A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal reagiu à declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparou ontem funcionários públicos a parasitas, durante evento no Rio de Janeiro.
Luiz Vassallo
São Paulo
08/02/2020 08h36
O ministro da Economia, Paulo Guedes/Imagem: Adriano Machado/Reuters |
A entidade diz repudiar não apenas o termo, como a estratégia sistemática de apontar os servidores públicos brasileiros como culpados dos problemas nacionais, silenciando sobre as causas verdadeiras, bem como a de difundir notícias inverídicas a respeito.
“Qualquer manual básico de gestão consideraria a declaração do Ministro como assediante e desestimuladora. Trata-se de uma verdadeira tragédia acompanhar reiterados ataques daquele que deveria estimular o bom funcionamento da máquina pública. Paulo Guedes, com suas falas, parece nutrir ódio crescente pelos agentes públicos. E com ódio nada se constrói”, afirmam os delegados.
Guedes fez a declaração na manhã da sexta-feira, 7, e foi muito aplaudido durante palestra no seminário Pacto Federativo, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). “O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo”, afirmou, ao defender a reforma administrativa.
Vídeo desmascara as mentiras de Paulo Guedes
Os delegados da PF rebatem. “Não bastasse a ofensa, o Ministro desinforma e confunde a sociedade ao afirmar que servidores públicos têm reajustes salariais automáticos e acima da inflação. A última negociação salarial para a maioria do serviço público federal se deu há mais de quatro anos e apenas repôs parte da inflação até então. No caso específico da Polícia Federal, há perdas inflacionárias desde o ano de 2016. Cada centavo de correção inflacionária decorre de extenuantes e prolongadas negociações com os governos, da mesma maneira que costuma ocorrer na iniciativa privada entre patrões e empregados”.
“Certamente os servidores da Polícia Federal, que em pesquisas recentes foi identificada como a instituição de maior confiabilidade no conceito dos brasileiros, assim como os demais honrados agentes públicos, merecem mais respeito e valorização. Não há Estado forte sem instituições fortes. Demonizar o servidor público é destruir as instituições e o próprio país. A quem interessa a desvalorização do serviço público?”, indaga a entidade.
Com a palavra, ADPF
Nota de Repúdio
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF repudia não somente as declarações do Ministro Paulo Guedes, que chamou os servidores de “parasitas” durante uma palestra, como também a estratégia sistemática de apontar os servidores públicos brasileiros como culpados dos problemas nacionais, silenciando sobre as causas verdadeiras, bem como a de difundir notícias inverídicas a respeito.
Qualquer manual básico de gestão consideraria a declaração do Ministro como assediante e desestimuladora. Trata-se de uma verdadeira tragédia acompanhar reiterados ataques daquele que deveria estimular o bom funcionamento da máquina pública. Paulo Guedes, com suas falas, parece nutrir ódio crescente pelos agentes públicos. E com ódio nada se constrói.
Não bastasse a ofensa, o Ministro desinforma e confunde a sociedade ao afirmar que servidores públicos têm reajustes salariais automáticos e acima da inflação. A última negociação salarial para a maioria do serviço público federal se deu há mais de quatro anos e apenas repôs parte da inflação até então. No caso específico da Polícia Federal, há perdas inflacionárias desde o ano de 2016. Cada centavo de correção inflacionária decorre de extenuantes e prolongadas negociações com os governos, da mesma maneira que costuma ocorrer na iniciativa privada entre patrões e empregados.
Certamente os servidores da Polícia Federal, que em pesquisas recentes foi identificada como a instituição de maior confiabilidade no conceito dos brasileiros, assim como os demais honrados agentes públicos, merecem mais respeito e valorização. Não há Estado forte sem instituições fortes. Demonizar o servidor público é destruir as instituições e o próprio país. A quem interessa a desvalorização do serviço público?
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: ECONOMIA UOL/VIA ESTADÃO Conteúdo
Contraponto:
Um abriu o precedente ao chamar servidores públicos de vagabundos, e principalmente os aposentados, justamente aqueles que já deram a sua contribuição a sociedade, inclusive recolhendo os percentuais que pagam sua aposentadoria ao longo de décadas de trabalho.
Recolhendo também seus tributos, pagando suas taxas, impostos e tudo o mais que o governo cria para extorquir o cidadão. Inclusive agora com a nova Reforma da Previdência o desconto do valor integral de suas aposentadorias, ainda que estejam aposentados, talvez para gozarem este dinheiro no além-túmulo.
O outro esteve na Assembléia e também proferiu as palavras de vagabundos dirigindo-se aos servidores que ali estavam presentes no plenário da Alesp. E agora para coroar as ofensas surge o ministro da economia a afirmar que somos parasitas, sanguessugas de dinheiro da sociedade.
Como se os 85% dos servidores que recebem misérias, tivessem realmente ganhos e salários para investirem e especularem nas Bolsas de Valores, atacando e apostando nesta, contra as políticas públicas como sempre fez este mesmo cidadão, para auferir lucros e que agora também é funcionário público, pois seus salários tem origem como fonte pagadora o Ministério da Economia.
E então eu lhe pergunto servidor público: O que você pensa sobre si mesmo, é um sanguessuga realmente? Enquanto recolhedor de seus tributos, taxas e impostos, que cumpre suas jornadas de trabalho e assina ponto todos os plantões ou no dia a dia enquanto servidor diarista.
Quais os valores em milhões de reais que você investiu nas bolsas de valores até a presente data e quais foram os seus lucros explorando o mercado financeiro com seus excedentes salariais?