12 fevereiro 2019

Moro mantém Força Nacional e prorroga intervenção em presídio de Roraima

Estado enfrenta onda migratória de venezuelanos e tem sistema prisional sob intervenção.






Por Emily Costa, G1 RR — Boa Vista
12/02/2019 10h38  


Agentes penitenciários após intervenção nos pavilhões 1, 2 e 3 de Alcaçuz, em janeiro de 2017 —
Foto: Divulgação / Força Tarefa Penitenciária





O ministro da Justiça de Segurança Pública Sérgio Moro autorizou nesta terça-feira (12) a permanência da Força Nacional e da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) em Roraima até abril. As portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

Com a prorrogação, os agentes da FN ficam no estado até 28 de abril. Já os da FTIP permanecem na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, maior presídio do estado, até o dia 5 do mesmo mês, "para exercer atividades e serviços de guarda, vigilância e custódia de presos".

O decreto que mantém a atuação da FN menciona que a medida é feita "em face do atual quadro de instabilidade na Segurança Pública do Estado, em virtude de crise migratória e no sistema penitenciário".

As duas tropas atuam em Roraima desde o ano passado. O governador Antonio Denarium (PSL) solicitou que ambas ficassem no estado até agosto, mas a atuação da FN foi mantida por mais 60 dias, podendo ser prorrogado, e a da FTIP por 45.

“Roraima vem enfrentando uma grave crise econômica, que tem refletido na segurança pública. Entretanto, a partir de dezembro de 2018, com a intervenção no Sistema Prisional e o reforço da Força Nacional, constatamos que em janeiro houve uma redução da criminalidade", disse o secretário de Segurança Pública Márcio Amorim ao falar sobre o pedido de prorrogação.

Em imagem de arquivo, agentes da Força Nacional atuam em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela —
 Foto: Alan Chaves/G1 RR/Arquivo




Ao todo, são cerca de 150 agentes da Força Nacional atuando na capital Boa Vista e em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, e 83 agentes da FTIP na Penitenciária Agrícola.

Em crise financeira, o estado sofreu intervenção federal integral em 2018, enfrenta dificuldades frente à chegada de milhares de refugiados e migrantes venezuelanos que já são 10% da população local e crise no sistema penitenciário, com avanço de facções e explosão na taxa de homicídios.

Um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em vigor até março também garante poder de polícia a militares do exército que atuam em abrigos e atividades relacionadas ao acolhimento dos refugiados venezuelanos no estado.






Fonte: G1