Autoridades não descartam risco de novas rebeliões no sistema prisional, que há cerca de dois anos foi palco do segundo maior massacre em cadeias da história do País.
acritica.com
03/12/2018 às 10:30
Cleitman Coelho avaliou o risco de novas rebeliões por experiência na vida militar e também pela convivência nos presídios |
No dia 1º de janeiro de 2017, o sistema prisional do Amazonas registrou o segundo maior massacre da história dentro de cadeias do Brasil, com a execução de 56 detentos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
Hoje, quase dois anos depois, a tensão voltou aos presídios do Estado após o assassinato de um agente penitenciário, morto com quatro estocadas de faca caseira na tarde de sábado (1), também no Compaj. Na época do massacre, os alvos eram estupradores e detentos membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Autoridades de segurança não descartam o risco de novas rebeliões nas unidades prisionais, como informou o secretário de Administração Penitenciária (Seap), coronel Cleitman Coelho. “Há risco, sempre haverá risco, seria incerto eu descartar isso porque trabalhamos com bandidos, com criminosos cujos comportamentos são diferentes do que a sociedade exige, mas a gente não pode ficar lembrando sempre da rebelião de 2017. Rebeliões acontecem no Brasil todo e aqui (Manaus) também pode acontecer, é um risco”, explicou o secretário.
Cleitman Coelho avaliou o risco de novas rebeliões por experiência na vida militar e também pela convivência nos presídios. Porém, até o momento, não há registro oficial de ameaça de motim no Departamento de Inteligência Penitenciária (Dipen).
Entenda o caso
Há dois anos, presos da facção criminosa Família do Norte (FDN) tomaram o Compaj e executaram 56 rivais, entre eles do PCC e também estupradores. Na época, vários internos foram decapitados, outros queimados e até esquartejados. Alguns foram jogados para fora dos muros da cadeia. Cerca de 213 presos envolvidos nos crimes foram denunciados no Ministério Público do Estado.
Neste sábado (1°), o agente penitenciário Alexandro Rodrigues Galvão, 37, foi morto a facadas dentro do Compaj durante um motim dos presos, que teriam ficado revoltados com a proibição da entrada de pessoas durante as visitas.
Fonte: A CRITICA
Contraponto: Bem pequeno este contraponto, só reparem o que disse o Coronel no sábado após aquela tragédia, " O homem já foi socorrido e as visitações seguem normalmente", como se não houve anormalidade alguma em uma Unidade Prisional, em que um dos servidores é brutalmente atacado e esfaqueado por um dos detentos.....Meu Deus, eu não quero isso para Nós de forma alguma. Isso não é civilizado.
Isso é o resultado de um sistema perverso e nefasto a própria sociedade , que não ressocializa, não recupera, que somente visa o lucro sobre as vidas dos detentos ali amontoados, bem como dos servidores, que sabemos em sua grande maioria, todos contratados, e que não é culpa deles de forma alguma.
Mas da Administração Governamental que permite este tipo de gerenciamento de Unidades Prisionais. Onde a vida dos detentos e a dos servidores, estão no mesmo prato da balança. Isso na verdade é a transferência da Culpa, pois fazendo isso o Estado Omisso, se esquiva perante a mídia e a sociedade de uma responsabilidade sua, exclusivamente sua, para repassar o terceiro a culpabilização de sua incapacidade de gerir a própria Segurança Pública. Inaceitável.