07 dezembro 2018

NÃO QUERIAM MUDANÇAS? : Doria chama ex-comandante da PM para administrar superlotados presídios de SP

Coronel Nivaldo Restivo assumirá Secretaria de Administração Penitenciária.







Rogério Pagnan
Rogério Gentile
7.dez.2018 às 13h17

Nivaldo Restivo, ex-comandante-geral da Polícia Militar de SP - Divulgação/PMSP



SÃO PAULO Ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, o coronel Nivaldo Restivo, 53, deve ser anunciado nos próximos dias pelo governador eleito João Doria (PSDB) como o futuro secretário da Administração Penitenciária, responsável pela gestão de 171 penitenciárias, com capacidade para 140 mil presos e população atual de cerca de 227 mil presos.

Atual chefe de gabinete de Mágino Alves Barbosa Filho na Secretaria Estadual da Segurança Pública, o oficial tem no currículo o comando de tropas elite, como a Rota, e participação indireta na ação policial conhecida como massacre do Carandiru, em 1992, que resultou na morte de 111 presos. À época, era tenente no Batalhão de Choque e responsável pelo suprimento do material logístico da tropa em ação.

Restivo assumirá no lugar de Lourival Gomes, secretário que trabalha no sistema prisional há 47 anos e um dos maiores conhecedores do assunto no país.

Desde que assumiu cargos de relevo em março de 2006, após os ataques do PCC pelo estado, Lourival conseguiu estancar a crise nos presídios —praticamente zerando as rebeliões e uma série de mortes no sistema prisional, apesar de uma superlotação crescente.

Atual chefe de gabinete de Mágino Alves Barbosa Filho na Secretaria Estadual da Segurança Pública, o
oficial tem no currículo o comando de tropas elite, como a Rota




Lourival assumiu o comando da pasta em março de 2009, no lugar de Antônio Ferreira Pinto, que migrou à época para a pasta da Segurança.

Ameaçado há anos pelo PCC, Lourival ive uma rotina de forte esquema de segurança e avesso a entrevistas. A última vez que falou com jornalistas foi sobre operação de inteligência da secretaria que desencadeou uma das maiores operações contra a facção, a Operação Ethos.

Filho de um sargento da Polícia Militar, o ex-comandante da PM ganhou prestígio na cúpula da Segurança Pública após conseguir realizar um trabalho eficaz de combate ao crime e reduzir uma série de indicadores de violência. Por isso, foi convidado para assumir a vaga de chefe de gabinete da pasta.





Fonte: Folha de São Paulo