27 setembro 2023

Marmita de preso foi flagrada na PII de Venceslau, reduto da facção, com arroz, carne e 2 kg de cocaína

A mulher do prisioneiro, uma manicure de 39 anos, foi presa em flagrante sob a acusação de tráfico de drogas. O caso aconteceu em 25 de junho deste ano, mas só veio a público agora.

Josmar Jozino

Colunista do UOL

27/09/2023

Marmita com 2 kg de cocaína descoberta na Penitenciária II de Presidente Venceslau- Imagem: Reprodução
Policiais penais encontraram dois quilos de cocaína na marmita atribuída ao preso Antônio Cícero Almeida da Silva, 47, recolhido na Penitenciária II de Presidente Venceslau, um dos mais fortes redutos do PCC (Primeiro Comando da Capital) no estado de São Paulo.

A cocaína estava misturada ao arroz, carne e pimentão. O forte cheiro chamou a atenção dos agentes. A mulher do prisioneiro, uma manicure de 39 anos, foi presa em flagrante sob a acusação de tráfico de drogas. O caso aconteceu em 25 de junho deste ano, mas só veio a público agora.

A ré foi julgada ontem, mas até o início da noite, a sentença não tinha sido anunciada. A advogada dela, Elimaira Sgotti, disse que a cliente é inocente.

Era um domingo. A manicure tinha ido visitar o marido. Um policial penal revistou o "jumbo" (sacola com mantimentos) que a mulher levava para o presidiário. O agente sentiu um odor diferente e suspeitou da existência da droga misturada à comida.

Ao ser indagada sobre a substância encontrada no pote de alimentos, a mulher alegou que aquela marmita não era dela e que ela tinha levado outras três. A manicure recebeu voz de prisão, foi conduzida à delegacia da cidade e posteriormente removida para a Cadeia Pública de Tupi Paulista.

Penitenciária Feminina de Tupi Paulista com capacidade para 714 presas, tem em suas instalações 621 custodiadas
O marido dela estava na cela 12 do Pavilhão 5 da P-2 de Venceslau,  aguardando a entrada da mulher. O preso foi comunicado sobre a prisão em flagrante da manicure e ficou inconformado. Antônio disse aos policiais penais que ela jamais cometeria um ato ilícito.

O preso afirmou aos agentes que sempre orientou a mulher a identificar os potes, garrafas de refrigerantes e outros objetos com o nome, a matrícula e o número da cela dele para evitar possíveis problemas. Antônio disse acreditar que a marmita atribuída à manicure foi trocada por outra pessoa, por má-fé.

Antônio acrescentou que jamais pediria para a mulher levar drogas para ele na prisão e observou que o circuito de câmeras de segurança da unidade poderia provar a inocência dela. A Justiça requisitou às imagens, no mês passado, mas o presídio informou que elas ficaram disponíveis só 15 dias.

Os fatos ocorreram na Pentienciária II "Maurício Henrique Guimarães Pereira" de Presidente Venceslau/SP

Julgamento

A advogada Elimaira Sgotti, defensora da manicure, disse acreditar que "infelizmente, na hora de entrada do jumbo, os recipientes foram trocados e quando a cliente ingressou na parte interna do presídio, ao passar pelo detector (equipamento de segurança), a droga foi encontrada."

A defensora afirmou que "a cliente visitava o marido por longo período e jamais se envolveu em alguma intercorrência. Elimaira Sgotti argumentou que a  manicure tem ocupação lícita e trabalha há anos na área de beleza com grande clientela."

A juíza Viviane Cristina Parizotto de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Presidente Venceslau, começou a julgar a presa às 14h30 de terça-feira (26). Foram ouvidas duas testemunhas de defesa e outras duas de acusação.

Até a publicação deste texto, a sentença ainda não havia sido anunciada pela magistrada. O texto será atualizado assim que a decisão for publicada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Fonte: UOL

0 comments:

Postar um comentário

Deixe seu comentário e obrigado pela sua colaboração.