24 outubro 2018

40 NA CABEÇA : Márcio França diz que "não é lógico" ampliar presídios em SP, temos que investir em educação

Governador de SP e candidato à reeleição deu entrevista nesta manhã ao G1 e rádio CBN.









Por G1 SP — São Paulo
24/10/2018 12h19  


Márcio França (PSB) dá entrevista ao G1 e CBN — Foto: Marcelo Brandt/G1




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O governador de São Paulo e candidato do PSB à reeleição, Márcio França, disse na manhã desta quarta-feira (24) durante entrevista ao G1 e à rádio CBN que não é “lógico” ampliar o número de presídios existentes, e propõe que imposto sobre combustíveis seja usado no transporte público

França chegou atrasado por causa do trânsito e a entrevista que levaria uma hora, teve apenas 25 minutos de duração. Ele foi entrevistado pelos jornalistas Cíntia Acayaba e Bruno Tavares, do G1/TV Globo, Fernando Andrade e Débora Freitas, da CBN. O candidato do PSDB, João Doria, também foi convidado, mas se negou a participar de um debate.

De acordo com o governador, o custo altíssimo que o estado tem com os detentos poderia possibilitar que fossem feitas outras políticas públicas para investir na formação dos jovens, que formam a maioria dos detentos. “Os presídios são frutos da nossa sociedade. Nós tínhamos 40 mil presos há 20 anos, agora estamos com 230 mil presos”, afirmou o candidato.

“Ao contrário do que falam, presídio não é hotel de nada não. Quem entra no presídio e vê uma cela, como que convive lá dentro, sabe que não é nenhum lugar bom para se viver. Não é lógico o que nós estamos fazendo, ampliando, ampliando, presos e presídios. É como a questão da Fundação Casa, nós cuidamos dos meninos, 8 mil meninos que estão lá dentro, mas cada rapaz custa R$ 11.500 lá dentro. Não teria mais lógica a gente fazer uma bolsa lá na entrada para o menino não chegar a esse ponto?”, questiona.

Como alternativa, ele propõe a criação de uma bolsa de R$ 500 para jovens carentes, do sexo masculino e feminino, para fazerem um curso técnico no projeto conhecido como alistamento civil.

França diz que já encaminhou para a Assembleia Legislativa uma lei em que as cidades que possuem presídios devem receber um reembolso financeiro para segurança e saúde.

Márcio França (PSB) dá entrevista ao G1 e CBN — Foto: Marcelo Brandt/G1




Investimento em Transportes

O candidato à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes propõe que uma parte da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) seja investida em transporte público coletivo, como no Metrô.

“Cada quilômetro de Metrô custa 200 milhões de dólares. Vocês não acham que o governo federal tem que ajudar com um pouco desse recurso?”, questiona.

“Nunca entrou nenhum centavo do governo federal. O governo federal tem que colocar sua parte nessa história. A minha proposta é que um pedaço da CIDE sirva para investir em transporte coletivo, daquela contribuição de intervenção do domínio econômico que todos nós pagamos quando compramos combustível, um pedaço dela sirva especificamente para fazer transporte coletivo”, afirmou ele.


Márcio França (PSB) dá entrevista ao G1 e CBN — Foto: Marcelo Brandt/G1



Pesquisas

Sobre o resultado das intenções de voto das pesquisas eleitorais, França disse que está em empate técnico e que vai virar.

O Ibope divulgou nesta terça-feira (23) o resultado da segunda pesquisa do instituto sobre o 2º turno da eleição para governador em São Paulo que mostra empate técnico entre os adversários. O levantamento foi realizado entre sábado (20) e terça-feira (23) e tem margem de erro de 3 pontos, para mais ou para menos.

Nos votos válidos, os resultados foram os seguintes:

João Doria (PSDB): 53%

Márcio França (PSB): 47%

Na pesquisa anterior, João Doria tinha 52% e Márcio França, 48%.


“É um empate técnico. Eu lembro a todos que no primeiro turno, o Ibope me colocou no sábado, a eleição era no domingo, me colocou dez pontos atrás. Eu tenho absoluta certeza que nós vamos ganhar as eleições, porque percebo claramente nas ruas essa insatisfação com relação às propostas do Doria, das coisas dele, que são todas na minha avaliação uma coisa meio impossível, fora do país, uma coisa do estrangeiro, muito fora da realidade, típica de quem não tem experiência para governar”, declarou ele.

Ele ressalta que só está no segundo turno das eleições porque as pesquisas não foram precisas.

“Se as pesquisas valessem eu não estava aqui, eu cheguei no segundo turno porque as pesquisas erraram uma, duas, três vezes”, informou.





Fonte: G1