14 março 2019

LAMENTÁVEL : Preso em Flórida Paulista, longe de Suzano, pai perde enterro de vítima por falta de escolta

Preso a 650 quilômetros de Suzano (SP), Douglas Leandro Clizesqui não vê o filho Douglas Murilo há mais de nove anos e não estará no enterro do garoto, morto no massacre de ontem.







Talita Marchao e Caroline Monteiro
Do UOL, em Suzano
14/03/2019 17h10


Flores na escola em homenagem aos mortos no ataque com tiros na escola estadual Professor Raul Brasil
 na cidade de Suzano/SP




Segundo a família, o pai precisaria de escolta, transporte e quase 8 horas de viagem para chegar de Flórida Paulista, no interior do estado, até o cemitério Colina dos Ipês, em Suzano, onde Douglas Murilo será enterrado no fim desta tarde. Mas nada disso foi disponibilizado.

"A nossa luta foi para trazer ele para ver o filho, mas as autoridades, neste momento tão difícil, não fizeram nada. O meu irmão está desesperado", disse Sandra Aparecida Leandro, tia de Douglas Murilo, durante o velório do garoto. Ele foi um dos cinco estudantes mortos pelo ataque cometido por ex-alunos na escola estadual Raul Brasil, na Grande São Paulo.

Sandra afirma que o pai do garoto teve a saída autorizada, mas a escolta exigida para o transporte de presos não foi liberada a tempo.

Pai do garoto está detido na Penienciária de Flórida Paulista a 650km da cidade de Suzano.
Imagem: Reprodução TV Fronteira


A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo disse ao UOL, em nota, que a "escolta não foi realizada por falta de condições operacionais".

Dor e ausência


Durante o velório do corpo do jovem de 16 anos, em uma igreja evangélica de Suzano, familiares criticavam o Estado pela falta do pai.

"Ele está pagando pelo que fez de errado. Mas as autoridades não ajudam as famílias. Ninguém se mobilizou para trazê-lo", disse Sandra.

Douglas foi condenado em 2003. Saiu sob condicional em 2008, mas foi preso novamente em 2010 e cumpre pena por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

 Velório dos corpos de seis das vítimas do massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano/SP




Nas conversas entre presentes no velório, era possível ouvir questionamentos sobre a diferença de tratamento dada a Douglas e ao ex-presidente Lula, que viajou sob escolta da Polícia Federal de Curitiba a São Bernardo no início do mês para o enterro do neto.

A família diz que tentou a liberação de Douglas durante toda a madrugada, com base no artigo 120 da Lei de Execução Penal que permite a saída da prisão em casos de falecimento ou doença grave de cônjuges ou familiares de presos.

Em nota, a SAP disse que "todas as medidas administrativas foram tomadas para realização do transporte do sentenciado ao velório. Porém, a confirmação do parentesco somente ocorreu às 8h da manhã da data de hoje, 14/03, pois ainda não havia parentes cadastrados no rol de visita do preso, o que dificultou o processo".

Douglas Murilo Celestino, uma das vítimas do massacre de Suzano (SP). Entre suas paixões estavam o
Corinthians, o rap e música eletrônica


Menino estava entre os feridos


Segundo familiares, Douglas Murilo chegou a pular o muro da escola, mas teria voltado para ajudar a namorada, que estava ferida. A jovem, que não foi identificada, está entre os feridos.

O tio de Douglas Murilo, Cláudio Cabral, conversou com a reportagem do UOL enquanto procurava o adolescente -- ele não tinha sido encontrado em nenhum hospital.

Posteriormente, foi informado pelas autoridades que dois jovens tinham os documentos trocados. Quando a família encontrou Douglas Murilo no hospital de Mogi das Cruzes, recebeu a notícia de que ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.




Fonte: UOL


 O que é Isonomia:


Isonomia é o princípio de que todas as pessoas são regidas pelas mesmas regras, da condição de igualdade. Enquanto princípio jurídico, é a igualdade entre todos os cidadãos, independente de classe ou gênero. 

A palavra vem do termo igual em grego isonomia, composto pelos radicais iso, que significa o mesmo, e nomos, que quer dizer lei. Por sua etimologia, a palavra isonomia significa "de mesma lei".

Alguns sinônimos para isonomia são os termos equidade, paridade, equivalência e igualdade.

O chamado Princípio da Isonomia, ou Princípio da Igualdade, é o conceito jurídico de igualdade entre as pessoas, de forma a serem julgadas da mesma maneira e sem distinção ou exclusão. É utilizado principalmente pelo Direito Constitucional, Direito Processual, Direito Público, Direito Tributário, entre outras áreas, e está garantido no artigo quinto da Constituição Federal Brasileira, em que diz que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".

É um dos principais pontos da democracia, e deve ser garantido pelo Estado para que haja justiça para e entre todos os cidadãos. É um conceito primordial dos princípios constitucionais nas democracias modernas.


O princípio da isonomia influencia diretamente na doutrina jurídica, em que um legislador não pode propor leis que possam violar a igualdade. Assim como atua na conduta do indivíduo, que também não deve ignorar a isonomia, o que corresponde a não cometer atos racistas, preconceituosos ou discriminatórios.