26 agosto 2020

FTIP saiu do Pará faz só dois dias: Rebelião termina com dois mortos e sete feridos em Santa Izabel/Pará

Um detento do Complexo Penitenciário teria sacado a arma de uma policial penal. A situação já foi controlada, segundo a Seap.

Autor: DOL
26/08/2020, 15:04 
Atualizado as 22:20
Complexo Penitenciário de Santa Izabel - Imagem: Reprodução/O Liberal

Sete presos e dois agentes penitenciários foram feridos, após tentativa de rebelião no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará II (CRPP II), no Complexo Penitenciário de Santa Izabel, a 60 km de Belém, na tarde desta quarta (26). Dois dos detentos feridos morreram.

Movimentação de carros da Polícia Militar foi intensa no entorno do complexo. Familiares dos detentos chegaram a bloquear a rodovia BR-316 para exigir informações.

1º Vídeo Jornalístico


Segundo informações de familiares, um detento teria tomado a arma de uma policial penal e disparado. Um vídeo, gravado de fora da unidade, registra o momento em que a situação estava sendo controlada pela segurança do presídio. 

2º Vídeo jornalístico

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Ainda por meio de nota, a Seap informou que o CRPP II é uma unidade prisional de segurança máxima que “custodia as 200 pessoas privadas de liberdade com maior relevância na atuação de facções criminosas do estado”.

“Como medida de segurança, todas as pessoas presentes no Complexo Penitenciário de Santa Izabel que não fazem parte do sistema prisional do Pará, foram imediatamente retiradas do local”, informou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) por meio de nota.

3º Vídeo jornalístico


“Além disso, todas as atividades ou movimentações externas estão temporariamente suspensas nas 49 unidades prisionais do Pará, com exceção do serviço de fornecimento de alimentação aos custodiados. A Seap também convocou todos os policiais penais lotados no complexo para dobro do turno e que não estavam atuando no local neste dia (de folga), para retornarem ao complexo e todas as casas penais do Estado e intensificarem a segurança dos estabelecimentos”, concluiu a Seap no texto.

Força de Cooperação do Depen/MJSP( FTIP) deixa o Pará com resultados positivos na segurança do estado e na garantia de direitos dos privados de liberdade. Este é o título da matéria no site do Depen/MJ


Após um ano e quinze dias de atuação no Pará, a Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), encerra a missão na unidade federativa mostrando que a presença do estado no sistema penitenciário garante direitos dos privados de liberdade e de todos os envolvidos na execução penal.

A atuação da Força de Cooperação do Depen, autorizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em ações conjuntas com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), trouxe instalação de procedimentos e rotinas, aumento no número de atendimentos das assistências previstas na Lei de Execução Penal e, integrada com as atividades das demais forças de segurança pública, redução de índices de criminalidade na Região Metropolitana de Belém.

A Força de Cooperação do Depen atuou em 13 presídios paraenses. Durante esse período, 371 servidores estiveram na missão. Entre eles: agentes federais de execução penal, especialistas federais em assistência na execução penal (da área de educação), técnicos federais de apoio à execução penal (da área de saúde) e policiais penais/agentes penitenciários estaduais. No total, 23 estados brasileiros enviaram voluntariamente servidores de excelência para representarem as suas unidades federativas, mostrando que a união é fundamental para o fortalecimento da segurança pública nacional.
Operacionais da FTIP fazem ronda nos passadiços de penitenciária do Pará

Retomada de controle 

A retomada de controle das unidades iniciou-se no dia 5 de agosto de 2019, no Complexo de Santa Izabel, com a ação conjunta de equipes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Pará.

O processo de padronização de procedimentos incluiu não só questões de segurança, mas limpeza das unidades prisionais e das celas - para que permanecesse apenas o que é permitido por lei, uniformização dos presos, recebimento de colchões novos,  kits higiene, instalação de rotinas penitenciárias como horário para entrega de alimentação e medicamentos.

Com isso, foi possível a realização de mais de 65 mil atendimentos de saúde e a entrega de mais de 81 mil medicamentos aos presos. Também foram realizados mais de 31 mil atendimentos jurídicos. Todos os presos receberam uniformes, tiveram entrega periódica de alimentação e oportunidade de ter assistência religiosa, tudo conforme previsto no artigo 10 da LEP. A FTIP contou com apoio de órgãos da execução penal como a Defensoria Pública e equipes de saúde e jurídica da Seap e da Secretaria de Saúde do estado.
Atendimentos realizados com o apoio da FTIP nas unidades prisionais

A FTIP também contou com o apoio operacional do Comando de Operações Penitenciárias (COPE), da Secretaria de Administração Penitenciaria do Pará. Hoje, segundo a Secretaria, todas as 49 unidades prisionais do estado estão padronizadas com procedimentos semelhantes aos iniciados pela Força de Cooperação do Depen.

