Moradores de Sumaré foram condenados por coordenarem célula jurídica da maior facção criminosa do Brasil, que é conhecida como "sintonia dos gravatas".
George Aravanis
04/01/2020
Marcela foi presa e expulsa do Paraguai em maio de 2017; ela foi beneficiada com prisão domiciliar Foto: Polícia Civil do Paraná / Divulgação |
O TJ (Tribunal de Justiça) reduziu a pena de dois moradores da região acusados de liderarem a célula jurídica do PCC (Primeiro Comando da Capital), conhecida como “sintonia dos gravatas”. O bacharel em direito Valdeci Francisco Costa teve a pena diminuída de 30 para 16 anos de cadeia, e a advogada Marcela Antunes Fortuna, de 17 para 11 anos, 11 meses e dez dias. Ambos são de Sumaré, foram investigados pela operação “Ethos” e condenados por organização criminosa e por corrupção ativa.
O TJ (Tribunal de Justiça) reduziu a pena de dois moradores da região acusados de liderarem a célula jurídica do PCC (Primeiro Comando da Capital), conhecida como “sintonia dos gravatas”. O bacharel em direito Valdeci Francisco Costa teve a pena diminuída de 30 para 16 anos de cadeia, e a advogada Marcela Antunes Fortuna, de 17 para 11 anos, 11 meses e dez dias. Ambos são de Sumaré, foram investigados pela operação “Ethos” e condenados por organização criminosa e por corrupção ativa.
A decisão é de 18 de dezembro. No caso de Valdeci, que segundo o processo on-line no TJ está preso, o desembargador o absolveu da acusação de organização criminosa porque o réu já tinha sido denunciado pelo mesmo crime em outro processo apresentado seis meses antes, em Campinas (junho de 2016).
Marcela tinha contra si um mandado de prisão expedido na Operação Ethos, que revelou em novembro do ano passado a reorganização do PCC Foto: Polícia Civil do Paraná / Divulgação |
O desembargador Xavier de Souza, relator do caso no Tribunal, entendeu que as evidências de que o acusado integrava a organização criminosa são do período anterior a junho de 2016, e tinham de ser analisados no outro processo.
O desembargador manteve, porém, a condenação por corrupção ativa. Segundo o acórdão, o grupo teria cooptado um membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana para colaborar com o PCC, com fiscalizações em presídios e denúncias de violência policial.
No processo, o MP afirma que Valdeci, um ex-detento formado em direito, coordenava a célula jurídica sob a supervisão direta do conselho deliberativo da facção
O advogado dele, Daniel Macedo, já recorreu pedindo a absolvição e alega que, se não houve o crime de organização criminosa, não poderia se configurar o de corrupção. O advogado nega todas as acusações. No caso de Marcela, contou para a redução o fato de ela ser ré primária. A advogada chegou a ser presa (veja o vídeo), mas foi beneficiada com prisão domiciliar, concedida por ter filho menor de 12 anos.
A Justiça entendeu que ela era uma das gestoras da célula jurídica. Segundo a denúncia, enviava e-mail a advogados cobrando relatórios e até ameaçou os colegas com “medidas enérgicas”.
No processo, Marcela diz que teve contato com detentos que lhe pediam ajuda e só passava os casos a outros advogados. Afirma que não integrava o PCC e nega crimes. O advogado de Marcela, Ernesto José Coutinho Júnior, disse que vai recorrer pela absolvição porque não há provas contra sua cliente.
A SAP (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) não respondeu se Valdeci está preso. O LIBERAL não conseguiu contato com o advogado dele.
Fonte: O LIBERAL