Investigadores afirmam que os procurados forneciam informações sigilosas sobre operações específicas e até escoltavam, com viaturas oficiais, foragidos da Justiça.
Por Felipe Freire, Leslie Leitão e Lívia Torres, Bom Dia Rio
20/05/2022
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Dinheiro e armas apreendidas na casa de um policial penal - Foto: Reprodução/TV Globo |
Na casa de um dos policiais penais, a força-tarefa apreendeu dinheiro e armas.
De acordo com a investigação, os criminosos recebiam informações sigilosas sobre investigações em andamento e qual era o posicionamento de viaturas durante operações. Em troca, os agentes recebiam dinheiro e presentes, como uniformes, peças táticas e armas de fogo.
Investigadores afirmam que os procurados forneciam informações sigilosas sobre operações específicas contra grupos rivais, facilitavam a movimentação dos “bondes” — comboios para atividades criminosas — e até escoltavam, com viaturas oficiais, foragidos da Justiça.Policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e agentes do MPRJ saíram para cumprir, no total, 10 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.
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Policiais penais recebiam presentes, como blusas, do miliciano Garça e precisavam enviar fotos usando Foto: Reprodução |
Os alvos
Alcimar Badaró Jacques, o Badá, policial penal, preso;
Ana Lúcia da Costa Barros, delegada (busca e apreensão);
André Guedes Benício Batalha, o Gue, policial penal, preso;
Carlos Eduardo Feitosa de Souza, o Feitosa ou Feio, policial penal, preso;
Edson da Silva Souza, o Amigo S, policial penal, preso;
Ismael de Farias Santos, policial penal, preso;
Leonardo Corrêa de Oliveira, o Sargento Oliveira, PM;
Luiz Bastos de Olive Ira Junior, o Pqdzinho;
Matheus Henrique Dias de França, o Franc, PM, preso;
Pedro Augusto Nunes Barbosa, o Nun, PM, preso;
Wesley José dos Santos, o Seap, policial penal, preso.
A polícia investiga ainda se a delegada Ana Lúcia da Costa Barros, mulher de Gue, acessou o próprio banco de dados para ajudar a quadrilha. Ela foi alvo de busca e apreensão.
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Um dos presos na Operação Heron chega à Cidade da Polícia — Foto: Lívia Torres/TV Globo |
Tropa do Zinho
De acordo com a especializada, os servidores tinham contato direto com homens de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão e um dos sucessores de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto pela polícia em junho do ano passado.
Zinho é foragido da Justiça e hoje explora toda a Zona Oeste do Rio.
A investigação começou com apreensão de um telefone celular, realizada durante uma ação em 27 de abril de 2021, na casa de Francisco Anderson da Silva Costa, o Garça.
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Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal |
Na ação de um ano atrás, o miliciano conseguiu fugir, mas deixou o aparelho — com o qual a polícia obteve detalhes do grupo paramilitar.
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Francisco Anderson da Silva Costa, o Garça: miliciano tinha apoio de policiais |
Segundo o delegado Thiago Neves, as investigações começaram em abril do ano passado, depois da apreensão do celular de Francisco Anderson da Silva Costa, conhecido como Garça e um dos chefes do bando.
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Morte de Ecko agravou disputa entre milicianos; polícia investiga mortes - Foto: Reprodução/TV Globo |
Setores de inteligência acreditam que Garça tenha sido morto a mando de Ecko, em virtude de uma divergência na quadrilha. Ele tinha um mandado de prisão nesta sexta.
A ação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, da Corregedoria Interna da Polícia Militar e da Contrainteligência da polícia.
Vídeo Jornalístico
Fonte: G1/Folha de São Paulo/SBT
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