04 julho 2019

MAS NÃO SOMOS DA SEGURANÇA, AÇÃO CONJUNTA PC, MP-SP E GIR : Criminosos presos em operação podem ter movimentado R$ 15 milhões para o PCC

Integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) usavam contas bancárias de novos membros para movimentar ao menos R$ 280 mil por mês provenientes do tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil do Estado de São Paulo.







ESTADÃO Conteúdo
José Maria Tomazela
03/07/2019 19h30


Policia  cumpriu mandado na Penitenciária de Mirandópolis
Foto: Divulgação/Polícia





Os correntistas eram acionados por um líder da quadrilha usando um aplicativo de celular para obter as senhas e fazer a coleta dos valores monetários depositados nas contas desses "laranjas". A polícia suspeita que o esquema operava desde 2013, podendo ter movimentado mais de R$ 15 milhões.

O criminoso incumbido da coleta, conhecido como 'Motoboy' ou 'Pablo', foi um dos alvos da Operação Welfare (Bem Estar), realizada nesta quarta-feira, 3, que resultou no cumprimento de 35 mandados de prisão e 46 mandados de busca e apreensão, além de 16 buscas administrativas realizadas dentro de celas de presídios do Estado. Outros três mandados de prisão ainda serão cumpridos.
Polícia suspeita que o esquema operava desde 2013/Foto: Polícia Civil/Divulgação / Estadão



Conforme o delegado José Carlos de Oliveira Junior, do Departamento de Polícia Judiciária de Presidente Prudente, interior de São Paulo, onde as investigações tiveram início, o Motoboy agendava pelo aplicativo data, hora e endereço para fazer a coleta do dinheiro.

"Às vezes, ele fazia contato telefônico, mas sempre de forma resumida, tentando evitar suspeitas por parte da polícia em caso de interceptação telefônica", disse. Quando o valor a ser retirado excedia o limite de saque, o dono da conta ia ao caixa acompanhado pelo 'coletor'. O criminoso, que não teve a identidade revelada, é considerado membro importante na hierarquia do PCC

GIR teve atuação destacada em conjunto com o MP-SP



Entre as prisões decretadas estão as de 13 detentos que já estão no sistema penitenciário. No interior das unidades, eles formavam células que cooptavam familiares e visitantes dos detentos para integrar o esquema em troca de favores e ajuda financeira. Conforme o delegado, a "sintonia da ajuda", como são conhecidos os integrantes, ofereciam transporte para parentes dos presos, pagamento de aluguel, despesas médicas e odontológicas, e até a quitação de pequenas dívidas. Em troca, os cooptados, na maioria mulheres, cediam suas contas bancárias para depósitos e transferência do dinheiro da droga.

As investigações duraram seis meses. Os envolvidos vão responder pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles também tiveram os cadastros de pessoa física (CPF) bloqueados no sistema bancário. Os materiais, anotações e documentos apreendidos durante as buscas ainda serão analisados e podem resultar em novas prisões.
Dinheiro financia a compra de drogas e a logística de grandes assaltos planejados
Imagem: Arquivo Pessoal



A operação teve a participação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado para as buscas em presídios. As prisões e buscas aconteceram em penitenciárias de Presidente Venceslau, Presidente Bernardes, Martinópolis, Pacaembu, Irapuru, Valparaíso e Mirandópolis, além do Centro de Detenção Provisória de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, e da Vila Independência, na capital.

Fora dos presídios, foram feitas prisões em Boituva, Tietê, Itapira, Piracicaba, Birigui, São José do Rio Preto, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos e Barueri, além da capital.






Fonte: UOL / VIA ESTADÃO Conteúdo