26 dezembro 2018

VIROU BAGUNÇA, SEM CREDIBILIDADE : Detentos rendem funcionário e fogem do CPP de Mongaguá/SP

Em duas semanas, sete se evadiram da unidade. Crime ocorreu no fim de semana, e até agora, ninguém foi localizado.








De A Tribuna On-line 26.12.18 8h48 - 
Atualizado em 26.12.18 12h22


Em duas semanas, sete detentos fugiram da unidade (Rogério Soares/AT)



Cinco detentos que cumpriam regime semiaberto fugiram do Centro de Progressão Penitenciária Dr. Rubens Aleixo Sendin, em Mongaguá, no fim de semana. A ação foi rápida e, até o momento, ninguém foi preso. Com a fuga, nas últimas duas semanas, chegaram a sete o número de presos evadidos do local.

As informações foram confirmadas pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) na manhã desta quarta-feira (26). Toda a ação ocorreu durante a tarde, no setor da cozinha da unidade, durante o expediente de trabalho.

Cinco detentos se armaram com uma faca e correram em direção à subportaria da unidade. Um agente foi rendido quando percebeu a movimentação e tentou impedir a fuga, mas não conseguiu.

Em seguida, os cinco presos fugiram. Alertados da ação criminosa, os demais agentes da unidade realizaram buscas no entorno da unidade, mas nenhum dos fugitivos foram localizados.

A direção da unidade instaurou Procedimento Apuratório Preliminar e Disciplinar, além de ter comunicado à Polícia Civil a fuga, registrando boletim de ocorrência da Delegacia Sede. Também foi emitido comunicado ao juízo competente da região.

Sete fugitivos


Em 19 de dezembro, outros dois detentos também fugiram do CPP. Na ação, dois comparsas invadiram a unidade para auxiliar a fuga dos presos. Um alambrado e um muro foram localizados com aberturas, que facilitaram a entrada e saída do quarteto.

Logo que notou a movimentação, um dos agentes penitenciários chegou a acionar o alarme que indica a fuga dos detentos.  Um deles disparou contra o agente, acertando-o de raspão na perna esquerda. Ele foi socorrido e passa bem.

Em ambos os casos, a SAP fez questão de ressalvar que, por se tratar de unidade de regime semiaberto, não há vigilância armada e não são cercadas por muralha, sendo que a permanência dos detentos se dá pelo ‘senso de autodisciplina e autorresponsabilidade’.

Além disso, a secretaria reitera que os presos neste regime têm até cinco saídas temporárias por ano, determinadas pelo Poder Judiciário, e que quando recapturados após cometerem delitos, voltam ao regime fechado.




Fonte: A Tribuna

Contraponto :  

No site da SAP consta as seguintes informações sobre a U.P. CPP "Dr Rubens Aleixo Sendin" de Mongaguá

População prisional - data: 17/dez
Capacidade: 1640   População: 2806

Há que se notar que em uma U.P onde sua capacidade de lotação está com 1.166 detentos acima do que realmente comporta, alguma coisa está errada no Sistema Prisional Paulista e já passou da hora de colocarmos a boca no trombone. 

Nesta mesma semana, no dia 19/12, uma outra fuga, com auxílio externo tambem, tendo inclusive um servidor ferido de raspão por disparo de arma de fogo.  A unidade não tem a presença dos profissionais que poderiam prestar a segurança armada de forma adequada proporcionando segurança real e concreta ao servidores, aos detentos e a própria U.P. Estes servidores são so Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária(AEVPs)

Também nesta semana uma agressão a Servidor,  na PI de Franco da Rocha, onde o mesmo foi severamente agredido, U.P, que está com a capacidade excedida em 1.020 detentos. 

Não é possível que o administrador não entenda que é humanamente impossível colocar excessivos contigentes de detentos em estruturas prisionais que não suportam tais populações carcerárias, sem o número adequado de servidores e que consequentemente irá ocasionar os mais diversos problemas, não apenas de tentativas de fugas. 

Faltará tudo, agentes penitenciários, motoristas, oficiais administrativos médicos, servidores técnicos, dentistas, enfermeiros, viaturas, sobrecarga dos sistemas de água, esgoto, energia elétrica. fora o desgaste de todos os servidores que terão que ser responsabilizados por uma população carcerária acima de sua capacidade de trabalho. 

E com isso vem o strees, o desgaste piscológico, a frustração profissional, a falta de valorização, o desrespeito e isso tudo abre caminho para doenças psiquícas, depressão, pressão alta, alcoolismo, uso de drogas, desestruturação familiar e segregação social.  Arrastando centenas e centenas de servidores a doenças, ao limbo e ao suícidio. 

Como é possivel ver o administrador transformando em Depósitos Humanos tais edificações, e ao mesmo tempo pregando a Ressocialização e a Recuperação dos Detentos? Como é possível ver o Judiciário paulista omisso em relação aos atos do Executivo que nada faz para resolver tais problemas?

Sabemos que isso se repete em mais 70% das unidades prisionais. Fica então uma pergunta no ar. Até quando? Até a próxima tragédia ?