Bacharel em direito foi condenado pelo assassinato da própria filha, Isabella, em março de 2008.
Rogério Pagnan
30.abr.2019 às 20h34
Alexandre Alves Nardoni e a madastra Anna Carolina Jatobá deixam o IML de São Paulo após serem submetidos a exames após serem libertados, em São Paulo - 11.04.2008 - Grizar Junior/Futura Press/Folha |
Isso significa que o bacharel em direito poderá trabalhar fora da prisão durante os dias da semana e, ainda, poderá deixar o presídio em cinco oportunidades ao longo do ano, nas chamadas “saidinhas”, em datas comemorativas como o Dia das Mães, Dia dos Pais e final do ano.
No presídio de Tremembé, onde está desde 16 de maio de 2008, Alexandre tem a possibilidade de trabalhar fora das grades, mas ainda no interior do presídio —há uma ala destinada a esse tipo de regime mais brando dentro do complexo. Ele também poderá pleitear a transferência para outra unidade no estado, mas isso ainda não foi decidido pela família Nardoni.
A ordem judicial foi comunicada à direção do presídio ainda na tarde desta terça (30) e, assim, o criminoso deve ser enviado para o novo regime o quanto antes. Essa transferência pode, porém, demorar um pouco porque há necessidade de abertura de vaga no sistema penitenciário.
Alexandre não deverá ser liberado, porém, para deixar a prisão no Dia da Mães, no próximo mês, porque há um período de 30 dias de carência antes que o benefício possa ser usufruído.
Pai e madrasta de Isabella Nardoni foram condenados pela morte dela em 2008 Foto: reprodução/ TV Globo |
Alexandre, assim como a mulher dele Anna Carolina Jatobá, 35, também condenada pela participação no crime, mantêm a versão de inocência.
Segundo a acusação, o casal matou Isabella, de 5 anos, ao atirá-la pela janela do apartamento do pai, no sexto andar do edifício London, na zona norte da capital. Antes de arremessá-la pelo buraco da tela de proteção, porém, os dois teriam agredido a menina após discussão, ainda segundo a versão oficial.
A Promotoria não conseguiu apontar, porém, o motivo do assassinato.
Condenada a 26 anos e oito meses de prisão, Anna conseguiu o regime semiaberto ainda em 2017 e já deixou a prisão algumas vezes. O casal tem dois filhos, atualmente com 14 e 12 anos de idade.
O advogado do casal, Roberto Podval, disse que não poderia comentar a decisão em razão do segredo de Justiça imposto ao processo. O Ministério Público de São Paulo disse que ainda não foi comunicado oficialmente da decisão, mas que, caso confirmada, irá recorrer.
Fonte: Folha de São Paulo