26 maio 2019

CENAS FORTES, ESTE É O CENÁRIO QUE DORIA QUER PARA SÃO PAULO : Compaj tem rebelião e IML confirma 15 mortes, no AM

Ainda não há informações exatas sobre o número de vítimas, mas duas mortes são confirmadas. Unidade é a mesma onde houve rebelião que resultou na morte de 56 pessoas em janeiro de 2017.







Por Ive Rylo, G1 AM
26/05/2019 13h49  
Atualizado as 18:00


Policia em alerta no Compaj, Foto : Marcelo Camargo / Agência Brasil

















Uma briga entre detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) - localizado na BR-174, em Manaus - neste domingo (26) terminou com 15 mortos. A informação foi confirmada pelo Governo do Amazonas.

O conflito foi confirmado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) às 12h30 (horário local). O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para realizar a remoção de corpos e três viaturas foram encaminhadas à unidade.

Corpos sem vida e sob a custódia de empresa privada, mas que cuja responsabilidade
sabemos é do Estado do Amazonas

Segundo o titular da pasta, coronel Marcos Vinicius Almeida, os crimes foram cometidos durante o horário de visitação na unidade. As vítimas foram assassinadas asfixiadas ou perfuradas com escovas de dentes.

"Não foi rebelião. É uma briga de internos. Nunca havia acontecido mortes durante visitas. Alguns morreram dentro da cela com as grades trancadas. Eles cometeram os crimes também em frente aos familiares", afirmou.

Matança em briga generalizada ou em rebelião como diz o administrador não se justifica
a ausência de ordem é nítida, serviços privatizados não funcionam



O secretário informou também que não houve reféns, agentes feridos ou fuga de detentos.

Questionado sobre denúncias feitas por familiares dos detentos de que policiais em helicópteros atiraram contra presos, ele afirmou que os tiros efetuados não foram direcionados a pessoas e serviram apenas para contenção.

Estas imagens mostram a falência do Sistema Penitenciário dos Amazonas
que trocou a segurança e a disciplina por privatização



Sobre as motivações para a briga, o titular da Seap disse que uma investigação foi aberta. Enquanto isso, as visitas à unidade estão suspensas.

"O Estado não reconhece facções. Estamos investigando o que teria motivado isso. As câmeras internas registraram todos os crimes e vamos encaminhar as informações à Justiça", afirmou.

Somente a retomada das Unidades  Prisionais pelo Estado e sua consequente vigilância por
Agentes Penitenciários concursados é que será imposta a disciplina
A Secretaria de Comunicação do Amazonas (Secom) informou que o Compaj conta com reforço de policiamento nas muralhas, nos ramais de acesso e na estrada. O secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, determinou, ainda, reforço em outras unidades do sistema, por medida de precaução.

Enquanto isso não ocorrer o estado do Amazonas terá que conviver com estas mortes
sob sua responsabilidade, e de quem teve a infeliz idéia de privatização

A briga teria iniciado no pavilhão 3 da unidade e se estendido até a área 5. O Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e o Comando de Policiamento Especial (Choque) já estão na unidade prisional.

A mãe de um detento estava no local e testemunhou o início da briga generalizada. Ela afirma que visitantes foram tomados como reféns.

'Não foi rebelião', afirmou titular da Seap — Foto: Rickardo Marques/G1 AM




"Eu estava na cela sete. Foi uma agonia muito grande. Começou uma correria, e todos estavam batendo nas celas, nas portas, e correndo pelos corredores. Tinha um [detento] na cela oito que estava amarrado. Os policiais tiraram as visitas, mas os presos pegaram um monte e levaram para quadra", disse a mulher, que pediu para não ser identificada.

A irmã de um preso do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) - que fica no mesmo complexo presidiário - afirmou que a unidade também teve visitações suspensas.

Familiares desesperados  chegaram a bloquear entrada da unidade — Foto: Ive Rylo/G1 AM


"Era 12h15 quando começou a agitação. O pessoal falou que tinha começado uma rebelião e que já tinham matado duas pessoas. Eles mandaram todos os visitantes saírem. Estávamos no CDPM, e tivemos que sair porque iam trancar os presos nas celas", disse.

Palco de massacre em 2017

A unidade é a mesma onde houve uma rebelião que resultou na morte de 56 pessoas em janeiro de 2017. Na ocasião, a rebelião durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário como "o maior massacre do sistema prisional" do Estado.
Rebelião ocorreu na manhã deste domingo (26) no Compaj — Foto: Ive Rylo/G1 AM

Em dezembro do ano passado um agente penitenciário foi morto dentro do Compaj. À época, 12 detentos foram presos suspeitos da morte.





Fonte : G1
Fonte Imagens Auxiliares: Aplicativo de wattsapp