PEC enviada ao Congresso por Bolsonaro afeta concursos, acaba com o RJU, amplia poderes do presidente e pode abrir caminho para terceirizações e privatizações.
Post author:Helcio Duarte FilhoPost published:3 de setembro de 2020
A insistência com que os secretários do Ministério da Economia que apresentaram a ‘reforma’ administrativa a jornalistas frisaram que ela não atinge os atuais servidores públicos reforçou constatação oposta: a proposta de emenda constitucional (PEC) 32/2020, enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta (3), e as mudanças infraconstitucionais que o governo sinalizou mostram que as medidas atingem, na prática, a todo o funcionalismo civil federal, estadual e municipal, nos Três Poderes. Não surpreende, portanto, que juízes, promotores, procuradores, parlamentares e ministros tenham ficado livres das alterações pretendidas.
Leia aqui a íntegra da PEC 32/2020
A “manutenção” da estabilidade dos atuais servidores e servidoras foi um dos pontos destacados pelo secretário especial-adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Gleisson Cardoso Rubin, um dos que participou da apresentação, por videoconferência e com transmissão pelas redes sociais, ocorrida nesta quinta-feira (3 de setembro).O secretário, no entanto, não explicou como a estabilidade será mantida para os atuais servidores se uma das propostas é a regulamentação da demissão por insuficiência de desempenho – cujos critérios seriam definidos por projetos e decretos do governo Bolsonaro, que delegou ao ministro Paulo Guedes (Economia) a gestão de pessoal.
Guedes fala sobre colocar a granada no bolso dos servidores
Fim do RJU
Outro aspecto pontuado por dirigentes sindicais é que não há como acreditar que duas ou mais categorias de servidores públicos possam coexistir sem que isso reflita nas condições de trabalho, remunerações e direitos de todos.A proposta recebida como um presente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), prevê o fim do Regime Jurídico Único para os servidores a partir da aprovação da emenda. Passariam a vigorar cinco modelos de contratação: cargo típico de Estado, vínculo de experiência (como etapa do concurso público), cargo com vínculo por prazo indeterminado, por prazo determinado e cargo de liderança e assessoramento. Os dois últimos modelos poderiam ser contratados pelo regime celetista.
O projeto pode significar também um retrocesso no acesso via concurso aos serviços públicos – que deixa de existir plenamente, já que o servidor só seria de fato empossado no cargo após dois anos sob avaliação, cujos critérios e responsáveis por fazê-la só seriam conhecidos em lei complementar ou posterior decreto.
É dever de todo brasileiro lutar contra o ataque aos serviços públicos, quem os usa são os pobres, que são 85% da população |
Convênios
Há ainda outro item, pouco destacado pelo governo, que pode se constituir num dos aspectos centrais da ‘reforma’: a permissão para que entes federados e órgãos públicos celebrem convênios com entidades privadas para prestação de serviços públicos. Parece ser uma porta aberta para terceirizações e privatizações e o possível caminho para um impacto a curto prazo nos gastos diretos com pessoal: a não reposição das dezenas de milhares de cargos que tendem a ficar vagos nos próximos anos, com as aposentadorias, e que poderiam ser substituídos por terceirizados e mão de obra de do setor privado, não contabilizados como gasto com pessoal.Salários rebaixados e fim das progressões
Dividida em fases, a proposta apresentada pelo Ministério da Economia prevê num segundo momento a redefinição das carreiras dos serviços públicos, que seriam reduzidas drasticamente e teriam os patamares salariais rebaixados. Mais uma mudança, portanto, que afetará diretamente os atuais servidores e servidoras – que ou ficariam em cargos em extinção ou seriam ajustados às novas carreiras. Outro aspecto que atingirá imediatamente a todos, caso o conjunto de propostas seja aprovado, é o fim das progressões nas carreiras por tempo de serviço.A PEC amplia ainda os poderes do presidente para criar, extinguir, fundir e desmembrar cargos, ministérios e órgãos públicos – nenhuma dessas medidas teria que passar pelo Congresso Nacional. Os servidores também ficariam submetidos a remanejamentos involuntários de acordo com as necessidades do poder público, como aliás o governo já vem tentando consolidar por meio de portarias.
