19 dezembro 2023

Presa denuncia agente por estupro na Penitenciária de Tupi Paulista/SP: ‘pedido de socorro’

Caso teria ocorrido em novembro na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, segundo carta escrita por detenta. Agente investigado pelo abuso foi transferido.

Kaique Dalapola e Catarina Duarte

19/12/2023 

A Penitenciária feminina de Tupi Paulista tem capacidade para  714 detentas, mas conta
atualmente com uma  população carcerária de 651 custodiadas - Imagem: Google Maps
Uma detenta da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, no interior de São Paulo, denunciou ter sido estuprada por um agente penitenciário da unidade. O caso teria ocorrido no dia 9 de novembro e foi relatado por ela em uma carta. Segundo a Secretaria da Administração Prisional (SAP), o servidor foi transferido da unidade “para não atrapalhar as investigações”. 

Na carta, a detenta narrou ter sido vítima de assédio sexual e abuso. Ela disse ter relatado o caso como “pedido de socorro e justiça”. 

“O funcionário de Tupi Paulista me estuprou sem qualquer consentimento meu, inclusive não usou preservativos, colocando em risco a minha saúde e até mesmo provocar uma gravidez”, escreveu a detenta.

Ela conta que trabalhou em diferentes funções na unidade prisional. Recentemente foi colocada na cozinha da unidade por um período de 20 dias e depois realocada para a função de faxina da inclusão. “Foi onde conheci esse monstro que acabou com a minha dignidade, me violou, me envergonhou, e desde então tenho crises, constantemente choro, tenho pesadelos e até pensei em suicídio”, relata na carta escrita à mão.

O documento foi entregue à irmã da presa na última terça-feira passada (10/12) em uma visita. A Ponte conversou com a mulher e por segurança não vai identificá-la no texto. Segundo ela, a detenta está há oito meses na unidade. 

Presa denuncia estupro em prisão de São Paulo - Foto: Arquivo pessoal
“Me sinto destruída, derrotada e humilhada com ela”, conta a irmã. Ela diz que a presa está muito abalada com a situação e tem tomado remédios para conseguir dormir. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher, em Penápolis, na sexta-feira (15/12).

Outra presa também teria denunciado ter sido estuprada pelo mesmo agente. Segundo a irmã da primeira denunciante, durante a visita que fez, várias detentas relataram situações de assédio envolvendo o funcionário. 

Questionada pela Ponte, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, comandada pelo coronel Marcello Streifinger, diz que “o agente foi transferido para outra unidade, masculina, para não atrapalhar as investigações”. A secretaria informou ainda que registrou boletim de ocorrência sobre o ocorrido no dia 8 de novembro e que as agressões ocorreram contra duas detentas.

A secretaria afirma que apura paralelamente à investigação da Polícia Civil e “caso seja comprovada a culpa, o agente está sujeito às penalidades previstas na legislação, seja a demissão a bem do serviço público na esfera administrativa e prisão na esfera criminal”.

Penitenciária Feminina de Tupi Paulista - São Paulo

Veja nota da SAP na íntegra

“A Secretaria da Administração Penitenciária esclarece que a própria Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, ao tomar conhecimento das denúncias, registrou Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Tupi Paulista no dia 8 de dezembro, uma semana antes do registro do BO da visitante, e abriu uma apuração preliminar em desfavor do funcionário que teria supostamente cometido o crime.

As agressões sexuais teriam ocorrido contra duas reeducandas da Penitenciária Feminina. O agente foi transferido para outra unidade, masculina, para não atrapalhar as investigações. A apuração em andamento segue em paralelamente ao inquérito criminal e, caso seja comprovada a culpa, o agente está sujeito às penalidades previstas na legislação, seja a demissão a bem do serviço público na esfera administrativa e prisão na esfera criminal.

A Pasta está continuamente divulgando entre seus servidores o combate ao assédio, tanto sexual quanto moral, e possui canais para recebimento de denúncias como a Ouvidoria e a Corregedoria, ambos disponíveis no site da Secretaria: www.sap.sp.gov.br“

Fonte: PONTE.ORG

15 comentários:

  1. Boa iniciativa da SAP.
    A Secretaria deveria ter a mesma atitude, quando acontecer assédio moral e sexual contra servidores da pasta, vindo de superiores.

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    1. Guarda Juju pipocou.,.... priiii piiiiiii piiiii priiii piiiiiii piiiii priiii piiiiiii

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    2. O assédio moral na SAP sempre foi permitido e intensamente praticado pelos diretores. Agora que teremos um regime próximo ao militar, infelizmente, o assédio moral tende a aumentar.

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  2. Agente Masculino na Inclusão de uma feminina? Quem autorizou isso tbm deveria responder.

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    1. Me parece que isso também acontece em Tremembé. Agente masculino trabalhando no Raio de Penitenciária feminina.
      Acontece de tudo nessa Secretaria.

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  3. O tal do diéqui é como câncer, difícil de extirpar e surge em todos os lugares. Pior tipo de criminoso, doentes mentais incuráveis, só zerando mesmo.

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  4. Nas unidades feminina todos os serviços que as asps podem passar para os asps ,elas passam , por isso da margem para essas situações! Nas masculinas as asps não põe o pé na carceragem , nas femininas as delegam tudo o que podem para os asps!

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    1. Mas aí o funcionário não está se precavendo. Vai do funcionário não aceitar esse tipo de situação.

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  5. Pior que os fatos da denúncia, é culpar e sentenciar o servidor sem qualquer conhecimento e prova sobre o fato. Se for culpado realmente, ele que se foda. Todavia, já imaginou se todo guarda denunciado por qq coisa fosse sumariamente condenado, inclusive pelos próprios companheiros de trabalho? Devemos ter cuidado com as afirmações. Filtrar as coisas. A denúncia veio de uma presa. Uma marginal da sociedade, contra um servidor público com uma conduta ilibada, até que SE PROVE O CONTRÁRIO....

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    1. Não informaram para qual unidade o funcionário levou bonde, dependendo pra onde foi ele já começou sendo punido. E pelo que diz a carta ela foi estuprada às 12:30, numa cadeia lotada de gente. Ela não pensou em gritar por socorro?

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    2. Não costumo execrar, todavia há outras denúncias contra o mesmo, e as condenadas sabem da gravidade da denunciação caluniosa, podem tomar uma invertida. As investigações preliminares apontam fortes indícios de que os fatos ocorreram. Resta saber se elas fizeram casinha para o funcionário, ou seja, se houve consentimento. Mesmo nesta hipótese, está errado.

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  6. Eu já passei em várias unidades masculinas e em duas delas teve casos de funcionárias se envolvendo com presos.

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    1. Eu trabalhei apenas em uma Unidade Prisional a vida toda e nesta U.P., infelizmente ao longos destes 30 anos vi e presenciei não uma, mas varias delas se envolvendo com matriculas, e com diferentes cargos, psicologa, assistente do DG, auxiliar de serviços que era uma função que tinha na época, Asps femininas e até mesmo uma Diretora de Reabilitação. Teve uma Asp inclusive que além de levar um deles para morar com ela, era reincidente, adorava uma roupa caqui, foram vários os presos com quem esta pessoa se envolveu anteriormente.

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