18 julho 2018

Chefe regional de braço internacional do PCC no Paraguai, "Pisca", é preso em mansão em Assunção

Eduardo Aparecido, o Pisca, era o elo da facção entre Paraguai e Bolívia e foi encontrado em casarão com carros de luxo. Ele é considerado foragido por diversos crimes e deverá ser entregue à Justiça brasileira.











Marco Antônio Carvalho, O Estado de S.Paulo
18 Julho 2018 | 20h31


O brasileiro, que é considerado foragido por ter cometido diversos crimes, é tido como um importante integrante
 do Primeiro Comando da Capital (PCC) Foto: Senad Paraguay


SÃO PAULO - Uma operação conjunta da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e do Ministério Público paraguaios, com informações da Polícia Federal brasileira, prendeu, na tarde desta quinta-feira, 18, Eduardo Aparecido de Almeida, o Pisca, de 39 anos.


O brasileiro, que é considerado foragido por ter cometido diversos crimes, é tido como um importante integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e possuía a função de fortalecimento das rotas de tráfico oriundas da Bolívia. Ele foi encontrado em um casarão na capital Assunção e será trazido para o Brasil.

Automóveis e motos de luxo faziam parte da rotina do capturado


O Ministério Público do Paraguai disse que Pisca é o número 2 do PCC, enquanto a Senad o classificou como “chefe regional”. Segundo a secretaria informou à agência de notícias EFE, o brasileiro contava com seis ordens de captura por delitos ligados ao tráfico de drogas e armas, associação criminosa, sequestro e homicídios. Em 2006, ele foi preso sob a acusação de ter sequestrado a mãe do jogador Kleber Carvalho Correia, lateral esquerdo do Santos Futebol Clube.

A operação ocorreu em razão de um intercâmbio de informações entre a Polícia Federal e a Senad do Paraguai. “Estamos prendendo um elemento muito importante do sistema delitivo do PCC”, disse o titular da Senad, Hugo Vera.

Os investigadores encontraram o criminoso em um casa no bairro Ykua Satí, considerado de alto padrão. Ele tentou escapar pela parte de trás do imóvel, mas acabou capturado.

Automóveis de luxo foram encontrados na garagem de "Pisca"




A casa pertence ao ex-jogador de futebol do Cerro Porteño Roberto Nanni e  tinha um sistema de câmeras de segurança que mostrava a movimentação em todo o quarteirão.

Além dele, foi preso o brasileiro Ricardo Moraes Alves e o policial paraguaio Carlos Alfredo Mendoza. O paraguaio emprestava seus documentos de identidade ao criminoso do PCC e realizava atividade de segurança no local.

Mesmo a residência tendo um sistema de videomonitoramento não foi possível a fuga


Lorena Ledesma, da Unidade Especializada de Combate ao Narcotráfico, disse que, com o uso de documentos falsos, o Departamento de Migrações não tem informações sobre a data da entrada de Pisca ao país, apesar de haver informações sobre a chegada da sua filha. O criminoso deverá ser levado para Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, para ser entregue às autoridades brasileiras.

Apesar do esquema de segurança, as autoridades informaram que ele levava uma vida tranquila e aproveitava o tempo para fazer passeios turísticos e de compras dentro do Paraguai. Carros, motos e relógios foram apreendidos na casa, mas armas não foram encontradas.

Relógio de luxo foram encontrados na residência......



Como funciona a facção

Denúncia oferecida pelo Ministério Público à Justiça neste mês detalhou o funcionamento da organização criminosa. O documento mostrou que o PCC montou um setor de “recursos humanos”, responsável pela manutenção de um cadastro atualizado de seus integrantes, além de ter organizado cursos de fabricação de bombas e de formar um “time” de matadores profissionais.

Os criminosos chegaram a organizar uma espécie de "código penal" para seus membros. O promotor Lincoln Gakyia, que investiga o grupo, definiu o PCC como a maior organização criminosa da América do Sul. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS.

Bem como grande quantidade de dinheiro vivo, em várias moedas








Fonte: Estadão