Major Olímpio manda o recado
A granada e os servidores
O discurso de que a ‘reforma’ não atinge ninguém que já esteja nos serviços públicos foi replicado também por mensagens enviadas aos servidores federais pelo Ministério da Economia, pouco depois da apresentação da proposta. Isso está destacado em dois itens do texto remetido aos trabalhadores, que chega a afirmar que um dos objetivos da ‘reforma’ é valorizar os servidores públicos.A insistência do governo em dizer o contrário do que efetivamente já foi comparada às técnicas do ministro da Propaganda do Nazismo, Joseph Goebbels, que ergueu o Reich com base na tese de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Não seria o único no governo Bolsonaro a se inspirar no regime dirigido por Hitler. O ex-secretário de Cultura, Roberto Alvim, caiu em janeiro deste ano após ter divulgado um pronunciamento em vídeo com referências explícitas e citações copiadas de textos do ministro nazista.
Parasitário é o governo federal |
Ausências de Paulo Guedes e Bolsonaro
O que se observa é uma mudança no tom por parte do governo (talvez até a razão da ausência de Paulo Guedes no lançamento da proposta), de modo a tratar o pacote não como a ‘granada’ festejada a quatro paredes pelo colegiado de ministros e pelo presidente – quando não tinham como prever que a reunião se tornaria pública posteriormente.Por mais de uma vez, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Mário Paes de Andrade, que também participou da videoconferência, disse aos jornalistas que havia muitos servidores capacitados e de alto nível no serviço público federal. Evitou falar mal da categoria, apesar de a apresentação da PEC, em determinado momento, ter ‘criticado’ os servidores e servidoras pela longevidade e por ainda deixarem pensões para seus cônjuges, onerando os cofres públicos.
A impressão que fica é que o governo do presidente Jair Bolsonaro tenta criar as condições que permitam aprovar a PEC no Congresso Nacional em ano de eleições municipais. Em meio a um dia marcado por notícias de um projeto que tem os servidores como alvos a serem abatidos, essa possível explicação para a retórica governamental mais branda pode indicar algum grau relevante de resistência no Congresso e em setores da sociedade à proposta, para além do funcionalismo. O desafio para os servidores e suas entidades representativas, neste caso, é atuar para pautar outra visão dos serviços públicos e construir uma rejeição à proposta que permita desarmar a granada.
Fonte: SINTRAJUD
Infelizmente ainda vai piorar e esta guerra já está perdida. O funcionalismo está acomodado e vai aceitar esta "reforma diabólica" de cabeça baixa. O povo humilde acredita no governo manipulador e vai apoiar. Ser servidor tende a tornar-se um péssimo negócio...
ResponderExcluirExatamente e enquanto os Policiais Penitenciários continuar aceitar fazer Dejep e Convocadas para suprir falta de Policiais Penitenciarios, o Governo continuará com as mesmas atitudes. Esquece chamar e concluir concursos e inaugurações. Presídios lotados a movimentacao interns aumentou extremamente!
ExcluirTô falando faz tempo político bom é político na vala na terra do pé junto na puta que o pariu e tem que ser cremado pra não voltar do colo do capeta.
ResponderExcluirIsso aí faz arminha , viva o mito, viva o capitão faz arminha agora faz bolsodoria tudo farinha do mesmo saco faz arminha
ResponderExcluirOs penduricalhos deles: auxilio terno, cartão corporativo, auxilio moradia e etc., ele vai tirar dele ,desse presidente e amigos.??
