Quadrilhas conseguem, em minutos, abrir celulares e aplicativos de banco mesmo com senhas de reconhecimento facial, biometria e chaves numéricas.
Rogério Pagnan
13.jun.2021 às 23h15
Celulares apreendidos pela polícia de SP na região central da capital com suspeito de receptação - Divulgação Polícia Civil |
O especialista em tecnologia ficou preocupado porque acreditava ser muito difícil os criminosos desbloquearem o aparelho, um iPhone 11 com reconhecimento facial (Face ID), e impossível realizarem transferências bancárias pelo smartphone, em razão das chaves de segurança.
“Como assim? Para acessar o aplicativo do banco eu coloco uma senha. Para validar a transação, eu coloco outra senha diferente”, pensou ele, que teve o celular furtado no último 31 de março, na região central de São Paulo, por rapazes que passaram de bicicleta.
Depois de consultar as contas bancárias e realizar pesquisas pelas redes sociais, Cataliva descobriu duas coisas: o policial estava certo, uma conta havia sido invadida e cerca de R$ 5.000 transferidos em menos de 30 minutos depois do furto. Descobriu também que não era a única vítima.
“Quando eu vi aquele tanto de relatos [na internet], vi que a situação era pior do que eu imaginava. Não sou a primeira vítima”, disse. “No mesmo dia em que fui fazer o adendo no boletim, tinha mais dois caras com o mesmo problema que eu. Todos do Itaú.”
Conforme os policiais explicariam para Cataliva, versão também relatada por delegados e vítimas à Folha, proliferam na capital paulista quadrilhas especializadas em furtar aparelhos celulares com o propósito de acessar os aplicativos de bancos para subtração de valores.
Veículo apreendido no final do ano passado com quadrilha suspeita de invadir contas bancárias após furtos de celulares - Divulgação Deic |
Ainda não há estatísticas oficiais, mas a situação é considerada tão grave que o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) prepara ações para cobrar empresas envolvidas no setor para aumentar a proteção. Isso vale para toda a cadeia de serviços, segundo o órgão.
“O Procon já tomou conhecimento de uma quadrilha de receptadores de celulares cujo principal negócio ilícito não é a revenda do celular, mas a defraudação das senhas para fraudes bancárias. Isso está sendo feito por meio de um exército de hackers”, disse o diretor-executivo Fernando Capez.
De acordo com o delegado Roberto Monteiro, responsável pelos distritos da Polícia Civil na região central de São Paulo, suas equipes vêm realizando um trabalho intenso para combater várias quadrilhas que passaram a atuar nesse segmento criminoso. Todos os dias, diz, são presas pessoas suspeitas de participação nesse tipo de esquema.
Ainda de acordo com Monteiro, as fraudes ganharam impulso desde o início da pandemia, quando os criminosos passaram a conseguir burlar os dispositivos de segurança com mais facilidade. Segundo ele, o principal alvo dos bandidos são os aparelhos que já estão abertos pelos usuários.
“Os bandidos perceberam isso [a quantidade de informações existentes no celular] e começaram a comprar, por valores mais elevados, celulares que eles conseguem com mais facilidade quebrar senhas de acesso. Geralmente são os Android, ou celulares abertos, quando a pessoa está no Waze. A quebra do iOS é muito mais difícil, mas eles também conseguem”, disse.
Pedestres usam celular no centro de São Paulo, no bairro Higienópolis - Jorge Araújo/Folhapress |
“Hoje em dia os bancos digitais são muito vulneráveis para esse tipo de golpe. E o Pix também. O Pix é ótimo para facilitar a vida de todo mundo, mas para os bandidos foi muito interessante”, avisa.
Monteiro aconselha o registro do boletim de ocorrência por parte das vítimas para que mais caso sejam esclarecidos, e criminosos, presos.
“Só tem um problema. Os bancos não têm ressarcido valores quando é utilizada a senha pessoal. Eles falam o seguinte: ‘a obrigação dos clientes é guardar a senha. Se vazou, é porque a pessoa foi displicente na guarda’”, disse.
Mesmo não tendo sido nada displicente com suas senhas, Amanda vem travando uma disputa judicial com o Bradesco, que se recusou a devolver todo o dinheiro subtraído pelos criminosos, após ter o celular roubado em junho do ano passado.
Os cerca de R$ 4.000 retirados da conta foram devolvidos, incluindo do empréstimo feito pelos criminosos pelo aplicativo, mas o banco se recusou a devolver gastos com o cartão de crédito (R$ 1.550), cuja existência a vítima desconhecia.
Ainda segundo a vítima, os criminosos também retiraram em torno de R$ 5.000 de uma conta do Nubank, mas os valores foram devolvidos cerca de dois dias depois, após a comunicação do crime. “Eu tinha todos os métodos de segurança ativados. Biometria, PIN, tudo”, disse ela, que usava um celular com sistema Android, levado fechado e sem fornecimento de senha.
Pedestres usam celular no centro de São Paulo, no bairro Higienópolis - Jorge Araújo/Folhapress |
Ele conseguiu identificar um dos mecanismos utilizados pelos criminosos: eles invadiram o email da vítima e enviaram uma mensagem para a XP Investimentos se passando pelo cliente, alegando estar com dificuldades para movimentação de recursos em razão de falhas no sistema de reconhecimento facial.
Solicitaram, assim, que o dinheiro fosse enviado para uma conta no Mercado Pago. A transferência de cerca de R$ 33 mil foi feita (por ser o mesmo CPF) e, de lá, os criminosos movimentaram os recursos para outras contas em nome de pessoas jurídicas.
Além disso, fizeram pagamentos e transferências pelo PicPay, totalizando um rombo de cerca de R$ 5.000. Todos os recursos foram devolvidos pelas instituições.
