Afirmação é do subprocurador-geral de Justiça de São Paulo, que divulgou detalhes de ação deflagrada nesta sexta-feira.
Bruno Ribeiro, O Estado de S. Paulo
03 de maio de 2019 | 17h28
Dinheiro foi apreendido durante operação contra integrantes do PCC Foto: Polícia Militar/Divulgação |
SÃO PAULO - Uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) vinha monitorando os hábitos de "agentes públicos", promotores de justiça e policiais, anotando horários e locais que frequentavam.
Essa célula estava no centro da Operação Jiboia, deflagrada nesta sexta-feira, 3, que resultou na prisão de 44 pessoas em 20 cidades do Estado de São Paulo. A principal suspeita do Ministério Público Estadual é que essa célula tinha missão de planejar ataques para responder à transferência dos líderes da facção criminosa para presídios federais, ocorrida há três meses.
A ação não alcançou todos os objetivos e, segundo a Polícia Militar, até o fim da tarde desta sexta ainda havia buscas sendo feitas. Dos 50 mandados de prisão que seriam cumpridos nesta sexta, 17 suspeitos não foram capturados. Além das 33 prisões por mandado, os mais de 500 policiais que participaram da ação fizeram 11 prisões em flagrante, por crimes como tráfico de drogas e porte de armas, de suspeitos que passarão agora por audiências de custódia. Entre os flagrantes, foram quatro detidos na cidade de São Paulo, cinco em Ribeirão Preto e dois em Sorocaba.
Em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério Público Estadual na tarde desta sexta, o subprocurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Surrubbo, afirmou que o enfrentamento a essa célula que colhia informações sobre as autoridades foi pensado para ocorrer em paralelo a outras investigações contra a facção, tocadas pelas unidades regionais do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba e Santos.
"O trabalho visava a desarticular ações de rua da facção e uma das forças-tarefa, instalada no âmbito do Gaeco da capital, acabou também realizando um trabalho, que hoje foi muito produtivo, que desarticula uma célula da facção que procurava trabalhar e fazer levantamentos para futuros atentados contra a vida de agentes públicos, promotores de justiça e outros", disse o subprocurador.
Surrubbo não informo o nome de nenhum dos possíveis alvos da facção nem informou os nomes dos presos. Ele também não informou quais tipos de mandados de prisão foram cumpridos (se eram temporários, com prazo determinado, ou preventivos, sem preza preestabelecido). Também não informou em quais regiões estavam os 17 alvos que conseguiram escapar.
O subprocurador destacou que foram cumpridos ainda 30 mandados de busca e apreensão que resultaram na apreensão de documentos da quadrilha. "Esse material é importantíssimo", afirmou Sarrubbo.
A Polícia Militar apreendeu cerca de R$ 1 milhão em cédulas na operação. Também informou ter apreendido drogas e armas.
Fonte: ESTADÃO