Operação realizada pelo Ministério Público do Espírito Santo investiga casos de detentos que pagaram até R$ 8 mil para ter uma vaga de trabalho na cozinha de penitenciária em Viana, na Grande Vitória.
Por g1 ES
09/02/2024
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Operação do MPES apura venda de benefícios em penitenciária de Viana, no Espírito Santo - Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo |
De acordo com o Ministério Público, a Operação "Philia" apura um esquema de "venda de camisas", postos de trabalho concentrado em duas galerias da Penitenciária de Segurança Máxima 1 (PSMA-I).
Também foi expedido um mandado de prisão contra um interno da penitenciária. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Viana e o caso tramita em segredo de Justiça.
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Subportaria do Presídio de Segurança Máxima de Viana, na Grande Vitória - Imagem: Divulgação/Sejus |
O plano envolvia a solicitação e recebimento de vantagens indevidas para favorecer reeducandos da penitenciária, além de liberações anormais de ligações e visitas assistidas e íntimas a diversos presos de duas galerias.
As apurações tiveram início após um preso declarar que pagou, por intermédio de familiares, a quantia de R$ 8 mil para ter acesso a uma vaga de trabalho na cozinha. O esquema fraudulento também foi confirmado por mais de 30 internos, em uma sindicância instaurada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para apurar os fatos.
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Foram cumpridos 3 mandados de prisão preventiva em face de dois servidores públicos e de uma advogada. Também foi expedido mandado de prisão em face de um interno da PSMA-I Imagem: MPES |
A venda de benefícios também ocorria em meio a ameaças ou através de retaliações ou imposição de sanções disciplinares infundadas. Uma advogada e esposa de um dos presos também ajudava a coletar os valores pagos pelos internos.
Quem são os envolvidos:
*Rafael Lopes Cavalcanti Ribeiro – ex-diretor adjunto da Penitenciária de Segurança Máxima I, foi apontado como um dos mentores do esquema e responsável por sua ampliação na unidade. Foi levado para a Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana. Conhecido como "Bombadão" ou "Thor".
*Leonardo Pessigatt Rodrigues – detento conhecido como “Leo Pescoço”, passou por várias unidades e estava na Máxima I quando os fatos ocorreram. Era quem fazia a negociação dos benefícios com os demais presos. Lançava mão dos contatos do pai e da advogada para receber o pagamento dos presos por intermédio de seus familiares. Está detido na Penitenciária Estadual de Vila Velha I, em Xuri.
*Jairo Gonçalves Rodrigues – aposentado, se apresentava como assessor parlamentar, é pai do detento Leonardo. Na decisão judicial, relata que ele chegava a ter acesso à parte administrativa do presídio.
*Mariana de Sousa Loyola Belmont – advogada, é casada com um outro preso. Seu marido chegou a ser incluído no projeto para garantir os benefícios, mas não conseguiu fazer o pagamento exigido. Foi encaminhada para o Centro Prisional Feminino de Cariacica.
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Veículo apreendido na Operação “Philia”, do MPES - Imagem: MPES |
O servidor investigado foi nomeado como diretor-adjunto da unidade prisional em abril de 2021 e exonerado do cargo em dezembro de 2022. Atualmente, exercia funções como policial penal na área de escola prisional. O g1 tenta contato com as defesas dos envolvidos.
Fonte: G1
Será que isso só acontece no Espírito Santo?
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