ResponderExcluirPenduricalhos? Cartão corporativo? Auxílio moradia -com este ou outro nome? Eu era criança, já era assim. Estou caminhando para o ocaso de minha vida e continua assim. Morrerei e me tornarei uma lembrança daqueles que me conheceram e continuará assim. Aqueles que me conheceram também morrerão, e então não existirei na lembrança de mais ninguém, e continuará assim. Só existe uma forma de mudar isto, mas não posso verbalizar meu pensamento! emanuel-assis
ExcluirSe o dória e filho da puta o bolsobosta é neto da puta
ResponderExcluirE aí, quando é que algum sindicato vai falar em GREVE???E nós, como indivíduos, devemos deixar de agradar esses pilantras.É funcionário trabalhando por 3 ou 4, é desvio de função,é puxa-saco fazendo escolta...Se nós não tomarmos uma atitude, vamos ser escravizados a nível federal e estadual.Acordem, tomem vergonha na cara!!!
ResponderExcluirSindicato? O que é isso? É só parar de pagar, não serve pra nada mesmo!
ExcluirGuedes tá lutando contra os inimigos. Nós somos o inimigo. Os amigos são os grandes empresários. O pior é q ele arranjou também um outro gde amigo e que faz o q ele manda,ou "sugere, Bolsonaro. O pior,tbm, é q votei no Bolsonaro. Reconheço q como presidente ele está fazendo mto pelo país (rodovias, transposição de rio...). Mas será q ele, Bolsonaro, tbm precisava nos ter e ver como inimigos? O projeto de reforma administrativa não é um "caminho" pras privatizações, pra perda de estabilidade... É uma "rodovia" com 8 faixas e bem sinalizadas. emanuel-assis
ResponderExcluirEsse cara não passa de um mentiroso, pilantra, vagabundo, da pior espécie de político. Seremos massacrados mais uma vez dentro do congresso nacional.
ResponderExcluirO pior é ver colegas de serviço lambendo botas desse "MINTO". Acorda jão! BolsoLula = BolsoDoria.
Essa reforma é uma artimanha arquitetada para oprimir peixes pequenos, proteger tubarões e de quebra enganar a população manipulável com o grande engano de que se está "enxugando" a máquina pública. Retrocesso! Seremos escravos bancando a "nobreza", como na era medieval.
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=HDAwEJwenu8
ResponderExcluirAssista e entenda o que esse lixo já pensava antes de assumir o poder. Imagina agora que está no poder. Acorda Jão!
Pt estatiza o resto privatiza. Nenhum presta, é claro. Vê se tiram favorecimento de juiz, deputado, senador, governador... O verdadeiro malandro está eleito, e bem cercado de puxa sacos de verdade, aqueles sim são escolta, safada e armada. Não tem jeito srs, vou vender meu cartão do busão e ver se consigo ir pra Nova Zelândia. Lá politico anda de transporte público, controla pandemia e dá dignidade pra população. Brasil, vergonha da América Latina, que é uma possilga de eleitos e elegíveis, sem excessão.
ResponderExcluirDisse tudo e mais um pouco o Brasil nunca mudará o povo sempre vai ser escravo desses vermes parasitas políticos o povo já está alienado, os políticos vivem o povo sobrevivem
ExcluirNova Zelandia, Australia ,Estados Unidos,Canadá, etc.São países de cultura anglo-saxônica,onde o mérito e esforço pessoal contam muito.Já na América Latina tudo começou errado com um bando de sangue-sugas que vieram com a intenção de saquear tudo e voltar para seus países.Nossa elite política descende desses vagabundos, por isso a situação não muda.
Excluirainda que a terra não floresça, e a vide não de o seu fruto, ainda que os montes se lancem ao mar, ou que a terra trema, eu hei de confiar, não olho as circunstancias não não não, olho o seu amor, olho o seu amor, não me guio por vista, alegre estou. É DEUS QUEM ME SUSTENTA, NÃO ESSES POLITICOS CORRUPTOS, NÃO O PT NAO O PSDB E POR AI VAI, CRE NO SENHOR JESUS CRISTO E SERA SALVO TU E TUA CASA, O QUE REALMENTE IMPORTA É A SALVAÇÃO DE NOSSAS ALMAS.
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