Segundo versão dos policiais militares, a guarnição recebeu denúncia sobre um homem foragido da Justiça, ocupando uma picape Ford Ranger prata.
Josmar Jozino
Colunista do UOL
09/12/2023
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| Sandro dos Santos Olímpio, conhecido como "Cisão" - Imagem: Reprodução |
Não demorou muito e a equipe avistou o suspeito a bordo do veículo na avenida 23 de Maio, altura do número 2000. Os PMs fizeram a abordagem e nada de ilícito encontraram com o ocupante da picape.
O motorista, no entanto, estava com uma Carteira Nacional de Habilitação falsificada. Ele acabou revelando o nome verdadeiro: Sandro dos Santos Olímpio, 40. E confessou ser fugitivo.
Na realidade, Sandro, conhecido como Cisão, era monitorado por policiais militares e penais e também por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente, subordinado ao Ministério Público do Estado de São Paulo.
Segundo as investigações, Cisão é ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e substituiu Janeferson Aparecido Mariano Gomes, 48, o Nefo, na chamada "célula restrita" da facção criminosa, responsável pelo planejamento de atentados contra autoridades e agentes públicos.
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| Atualmente "Cisão" se encontra na P2 de Venceslau, onde está mais perto de "Nefo" segundo o Gaeco - Imagem: Arquivo |
Foi monitorando Nefo na prisão que o serviço de inteligência da SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) chegou à identificação de Cisão. Ainda segundo as autoridades, além de planejar atentado contra Sérgio Moro, a "célula restrita" tinha outra missão em Brasília.
Relatórios do MP-SP e da Polícia Federal, aos quais a coluna teve acesso, apontam que o PCC pesquisou endereços do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
As suspeitas são de que ambos seriam alvos de ataques da facção. A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Janeferson e de Sandro. O espaço continua aberto para manifestações.
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| Aproveitando-se da saida temporária do CPP de Valparaíso, "Cisão" não retornou e ficou nas ruas cometendo crimes segundo as investigações - Imagem: Arquivo |
Saidinha temporária
Segundo documento do Gaeco de Presidente Prudente, Cisão foi preso em 14 de agosto de 2003 em Jandira (SP), por homicídio, e acabou condenado a 14 anos. Em 4 de janeiro de 2008, ele deixou a Penitenciária 2 de Lavínia, beneficiado por habeas corpus.
Em 14 de março de 2010 voltou a ser preso sob a acusação de ter feito escolta armada de um ônibus com familiares de prisioneiros da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Em 15 de outubro do mesmo ano saiu da Penitenciária de Mirandópolis, dessa vez por absolvição criminal.
No dia 29 de dezembro de 2015, o criminoso foi detido em Praia Grande, na Baixada Santista. Ele estava em um veículo e foi flagrado com uma pistola Glock calibre 380, drogas e documento falso. Cisão à época - diz o Gaeco - atuava em outra célula do PCC.
O criminoso ficou preso até 2 de janeiro de 2020, quando foi beneficiado com a saída temporária de Natal e Ano Novo. Cisão saiu pela porta da frente do CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Valparaíso e não voltou. Atualmente se encontra na P2 de Venceslau. Está mais perto de Nefo.
Fonte: UOL









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