03 janeiro 2024

Policial penal é agredido em Getulina; quadro de servidores precarizado coloca em risco à vida de todos

A Penitenciária de Getulina foi palco de uma agressão a um Policial Penal, no dia 22/12, a agressão aconteceu no “gaiolão” que dá acesso aos quatro pavilhões habitacionais.

Da Redação: SIFUSPESP

Publicado: 03 Janeiro 2024

A Penitenciária "Osiris Souza e Silva" de Getulina tem capacidade para 857, mas tem a custódia de
uma população carcerária de 1.261, ou seja, 30% acima de sua capacidade
Segundo relato dos servidores, o sentenciado voltava de um atendimento na enfermaria quando agrediu o Policial Penal que estava nesse posto. O preso foi contido pelo servidor  e dominado com a chegada de mais Policiais. No dia de hoje (03/01) o mesmo Policial Penal foi agredido no mesmo posto de trabalho.

Ainda segundo relatos de servidores da unidade, esse posto normalmente é mantido por apenas um Policial Penal que fica desprotegido e em contato direto com a população.

Todos os deslocamentos da unidade passam pelo “gaiolão”, ou seja, temos a movimentação de centenas de sentenciados ao dia a cargo de apenas um Policial exposto e sem proteção.

Os Policiais Penais da unidade relatam que há anos solicitam a automação das portas de acesso aos raios e a instalação de proteções para o Policial Penal.

 O SIFUSPESP entrou em contato com a Coordenadoria da região Noroeste solicitando que sejam adotadas com urgência as medidas de segurança reivindicadas pelos trabalhadores para que agressões deste tipo não se repitam.

A Unidade Prisional de Getulina foi inaugurada no ano de 1998, assim como várias outras no estado
de São Paulo, tem o modelo em X, é uma U.P., bem segura, mas tem que haver manutencão permanente

Redução de efetivo coloca em risco a vida dos Policiais Penais

A gravíssima redução de efetivo que vem ocorrendo na SAP tem se refletido na redução da segurança visto que o acúmulo de postos de trabalho, assim como a redução do número de trabalhadores por posto impacta negativamente a segurança. Neste final de ano tivemos uma série de incidentes disciplinares graves que, ao contrário do que afirmou o Sr.Marcelo Streifinger, Secretário da SAP na ALESP, não são normais.

Junto com a falta de efetivo, as péssimas condições de trabalho e a falta de itens essenciais para os sentenciados têm tornado cada vez mais perigosa a atuação dos Policiais Penais.

Enquanto isso, a SAP pretende contratar após a regulamentação da Polícia Penal apenas mil e cem homens que não repõem nem mesmo as aposentadorias, falecimentos e exonerações do primeiro semestre do ano de 2023.

A Penitenciária Ozias Lúcio dos Santos" de Pacaembu foi inaugurada em 1998, durante
a expansão penitenciária iniciada no governo Fleury Filho no estado de São Paulo

Motim em Pacaembu no último dia de 2023

O último dia do ano foi marcado por tensão na Penitenciária de Pacaembu, quatro sentenciados se recusaram a voltar às suas celas após o encerramento das visitas no domingo 31/12.

Os presos se armaram com espetos de cabo de vassoura e amarraram a porta da gaiola para impedir a entrada dos policiais penais no pavilhão habitacional.

Os amotinados foram contidos pela rápida atuação da célula do CIR da unidade, felizmente nenhum Policial Penal se feriu durante a ação.

Governo já foi avisado que a situação do sistema prisional está ficando insustentável

Durante o último ano tanto a SAP quanto o governo Tarcísio foram alertados de que devido a falta de pessoal, péssimas condições de trabalho e falta de itens essenciais para a população carcerária, o sistema prisional paulista se encontra a beira do caos.

O SIFUSPESP sempre deixou claro, tanto para a administração da SAP, que as falhas cometidas pela atual administração estão colocando em risco a estabilidade do sistema prisional paulista, ameaçando a vida dos policiais penais e a segurança da sociedade.

A Penitenciária de Pacaembu também que também é em modelo em X, tem capacidade para 
873 condenados, mas mantém atualmente a custódia de uma população de 1.490 presos
Porém apesar de termos apresentado um diagnóstico do sistema prisional apresentando seus principais problemas e soluções através do Raio X do Sistema Prisional , o governo decidiu descartar todo o trabalho elaborado com a ajuda de especialistas e funcionários com ampla experiência nas unidades prisionais paulistas.

A SAP não foi ao menos citada no planejamento estratégico do governo do estado, fato que demonstra o desconhecimento sobre os riscos que podem advir de uma má gestão do maior sistema prisional da América Latina e berço do PCC, uma das organizações criminosas de maior periculosidade do mundo.

Cabe lembrar ao governo que a falta de condições mínimas e o sucateamento da estrutura penitenciária do estado levaram ao surgimento da facção.

Hoje vemos que o governo Tarcísio vem cometendo os mesmos erros do governo do PSDB, não ouvindo os alertas dados pelo sindicato sobre a elevação da tensão e dos riscos nas unidades prisionais.