Outros órgãos e instituições foram parceiras e apoiaram os resultados da força como o Ministério Público Estadual, Juiz da Vara de Execução Penal, Defensoria Pública, Ministério Público do Trabalho, Tribunal de Justiça do Estado, entre outros, mostrando que a execução penal é complexa e necessita do apoio de todos para ser realizada.

Cursos para servidores e para privados de liberdade 

O Núcleo de Educação da Força, também com apoio da Seap e de outros órgãos e instituições do Pará, promoveu cerca de 14 cursos profissionalizantes para os presos, como de manutenção de roçadeira, panificação, primeiros socorros, garçons, eletricidade predial, entre outros.
Cursos para os servidores e para os privados de liberdade tiveram o apoio e a promoção da FTIP

A Força do Depen ministrou o I Curso de Ações Penitenciárias, com o objetivo de padronizar ações operacionais e preparar os servidores para os diversos cenários que poderão encontrar nas penitenciárias, além de cursos de aprimoramento dos servidores paraenses. A Ftip também lecionou disciplinas teóricas e operacionais no curso de formação de 642  agentes penitenciários do estado.

Apreensões e redução de índices de criminalidade – Durante a implementação de procedimentos de segurança, que são semelhantes ao do Sistema Penitenciário Federal (SPF), a FTIP encontrou um túnel para fuga de aproximadamente de 40 metros, 12 armas de fogo de diferentes calibres e munições, mais de 1100 celulares, mais de 1000 armas artesanais, além de drogas, bebidas alcoólicas, máquinas de tatuagem e outros.

Os resultados da atuação da FTIP, integrada com outras forças de segurança, puderam ser percebidos em toda Região Metropolitana de Belém. De agosto de 2019 a julho de 2020, comparados ao mesmo período do ano anterior, houve uma redução expressiva nos índices de criminalidade. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (Segup), a redução média nesse período de homicídios dolosos foi de 41%, já a de Crimes Violentos Letais e Intencionais foi de 40%. Destaque para os meses de setembro, outubro em novembro, os quais a Força do Depen estavam em 13 presídios da região.
Unidades penitenciárias foram transformadas, dedetizadas, limpas e ampliadas com apoio da FTIP

Transformações nas unidades prisionais

As unidades prisionais em que a FTIP atuou passaram por transformações também estruturais como mudança de fachadas, retirada de entulhos e constantes dedetizações e desratizações.

Na Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI), por exemplo, que custodia mais de mil presos do semi-aberto, a mudança estrutural foi completa. Antes da chegada da FTIP os presos ficavam soltos e dormiam em barracos construídos por eles mesmos, eram constantes as fugas, motins e conflitos com outras forças de segurança, o que dificultava a atuação dos órgãos da execução penal.

Após a retomada de controle pela Força, além das instalações de procedimentos e rotinas penitenciárias, toda área externa foi limpa e reformado um galpão para abrigar os presos que saem para trabalhar, mas que dormem na unidade.
Atendimentos do projeto Defensoria Sem Fronteiras

Defensoria sem fronteiras 

No período em que a FTIP esteve no estado do Pará,  o projeto Defensoria Sem Fronteiras levou atendimento jurídico para pessoas privadas de liberdade custodiadas no sistema paraense. No período, foram analisados 8735 processos entre eles pedidos de liberdade, progressões de regime, livramentos condicionais, entre outros. A ação Defensoria Sem Fronteiras representa o esforço conjugado entre o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e as Defensorias Públicas do país, bem como dos demais órgãos do Sistema de Justiça, em assumir a responsabilidade pelo enfrentamento ao quadro de superlotação, violência e violação de direitos no sistema prisional.

Fonte: Diário Online

2 comentários:

  1. É uma pena que apesar do trabalho tão útil à sociedade, nossos governantes insistem em nos depreciar de todas as formas possíveis, mas não é por isso que nós vamos deixar de cumprir nossa obrigação.Força e honra!!!

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  2. Temos que cruzar os braços e parar de trabalhar por 10 funcionário isso sim, parar de trabalhar pra esse governo maldito que só nos desvaloriza toma vergonha na cara seu fela

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