Nessa segunda, 27, um detento morreu vítima da Covid-19. Foi o primeiro registro de óbito de um preso pelo coronavírus no Ceará.
PorJÉSSIKA SISNANDO
28/04/2020
Policial penal recebe a vacina contra a gripe h1n1, no trabalho de imunização para conter o avanço da pandemia do coronavírus dentro das unidades prisionais (Foto: DIVULGAÇÃO - SAP) |
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) divulgou nesta terça-feira, 28, que 67 policiais penais do Ceará testaram positivo para o novo coronavírus. "Todos estão estáveis, isolados e acompanhados por um grupo intersetorial da SAP composta por médicos, psicólogos e assistentes sociais. A Secretaria informa que possui efetivo de policiais penais suficiente pra garantir a segurança do sistema prisional", disse o órgão em nota.
Nessa segunda, 27, um preso da CPPL 2 (Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto) morreu vítima da Covid-19. Foi o primeiro registro de óbito de um preso pelo coronavírus no Ceará. João Paulo Lopes Vieira, de 36 anos, faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza. Outro óbito, também de um detento, está sendo investigado.
Procurado pelo O POVO, o secretário Mauro Albuquerque, da Administração Penitenciária (SAP), confirmou a informação. Por nota, a assessoria de imprensa da SAP informou que João Paulo Vieira estava cumprindo pena na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL2), em Itaitinga, e desde o dia 21 deste mês precisou ser internado com sintomas graves da Covid-19.
João Paulo, de acordo com o prontuário médico, pertencia ao grupo de 1.326 presos do sistema penitenciário do Ceará mais vulneráveis à contaminação do novo coronavírus. Ele sofria de hipertensão arterial sistêmica e também era asmático.
Mais quinze presos dividiam a cela com João Paulo. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, a ala onde o interno estava recolhido foi isolada e, por enquanto, nenhum detento do local “apresenta sintomas de gripe ou semelhante a coronavírus”. A CPPL2, de acordo com estatísticas de dezembro de 2019 da SAP, está superlotada. Com capacidade para abrigar 944 presos, tem 1.726 detentos. Um excedente de 782 apenados.
Nesta terça-feira, 28, o Núcleo de Saúde da SAP “realizou testes em todos os internos desta ala”. Porém, não divulgou o resultado dos exames feitos nos presos nem nos servidores que trabalham onde João Paulo cumpria pena. “O objetivo é antecipar os casos suspeitos, promover tratamento entre os confirmados e prevenir uma possível disseminação da doença”, informou parcialmente a nota (Com Demitri Túlio).
Sobre o plano de contingência no sistema prisional, a SAP colocou o seguinte plano em prática:
•Avaliação e identificação dos dados epidemiológicos e sociodemográficos dos apenados em seu ingresso ao sistema prisional, com ênfase e avaliação criteriosa pela equipe de saúde da SAP•Manutenção dos apenados em isolamento por um período de 14 (quatorze) dias para observação de quadro clinico, com acompanhamento pela equipe de saúde da Unidade
•Avaliação clínica aos apenados conforme rotina da unidade, com vigilância para a busca de casos suspeitos
•Equipes de saúde treinadas para atendimento de casos suspeitos conforme protocolos estabelecidos pelos órgãos de saúde
•Disposição uma central de remoção de referência para o translado dos casos suspeitos nas unidades da região metropolitana de Fortaleza
•Capacitação das equipes de policiais penais para a realização de remoção dos casos suspeitos/confirmado de Covid-19
•Além da nossa atenção primária própria de saúde, a SAP trabalha integrada com a secretaria de saúde do estado para qualquer eventualidade que precise de atendimentos mais complexos
•Realização de testes e orientação a todos os servidores e colaboradores que apresentem as características apontadas pela Secretaria de Saúde
Fonte: O POVO
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