MP e Susepe deflagaram ação na manhã desta sexta-feira para combater a entrada de drogas e investigar corrupção passiva e ativa de servidores na Unidade Prisional.
03/12/2023
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS) realiza nesta sexta-feira (1º), uma operação no Presídio Regional de Pelotas (PRP), de combate à entrada de materiais ilícitos e conta com o apoio operacional da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Suspe).
Presídio de Pelotas sofre Intervenção com a Operação "Caixa Forte", no Rio Grande do Sul - Imagem: MPSR
Após investigação de três meses do 10ª Núcleo Regional do Gaeco – Sul, foi comprovado que houve o ingresso de telefones, a prática de tráfico de drogas e, ainda, corrupção de agentes públicos na casa prisional. O esquema seria controlado por uma organização criminosa que tem base no município. Participam da revista geral 22 integrantes do MPRS e 126 policiais penais.
O subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luciano Vaccaro, destaca que "é muito preocupante a união entre uma organização criminosa, que tem vários de seus integrantes presos, com agentes públicos que deveriam zelar pela correta execução da pena a eles aplicada. No entanto, agem em sentido contrário, corrompendo-se e facilitando o ingresso de celulares e drogas na casa prisional. O MPRS está atento a esta situação e, com o apoio da Susepe, deflagrou a operação para coibir tais condutas e responsabilizar os envolvidos".
O promotor de Justiça André Dal Molin, coordenador do Gaeco, diz que “o grupo tem como uma das metas investigar a entrada criminosa de drogas, dinheiro e aparelhos celulares no sistema prisional, razão pela qual vai continuar em operações similares para coibir a corrupção em estabelecimentos penais”.
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| A intervenção tem como meta inicial 26 alvos específicos entre apenados - Foto: MPRS / Divulgação |
Outras ações na Casa Prisional
O promotor Rogério Meirelles Caldas ainda diz que a revista geral ocorrida nesta sexta-feira é a terceira ação na casa prisional nos últimos meses. Em maio deste ano, em outra operação do MPRS no local, foram apreendidos 73 celulares, 6,7 quilos de maconha e 2,1 quilos de cocaína, entre outros materiais. Já em setembro, em uma revista geral no presídio, foram localizados 20 telefones, cinco carregadores e também drogas: 2,9 quilos de cocaína e quase meio quilo de maconha. O presídio tem atualmente 789 apenados.
O promotor de justiça Rogério Meirelles Caldas destaca também que os detentos movimentaram milhões de reais com o tráfico. "A ação visou desmantelar o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e a corrupção ativa e passiva dentro do presídio. Encontramos um livro caixa e verificamos que, de dentro da penitenciária, eles movimentam valores na casa de milhões", afirmou.
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| Pelotas é a terceira cidade com maior população no estado do Rio Grande do Sul - Imagem: |
Apreensões de drogas no Presídio, e em Pelotas
Em 2022, foram apreendidos 69,3 quilos de maconha dentro do presídio e, em 2023, até a presente data, 11,1 quilos. Em relação à cocaína, foram 12,6 quilos em 2022 e outros 7,3 quilos em 2023, até os dias atuais. Esses números são relativos a ações da SUSEPE dentro da casa prisional. Em comparação aos dados em todo o município, conforme ações da Brigada Militar (BM), há mais apreensões de cocaína dentro do presídio do que na cidade. A BM localizou 3,1 quilos da droga em 2022 e outros 7,1 em 2023, até o momento.
Sobre maconha, também houve mais apreensão na casa prisional em 2022 do que em toda a cidade, quando a BM recolheu 9,3 quilos. Em 2023, até hoje, as apreensões na cidade — um total de 37, 4 quilos — ultrapassaram o total dentro do presídio. Para o promotor Rogério Meirelles Caldas, a operação tem o intuito de buscar mais provas para comprovar a forma como esses produtos ingressaram no Presídio Regional de Pelotas: "esse objetivo é importante porque, por exemplo, diminuiu o lançamento de drones com materiais ilícitos para a casa prisional, além dos arremessos ou tentativas de arremessos. Neste último caso, caiu de 244 em 2022 para apenas quatro neste ano".
Fonte: Diário Popular








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