Governo quer mudanças em processos disciplinares, e procuradores veem risco de perseguição política.
Artur Rodrigues
27.out.2023
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| Tarcísio de Freitas discursa em evento do governo estadual - 2.out.23/Divulgação Governo do Estado de São Paulo |
O órgão é chefiado por Wagner Rosário, que foi o titular da CGU (Controladoria Geral da União) no governo de Jair Bolsonaro (PL), onde ele trabalhou também com Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura.
A mudança foi incluída em uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) enviada à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) que permite a transferência de verba da educação para a saúde.
A prática de incluir assuntos não relacionados ao projeto original é conhecida como jabuti, um meio usado pelos governos como atalho para passar temas de seu interesse, o que é criticado pelos procuradores e pela oposição.
Os procuradores da PGE (Procuradoria-Geral do Estado), órgão que tem como principal função a advocacia do estado, têm se mobilizado para cobrar os deputados. Opositores, por sua vez, articulam uma emenda vetando a mudança.
A expectativa é que a discussão esquente nas próximas semanas, quando os deputados passarem, de fato, a debater o projeto.
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| Fabrizio Pieroni, presidente da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (APESP), pede retirada de trecho de PEC Foto: Divulgação/APESP |
Com a mudança, a Procuradoria manteria a competência apenas para realizar esses processos em relação aos seus próprios servidores.
Enquanto a gestão Tarcísio sustenta que quer trazer para São Paulo o modelo federal da CGU, procuradores da PGE temem pela independência das investigações.
"A transferência dessas responsabilidades para a Controladoria-Geral do Estado é preocupante, já que a PPD demonstrou excelência e imparcialidade ao longo dos anos, com uma taxa mínima de revisão judicial", afirma Fabrizio Pieroni, presidente da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo, por nota.
"A centralização das funções de fiscalização, acusação e julgamento na Controladoria pode comprometer essa imparcialidade do processo e abrir espaço até mesmo para perseguições políticas, o que é grave para a condução e lisura das defesas do estado", completa.
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| Wagner Rosário, ex-ministro de Bolsonaro e hoje no primeiro escalão de Tarcísio em SP - Pedro Ladeira - 27.jul.2021/Folhapress |
Segundo a gestão Tarcísio, com as mudanças, a CGE "passaria a exercer o papel de órgão central do sistema, realizando a governança de corregedorias setoriais que serão implementadas e emitindo normas que unifiquem os procedimentos adotados em âmbito estadual".
O governo também cita que órgãos como as polícias e a Receita Estadual já fazem os próprios procedimentos disciplinares, sem qualquer prejuízo. Além disso, a administração também exemplifica que outros estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais não possuem normas que obriguem que procuradores realizem os procedimentos.
Sobre a prática do jabuti, o governo justifica-se afirmando que "o encaminhamento de uma única PEC é meramente operacional, pois dá mais eficiência à análise ante a designação de um único relator para a peça".
Deputados de oposição têm articulado uma emenda para barrar a mudança por verem risco de politização de investigações.
"Ele [o governo] passa a ter o controle do processo administrativo. Em vez de ser uma política de estado, passa a ser uma política do governo de plantão", diz o deputado Reis, do PT, partido que articula a derrubada do jabuti.
A ideia é cortar de 30% para 25% a receita para a área no estado, o que significaria reduzir o orçamento em até R$ 9,6 bilhões, já no próximo ano de escolas da educação básica. O projeto estabelece que os 5% seriam empregados na Saúde, que, de acordo com o governo, tem elevado os seus gastos ano a ano.
A gestão deve cobrar a base aliada para votar em bloco no projeto, que é uma das prioridades deste ano de Tarcísio.
Depois de uma série de dificuldades com a própria base aliada na Alesp, o governador decidiu liberar emendas voluntárias para atender os deputados estaduais, assim como faziam seus antecessores.
Até agora, 78 dos 94 deputados fizeram pedidos ao governo, em um montante de R$ 266,3 milhões. Apenas 4 membros da Assembleia, porém, do Republicanos e do Podemos, já tiveram suas demandas totalmente pagas –uma soma de R$ 12,4 milhões (4,7% do total). O restante está em processo de liberação.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo










Leandro ta nítido, não precisa nem de explicação, só não enxerga quem não quiser, agora ao funcionalismo publico, cuidado com redes sociais, se essa lei passar, muito cuidado, porque a exoneração e a demissão, estará um passo, logo ali
ResponderExcluirPara falar a realidade, não só as redes sociais, mas eles não irão aceitar qualquer critíca, ou palavras depreciativas a incompetêcia deles mesmo. Falou mal, olhou torto ou riu de um ato falho, se prepara que vem fumo. Se passar esta aberração, que fique bem claro, o silêncio vale ouro.
ExcluirDesde a gestão Doria que a autoridade administrativa não acolhe mais pareceres opinativos da Procuradoria, exarados no relatório final do processo disciplinar. Ou seja, já faz tempo que a apuração disciplinar não passa de um teatro (exemplo: os asp's de Iperó demitidos por participarem da greve). O relatório final concluiu pela pena de suspensão, porém o "coroné" jogou tudo na conta do poder discricionário e demitiu os servidores. Esse é só um caso, há dezenas de outros. Dito isso, muito cuidado. Se na portaria inaugural do seu processo houver qualquer possibilidade de demissão, pode fazer um pé de meia, estudar, se qualificar porque "vai chegar".
ResponderExcluirAh, e reverter demissão na justiça, salvo raríssimas exceções, é praticamente impossível.
Agora com esta proposta de lei, o governo Tarcísio já superou o Doria em maldades contra o servidor. E a SAP é o alvo principal deles, haja vista o olho grande em privatizar.
Pior, tem guarda fazendo trabalho de interpretes sem ganhar nada por isso, imagina, o preço de um trampo desse, é de 1300 a 1400 por dia, ai os caras vão lá e fazem de graça, será que a operação legalidade vai funcionar? que jeito que vai melhorar.
ResponderExcluirRaça mais desunida, cada um só pensa no seu nariz e nada mais, se contenta com migalhas ( dejep....trabalhar na Adm) agindo assim vai continuar fudido.
ExcluirO kardilho ta certo, todo castigo é pouco pra Corno kkk
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