Juiz federal aposentado afirmou que são necessárias medidas em conjunto entre Brasil e Paraguai.
Mayara Bueno
Em 12h48 - 22/07/2019
Odilon de Oliveira, juiz federal aposentado, durante Midiamax Entrevista. (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax). |
No Midiamax Entrevista desta segunda-feira (dia 22), o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT) afirmou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) sempre sairá vencedor, se ações conjuntas de combate ao crime organizado não forem tomadas em conjunto pelo Brasil e Paraguai.
“Se o Paraguai atuar ferrenhamente e o Brasil não, ou vice-versa, teremos um fracasso. O PCC tende a ganhar”, avaliou. Odilon, que atuou em casos de crimes na fronteira entre os dois países, pelo Mato Grosso do Sul, disse que o momento é delicado e está acompanhando a situação, “que nunca terá fim, só se um dia desaparecer a droga”. “E o que move é o dinheiro, dinheiro fácil conseguido pela droga. Precisamos de atenção especial do governo federal em Mato Grosso do Sul”.
A respeito de processos que acabam prescrevendo, o juiz federal afirmou que a saída é aumentar número de magistrados capazes de fazer o julgamento andar. “Temos de ter estrutura para competir com a tecnologia, que é usada pelo crime”.
Em MS, lembra, existem duas varas federais há mais de 10 anos, um período que aumentaram casos de contrabando e tráfico. Para ele, PF (Polícia Federal), onde começa o trabalho de investigação, “tem boa vontade”, mas não tem estrutura. Complementa dizendo que a Justiça está sobrecarregada e, com primeira e segunda instâncias, além do TRF (Tribunal Regional Federal), STJ (Superior Tribunal Federal) e STF (Supremo Tribunal Federal) para recorrer, determinadas ações podem prescrever.
Ainda na área criminal, Odilon de Oliveira comentou sobre a decisão do ministro Dias Toffoli de suspender os dados obtidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) na investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro.
“Não quero criticar, mas é incompatível com a atual situação do Brasil. O País combate através de uma estratégia internacional, liderada pelo Gafi, que se não tiver a cobertura das leis, tende a fracassar”.
A decisão de Toffoli, acrescenta, tende a “pesar negativamente”. “O Coaf tem que ter seu papel e é exercido por servidores que, por obrigação legal, tem de encaminhar qualquer vestígio de irregularidade”.
Odilon ainda falou sobre outros assuntos, como política. A live está disponível nos canais do Facebook e Youtube do Jornal Midiamax.
Fonte: MIDIAMAX