Pedestres usam celular no centro de São Paulo, no bairro Higienópolis - Jorge Araújo/Folhapress |
Quanto às fraudes mais sofisticadas, com aparelhos celulares fechados, com reconhecimento facial e biometria, ele diz que ainda há dúvidas de onde está o problema.
“É difícil afirmar de maneira categórica. Os aplicativos, de maneira geral, são sistemas vivos e você está sempre fazendo atualizações e, consequentemente, pode, em alguma dessas atualizações, vir junto alguma vulnerabilidade.”
Para ele, porém, não há sistema infalível. “Não existe sistema 100% seguro. Você está protegido de certos tipos de ameaça, mas não 100%”, disse.
FEBRABAN DIZ QUE SEGURANÇA DE APPS NÃO FOI VIOLADA
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que os aplicativos de bancos são seguros, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização, e não há regis tro de violação dessa segurança.
“Para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente. Os dados de uso do aplicativo, bem como a senha do cliente, jamais são armazenadas pelos aplicativos dos bancos nos celulares dos clientes”, diz nota.
Pedestres usam celular no centro de São Paulo, no bairro Higienópolis - Jorge Araújo/Folhapress |
“Ressaltamos que o aplicativo do Itaú é seguro e não pode ser acessado sem o uso de senha pessoal específica da conta corrente.”
Já o Bradesco informou que seus aplicativos contam com elevado grau de segurança desde o seu desenvolvimento até a sua utilização, “não existindo qualquer registro de violação dessa segurança”.
“Para que os aplicativos sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente. Os dados de uso do aplicativo, bem como a senha do cliente, jamais são armazenadas pelos aplicativos do banco nos celulares.”
O banco finaliza a nota dizendo que o “caso citado foi apurado e resolvido com a cliente”, mas sem mencionar a ação em ainda em andamento.
Já o Mercado Pago informou que apenas o usuário é capaz e fazer movimentações pelo aplicativo. “No caso mencionado pela reportagem, uma transação pelo app só pode ser efetuada caso o usuário tenha fornecido suas credenciais ao fraudador ou o aplicativo do Mercado Pago já desbloqueado. Com a posse do celular e o PIN em mãos, um terceiro pode realizar o cadastro da biometria.”
O PicPay informou que segurança é prioridade da empresa. “Os nossos clientes contam com diversas ferramentas para prevenir fraudes. Temos times dedicados a mitigar, monitorar e controlar riscos em tempo real. O caso específico mencionado pela reportagem já foi solucionado, e os valores estornados ao usuário”, finaliza a nota.
A XP Investimentos informou que lamenta o ocorrido e que o cliente já foi ressarcido. “A XP reforça que segue os mais rigorosos padrões internacionais de segurança.”
A Folha não conseguiu contato com o Nubank.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
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ResponderExcluirTómi...
ExcluirNímár...
Só bicuda no rabo... vaza...
O Jacudo já tá até sendo vetado e não aprende...
ExcluirEle acha que aqui é uma coluna de jornal, e ele tem que comentar tudo, mesmo sem ser nada, não conhecer nada.
COM O C_ CHEIO
ExcluirEstão nervosinhos por quê?
ExcluirVetado kkkkkkkk
ExcluirVc gosta de levar no c... ñ tira essa palavra da boca hem ..kkkkk
ExcluirTOMARA QUE PRIVATIZE TUDO ISSO AÍ KKKK
ExcluirAgora ñ respondo mais a agressões...
ExcluirVish... que enquadro heim COM O C_ CHEIO...
Excluir17:03 vai ver vc conhece bem sobre esse assunto né?Já levou ?Fica com a boquinha fechada ..
ExcluirViu 17:03 cuidado aí no fundão ficar com esse palavreado vão achar que vc é O NORMAM...ELE JÁ FUI ABUSADO NO FUNDÃO
ExcluirO concurseiro vai .....
ExcluirTOMAR BICUDA NO RABO
KKKKKKKKK
Eu vou tomar é aquela serrana trincando no gelo lá em algum barzinho em frente a sap...Aguardem, eu ñ vou a Arandu é muito longe, sou do Rio.
Excluir17:26 EU Ñ ESQUEÇO DAQUELE QRA COM CT.40 , COM DISTINTIVO E VTR DOS AEVPS KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK AQUELE SIM TOMOU UMA BICA NO PACOVÁ DO RESTIVO KKKKKKKK..VERGONHA
Excluir17:24: Concurseiro se arrastando. Olha o verbo q usa: já "fui" abusado no fundão. Este concurseiro é uma bichona!
ExcluirAspcop kkkkkkkk se responder eu volto...O leandro tem um blog legal mas seu seguidores ñ gostam de aevp e muitos viram isso...União é uma ova ..Fui
ExcluirO concurseiro é parente do Norman kkkkkkk
Excluir19:17 Eu sou do sistema por acaso ?Olha aí no teclado do seu celular letra tudo grudada com outras ..Se liga e aguenta a zoeira , vcs viviam debochando de aecp aqui ...( ELE FOI O NORMA SEU PARÇA
ExcluirEstá sabendo bem de armamento aquela não é uma C 40 e sim uma carabina 556 na escolta é chamado de fura ele está respondendo Sindicância
ExcluirEstá sabendo bem de armamento aquela não é uma C 40 e sim uma carabina 556 na escolta é chamado de fura ele está respondendo Sindicância
ExcluirÑ sei , ainda ñ sou sistema parecia a ct mas ñ era o ia2?Bom sei lá , o que importa mesmo é não se alterar no blog .Até recrutado EB é mais equlibrado que alguns funças da sap.
ExcluirTão simples de resolver...
ResponderExcluirÉ só jogar o celular fora...
Viver sem celular...
Não era assim antes!?!?!?!?!?
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