícia, na rua Brigadeiro Tobias.

Ele foi capturado pela Policia em 10/05/2018



Nos estados

No Paraná, a Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão em Londrina. Um homem de 30 anos, acusado de integrar a organização criminosa, foi preso em casa. A mulher dele foi levada para prestar esclarecimentos na delegacia e liberada na sequência.

O suspeito já respondeu pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas e roubo. Ele estava em liberado condicional desde janeiro deste ano. O homem será levado ao presídio de Presidente Prudente.

Em Minas Gerais, foram cumpridos 18 mandados de prisão e de busca e apreensão. Um homem e uma mulher foram detidos em Guaxupé, e um detento que já cumpre pena no presídio Floramar, em Divinópolis, foi alvo de uma nova ordem de prisão.

Nota Conjunta a Imprensa


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Fonte: G1

Contraponto: A despeito das investigações que deram inicio a partir de manuscritos descobertos por Agentes Penitenciários, isso vem corroborar as atividades de caráter policial deste abnegados profissionais que foram ignorados pelo Presidente Temer e tiveram vetado na recente publicação do SUSP o reconhecimento de suas atividades como de caráter policial.