Curso de gerenciamento de crise para 36 servidores da SAP está sendo ministrado no Centro de Detenção Provisória de Taiúva.
Marcus Liborio - CRN
15/10/2019
Célula de Intervenção Rápida atua para manter a segurança e a disciplina nas unidades prisionais |
Servidores da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) participam de um treinamento para gerenciamento de crise em presídios. Realizado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taiúva, o curso irá formar Células de Intervenção Rápida (CIR) para atuar em unidades prisionais da Coordenadoria da Região Noroeste (CRN).
Aplicado pela Escola de Administração Penitenciária (EAP) "Dr. Luiz Camargo Wolfmann", o “Programa de Desenvolvimento Técnico para Intervenção Rápida” é voltado aos Agentes de Segurança Penitenciária (ASPs) e aos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVPs), totalizando 36 participantes.
Treinamento aborda o uso de armamento e técnicas de tiro |
Ministrado pela diretora do Centro de Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos da EAP, Katia Cilene Salles, o curso é divido em dois módulos. O primeiro tem como metodologia aulas expositivas e dinâmicas de grupo e conta com disciplinas teóricas, como auxílio psicológico, direitos e valores humanos.
O segundo estágio trabalha ações práticas, como uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e técnicas de intervenção. “Eles aprendem a entrar na unidade prisional de forma segura, a fazer imobilização e algemação, uso de armamento e técnicas de tiro. A gente capacita. Contudo, com a intenção de que não seja necessário usar armas”, pondera Kátia.
Segundo estágio do curso trabalha ações práticas, como técnicas de intervenção |
Extensão
O Coordenador da CRN, Carlos Alberto Ferreira de Souza, explica que a CIR é uma extensão do Grupo de Intervenção Rápida (GIR). “Com a criação do GIR, os agentes de segurança tiveram um treinamento que possibilitou intervir em casos de indisciplinas graves que poderiam ocorrer entre presos. Hoje, entretanto, existem dez equipes do GIR na Secretaria. Então, foi decidido fazer módulos menores que possam atuar diretamente na unidade. É como se o GIR tivesse ‘vários braços’ no Estado”, detalha o coordenador.
Coordenador da CRN, Carlos Alberto (ao centro) participou de aula inaugural - na foto, o diretor do CDP de Taiúva, Douglas Galdino |
Ferreira de Souza pontua que a CIR responde ao diretor da unidade, o que permite, em um momento de crise, imediatamente atuar e resolver uma situação que poderia causar algo mais grave. “A importância de ter a CIR é justamente essa: a intervenção rápida, para que o diretor possa manter a segurança e a disciplina”.
Servidores aprendem a entrar na unidade prisional de forma segura |
Operacionais
Segundo o diretor do Grupo Regional de Ações de Segurança e Disciplina da CRN, Marcos Paulo Amaro, duas unidades da Região Noroeste possuem GIR e 27 contam com CIR - sendo três delas com equipes em formação. “Temos aproximadamente 344 operacionais em atividade e mais 36 em processo de composição”, detalha Amaro.
Ele destaca, também, que a CIR atua em ações preventivas e resposta rápida diante de atos de insubordinação dos presos. “Entre as funções do operacional, estão, ainda, revistas especiais em celas e demais dependências das unidades para localização de objetos ilícitos, combate a movimentos de indisciplina, revoltas, motins e tentativas de fugas, entre outras”, resume.
Treinamento prático realizado no CDP de Taiúva |
Esta é a primeira vez que o curso é ministrado no CDP de Taiúva. Para o Diretor da unidade, Douglas Fernando Semenzin Galdino, toda iniciativa que visa a capacitação dos servidores é bem-vinda. “Para nós, é uma alegria muito grande receber o curso. Treinamento nunca é demais. A Secretaria tem investido nisso”, observa.
Resolução
A CIR foi instituída na SAP em 2009, por meio da Resolução SAP 155. O treinamento busca desenvolver aptidões e atitudes do servidor, visando à prevenção da saúde mental, fortalecimento e valorização pessoal, bem como potencializar habilidades para resultados operacionais.
“O funcionário não é obrigado a fazer o curso. Ele escolhe servir um pouco mais do que o comum, porque no momento da crise ele vai lá colocar em risco a própria vida na proteção da unidade, defendendo os colegas de trabalho”, finaliza o coordenador Carlos Alberto.
Participantes aprendem a manusear o armamento |
Fonte: SAP