Esperamos que o Governo acorde antes que o descaso para com o sistema prisional paulista novamente se transforme em tragédia como ocorreu em 2006.

Fonte: SIFUSPESP

Contraponto: 

Venha nos conhecer Sr. Marcello Streifinger

Venha conhecer o interior de São Paulo Sr. Marcello Streifinger, venha conversar com seus
subordinados e passar uma mensagem de esperança verdadeira para eles, venha ver onde eles traballham
Eu particularmente estive três vezes na Penitenciária de Getulina, em duas delas adentrei a U.P, porém na última vez, pelo fato de estarmos em plena Pandemia e com muita pressa não a adentramos. 

Mas nas duas vezes anteriores, descemos a galeria e fomos parar no "Gaiolão", e nestas duas ocasiões tinha um bom número de servidores ali postados. seis ou oito, fazendo a movimentação e acompanhamento de saida e entrada de presos para atendimentos e retorno destes para os raios.

Mas foi nos anos de 2017 e 2018, então atualmente deve estar, assim como todo o Sistema Prisional do Estado de São Paulo, com precarização de servidores, dado ao elevado número de pedidos de aposentadorias e a não reposição de servidores por parte do Estado, na verdade as contratações não têm acompanhado as exonerações, falecimentos e aposentadorias.

Isso somado aos péssimos salários, classificados como um dos piores de todo o Brasil, no estado mais rico da União, o alto custo de deslocamento para o trabalho, a superação individual de cada servidor de ter que trabalhar por dois ou três servidores, forma-se um quadro degradante de trabalho, que os Administradores não têm sequer a coragem de fazer algumas visitas periódicas nas Coordenadorias, e não estou dizendo os Coordenadores, mas os Administradores da SAP, lá da Capital. 

Pega um helicóptero que o estado tem a granel, e saia, faça visitas as Unidades Prisionais, conversem com os servidores para saber como estão as Unidades Prisionais, não adianta perguntar ao Coordenador ou ao Diretor da Unidade, eles sempre irão amenizar e colorir a situação, fazendo um quadro distorcido da realidade. Tem que ir no chão da fábrica e falar com o operário. 

Lembro-me que em duas ocasiões o Sr, Nagashi Furukawa, desceu de helicóptero no campo de futebol do IPA de Bauru, foi até a sala do DG, conversou com ele e posteriormente apenas acompanhado de seus seguranças adentrou a U.P e foi falar com os guardas, com os portadores das chaves e dos apitos, saber como estava a U.P, sem DG ou Disciplina por perto, o Dr. Lourival Gomes por duas ou três vezs fez a mesma coisa, porém chegava de automóvel, mas jamais deixou de ir cumprimentar e sabatinar pessoalmente seus subordinados, e ele assim como nós era também um Asp. 

Já o Sr. Nagashi era um Juíz de Direito, nem por isso deixou de fazer sua obrigação e saber como se encontrava a situação dos trabalhadores onde esteve presente. 

Então nada obsta o Sr. Streifinger dar um giro pelo interior e também saber diretamente da boca de seus subordinados o que está acontecendo nas U.Ps. Talves ele faça um consideração diferente do que têm sido levado até o seu conhecimento, pois nada tira a verdade que os olhos vêm, em comparação com palavras ditas ou escritas.

4 comentários:

  1. Enquanto a escolha de lideres nas unidades prisionais, forem feitas pelo agrado e pela pelegagem e não pela competência, continuara havendo esse fatos diuturnamente, é inevitável, postos da carceragem com um agente, enquanto setores administrativos com 2 ou muito mais, ja ouvi diretor dizendo que quem quiser alguma coisa, venha para o administrativo, estou falando de diretor geral, então imagina se um cara desse tem preparo para ser algo, outros que assumem o cargo mais quem manda não são eles, apenas marionete, e se sentem importantes, só se for para o uso do ego, infelizmente éssa é a triste realidade do sistema, cargos de amizade que destroem profissionais, depois não adiante ficar perseguindo aqueles que se afastam, ai ja tarde.

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  2. Falta de funcionários é normal dentro dessa secretaria, estão esperando acontecer uma tragédia para levar as coisas mais a sério

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  3. Tive a oportunidade de trabalhar com o atual DG de Getulina, que nunca tinha assumido cargo algum ate entao. Depois virou supervisor e, por mérito, chegou aonde está. Baita cara humilde, honesto e trabalhador pra caramba. Infelizmente, a culpa dessa merda toda é do estado, que não dá a menor condição para o guarda trabalhar. Nem material físico, nem material humano. Estamos a mercê do descaso. Impotentes. Nunca vi tal situação. Precisamos juntar 2 plantões pra ter mais funcionários do que presos de 1 cela apenas e, assim, fazer uma revista. Que fase.

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    1. Bom dia, a culpa não é dele em momento algum, mas do próprio descaso do Estado. Não chega com nada, com servidores, com verbas para as melhorias, com materiais de trabalho e a burocracia faz muita coisa se perder no caminho também. Todo o Sistema está praticamente falido. Não existe uma preocupação até o momento com nada, pois os guardas e todos os funcionários estão fazendo o Sistema girar mesmo com toda esta precarização.

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