02 maio 2020

Por restrição de visitas em prevenção a covid-19, presos se rebelam e saldo é de 46 mortos na Venezuela

Ao menos 46 presos morreram numa rebelião na Venezuela nesta sexta-feira (1º). Presos tentaram fugir após restrição de visitas por causa do coronavírus.


CARACAS | AFP
2.mai.2020 às 13h38
Segundo Girón, Penitenciária de Los Llanos tem capacidade para 750 presos, mas abriga atualmente cerca de 2.500
A revolta aconteceu no Centro Penitenciário de Los Llanos, em Guanare, no estado de Portuguesa, oeste do país, e teria acontecido após presos romperem as grades e tentarem uma fug
a em massa.

Também há ao menos 50 feridos, entre eles o diretor da unidade, Carlos Toro. Ele foi ferido nas costas com um objeto pontiagudo quando funcionários do centro, junto com militares, tentavam negociar com o líder da rebelião.

Além dele, uma tenente também ficou ferida pelos estilhaços de uma granada. Há relatos de que o hospital da cidade colapsou por causa do atendimento aos feridos.
Autoridades identificam os corpos das vítimas após o motim na prisão de Guanare, na Venezuela
A rebelião se dá após a proibição de visitas, determinada em março, para retardar a propagação do novo coronavírus no país. Na Venezuela, os dados oficiais apontam para 335 casos confirmados e 10 mortes.

O governo do ditador Nicolás Maduro ainda não confirmou infecções dentro de presídios.

Em tempos normais, os presos recebem comida e remédios por meio de familiares e amigos.

Para Carolina Girón, do Observatório Venezuelano de Prisões (OVP), ONG que defende os direitos de reclusos, a revolta se deu porque "os presos estão irritados com a proibição de visitas, não têm água nem comida" num presídio superlotado.
Policiais e profissionais da saúde esperam a chegada de presos em hospital de Guanare após
rebelião na prisão de Los Llanos - Manuel Alvarado/Reuters

"A quantidade de comida que lhes dão não tem as calorias necessárias que devem ingerir. Às vezes recebem só um caldo de feijão", disse ela.

Segundo Girón, Los Llanos tem capacidade para 750 presos, mas abriga atualmente cerca de 2.500.


Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO

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