05 julho 2018

TERMINA REBELIÃO NA CASA DE CUSTÓDIA/PR : Último refém em poder de rebelados no Casa de Custódia é liberado

O refém que ainda estava em poder dos presos rebelados na Casa de Custódia de Curitiba (CCC) foi liberado na manhã desta quinta-feira (5).















Da redação e Carolina Gabardo Belo Curitiba 
Publicado em 05 de julho de 2018 | 08h35


(Foto: Juliana Rodrigues / Rede Massa)





A liberação foi acertada na tarde de ontem, quando outros três agentes carcerários foram liberados. A informação foi divulgada pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Ricardo Miranda. Ele informou ainda que os detentos que participaram da rebelião serão encaminhados para a delegacia e serão indiciados por cárcere privado, tortura e destruição do patrimônio.

Atualização

O capitão Marcos Roberto, da Polícia Militar, conversou com a imprensa sobre o fim da rebelião na unidade. Ele afirmou que no momento estão sendo realizadas vistorias nas galerias da Casa de Custódia e, após a verificação, os presos serão recolhidos. Ainda de acordo com ele, não houve “destruição significativa” no local.

Diferente do que informou o presidente do sindicato que representa os agentes penitenciários, o capitão da PM afirmou que os presos envolvidos na rebelião não serão levados para a delegacia e todos os procedimentos serão realizados na própria unidade. “Existem mecanismos internos no Poder Judiciário para que se avaliem as possibilidades”, afirmou.

Em relação às negociações com os rebelados, o capitão afirmou que “as exigências viáveis” serão atendidas. As transferências de presos, no entanto, ainda podem demorar, mas ele não descartou que alguns detentos já estejam em trânsito para a unidade.

O agente que foi feito refém até o fim da rebelião foi levado ao hospital. De acordo com o capitão, ele está emocionalmente abalado.

Servidor herói foi o último a ser entregue pelos rebelados



Transferências

Em nota, a Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) afirmou que será realizada uma coletiva de imprensa no fim da manhã desta quinta-feira sobre o fim da rebelião. A pasta informou que a principal reivindicação dos presos "era evitar, por questões de segurança, que membros de facções rivais permanecessem num mesmo presídio".

De acordo com a nota, o Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná "já havia feito um mapeamento da localização de custódia de presos das principais facções que atuam dentro do presídio" e "já estava em andamento a remoção de presos de uma facção que estavam em celas especiais – chamadas seguro – das unidades em que predominantemente custodia detentos de facção rival".

Além disso, será instaurado um procedimento interno para apurar a entrada de aparelhos celulares na unidade.

Confira a íntegra da nota:

Encerrada rebelião na Casa de Custódia de Curitiba

Terminou pouco depois das 8h desta quinta-feira (5) a rebelião na Casa de Custódia de Curitiba. O último agente penitenciário que estava como refém dos presos foi liberado. Por precaução, ele foi encaminhado para atendimento médico. Não há informações sobre presos feridos. O secretário especial de Administração Penitenciária do Paraná coronel Elio de Oliveira Manoel vai atender à imprensa às 11h na frente da unidade prisional. 

Policiais do Batalhão de Operações Policiais (BOPE), unidade de elite da Polícia Militar, e agentes penitenciários entraram na unidade para fazer uma vistoria geral. Os detentos estão sendo concentrados no pátio para permitir a contagem dos presos e uma revista minusciosa em cada um dos cubículos. Uma equipe do Departamento Penitenciário do Paraná também ingressou na Casa de Custódia para fazer uma análise inicial dos danos provocados pelos detentos.

A rebelião começou no início da noite de domingo (1). Imediatamente agentes penitenciários do SOE (Seção de Operações Especiais) fizeram a primeira intervenção dentro do presídio restringindo os rebelados em apenas uma das galerias. A Polícia Militar chegou logo em seguida para garantir a segurança na unidade prisional. 

A principal reivindicação dos presos era evitar, por questões de segurança, que membros de facções rivais permanecessem num mesmo presídio. O Depen do Paraná já havia feito um mapeamento da localização de custódia de presos das principais facções que atuam dentro do presídio. Tanto é que o Estado do Paraná, diferente de outros estados, não registrou mortes provocadas por confronto entre facções.

No entanto, já estava em andamento a remoção de presos de uma facção que estavam em celas especiais – chamadas seguro – das unidades em que predominantemente custodia detentos de facção rival. A intenção da direção do Depen é evitar qualquer conflito entre detentos. 

Com relação aos celulares que ingressaram na Casa de Custódia de Curitiba, o Depen vai abrir um procedimento interno para apurar a entrada dos aparelhos na unidade penitenciária. Diariamente, agentes penitenciários realizam vistorias que resultam na apreensão de telefones celulares e drogas em todas as penitenciárias do Estado do Paraná.

Agentes foram torturados e mantidos em cárcere privado



Rebelião

O motim dos presos começou no fim da tarde do último domingo (1º), quando os agentes carcerários foram rendidos dentro da unidade. Desde então a polícia negociou com os presos em uma conversa considerada"tranquila" pelas autoridades.

No entanto, esta suposta tranquilidade passou a ser questionada depois que foram divulgados vídeos em que os reféns eram ameaçados com facões. 

De acordo com o Sindarspen, a superlotação na unidade e a falta de efetivo de agentes carcerários contribuiu para a rebelião. O local tem capacidade para 408 pessoas, mas abriga 640 presos e o efetivo não é compatível com o número de detentos no local.


Colaboração Juliana Rodrigues / Rede Massa




Fonte: Massa News