Eduardo Aparecido, o Pisca, era o elo da facção entre Paraguai e Bolívia e foi encontrado em casarão com carros de luxo. Ele é considerado foragido por diversos crimes e deverá ser entregue à Justiça brasileira.
Marco Antônio Carvalho, O Estado de S.Paulo
18 Julho 2018 | 20h31
O brasileiro, que é considerado foragido por ter cometido diversos crimes, é tido como um importante integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) Foto: Senad Paraguay |
SÃO PAULO - Uma operação conjunta da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e do Ministério Público paraguaios, com informações da Polícia Federal brasileira, prendeu, na tarde desta quinta-feira, 18, Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca, de 39 anos.
O brasileiro, que é considerado foragido por ter cometido diversos crimes, é tido como um importante integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e possuía a função de fortalecimento das rotas de tráfico oriundas da Bolívia. Ele foi encontrado em um casarão na capital Assunção e será trazido para o Brasil.
Automóveis e motos de luxo faziam parte da rotina do capturado |
A operação ocorreu em razão de um intercâmbio de informações entre a Polícia Federal e a Senad do Paraguai. “Estamos prendendo um elemento muito importante do sistema delitivo do PCC”, disse o titular da Senad, Hugo Vera.
Os investigadores encontraram o criminoso em um casa no bairro Ykua Satí, considerado de alto padrão. Ele tentou escapar pela parte de trás do imóvel, mas acabou capturado.
Automóveis de luxo foram encontrados na garagem de "Pisca" |
A casa pertence ao ex-jogador de futebol do Cerro Porteño Roberto Nanni e tinha um sistema de câmeras de segurança que mostrava a movimentação em todo o quarteirão.
Além dele, foi preso o brasileiro Ricardo Moraes Alves e o policial paraguaio Carlos Alfredo Mendoza. O paraguaio emprestava seus documentos de identidade ao criminoso do PCC e realizava atividade de segurança no local.
Mesmo a residência tendo um sistema de videomonitoramento não foi possível a fuga |
Apesar do esquema de segurança, as autoridades informaram que ele levava uma vida tranquila e aproveitava o tempo para fazer passeios turísticos e de compras dentro do Paraguai. Carros, motos e relógios foram apreendidos na casa, mas armas não foram encontradas.
Relógio de luxo foram encontrados na residência...... |
Como funciona a facção
Denúncia oferecida pelo Ministério Público à Justiça neste mês detalhou o funcionamento da organização criminosa. O documento mostrou que o PCC montou um setor de “recursos humanos”, responsável pela manutenção de um cadastro atualizado de seus integrantes, além de ter organizado cursos de fabricação de bombas e de formar um “time” de matadores profissionais.
Os criminosos chegaram a organizar uma espécie de "código penal" para seus membros. O promotor Lincoln Gakyia, que investiga o grupo, definiu o PCC como a maior organização criminosa da América do Sul. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS.
Bem como grande quantidade de dinheiro vivo, em várias moedas |
Fonte: Estadão