Fuga em Mossoró joga luz sobre segurança de presídio de SP, terror do PCC, e chamada por eles de cemitério dos vivos.
Josmar Jozino
Colunista do UOL
17/02/2024
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Centro de Readaptação Penitenciária "Dr. José Ismael Pedrosa" de Presidente Bernardes com capacidade para 145 presos, mas que tem atualmente uma população carcerária de 17 reclusos - Fonte:SAP/SP |
Foi a primeira fuga da história registrada em uma das cinco penitenciárias federais construídas no mesmo modelo no país e administradas pelo governo federal. As outras ficam em Campo Grande (MS); Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).
O CRP foi inaugurado em 2 de abril de 2002 na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) e já abrigou toda a liderança do PCC; o chefe máximo do CV, além de guerrilheiros e sequestradores. Até hoje, o presídio não registrou uma fuga, segundo a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária).Já ficaram recolhidos na unidade por diversas vezes Marco Willians Herbas Camacho, 56, o Marcola, tido como o número 1 do PCC; José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roriz Silva, o Cesinha, ambos fundadores da maior facção criminosa do País.![]() |
Toda os membros da alta cúpula, bem como todos os mesbros da sintonia final já passaram por suas dependências e ali estiveram confinados |
Também passaram por lá outros dois líderes da organização: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca. Os dois criminosos foram mortos a tiros em fevereiro de 2018, quando estavam em liberdade, na região metropolitana de Fortaleza (CE).
Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, apontado como chefão do Comando Vermelho do Rio de Janeiro, ficou "hospedado" no CRP de Bernardes. Ele deu entrada na unidade em 27 de fevereiro de 2003 e chegou sob forte escolta policial.
Ficaram trancafiados ainda no CRP o chileno Maurício Hernandez Norambuena, um dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto. O preso era guerrilheiro e comandante da organização político-militar Frente Patriótica Manoel Rodriguez.
Cemitério dos vivos
Para os líderes do PCC, ficar no CRP de Bernardes é como ser enterrado vivo. O governo paulista gastou R$ 8 milhões na construção. O presídio foi feito para abrigar chefes de facções criminosas e autores de faltas graves no sistema prisional.
Sob o piso de concreto das celas há chapas de aço para impedir a escavação de túnel. As janelas têm grades de ferro maciço. Sobre as muralhas existem arames farpados e as guaritas de concreto e vidro são à prova de bala. No pátio tem um cabo de aço para evitar pousos de helicópteros. Também foram instalados bloqueadores de telefone celular.
Os presos ficam trancados na cela durante 22 horas e saem apenas duas horas para o banho de sol em grupo restrito. A visita íntima é proibida. A social acontece uma vez por semana num parlatório blindado. Presos e familiares não têm contato.
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Imagem externa do CRP de Presidente Bernardes, também chamado de RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em Presidente Bernardes - Foto: - Stephanie Fonseca/G1 |
O CRP tem capacidade para 160 prisioneiros. Apesar de toda essa segurança na unidade, o governo paulista decidiu remover todos os líderes do PCC para presídios federais, que até a última quarta-feira, quando dois presos escaparam de Mossoró, eram considerados modelos de segurança máxima.
Advogados de líderes do PCC recolhidos em unidades federais travam batalhas na Justiça para tentar a remoção dos clientes para o estado de origem. Na avaliação dos defensores, o CRP de Bernardes oferece todas as condições de segurança para abrigar esses presidiários.
Fonte: UOL
Contraponto:
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Penitenciária de Paraguaçu Paulista, Sistema em Espinha de Peixe, situada na região Oeste do estado e no meio do nada - Imagem: Google Earth |
Sem o reconhecimento profissional, muitas vezes desrespeitados diuturnamente em seus direitos previstos em Leis e Estatuto, por Dgs insignificantes e destituidos de capacidade moral e administrativa sequer para dirigir uma carroça vazia (claro que não podemos generalizar, a maioria é capacitada, mas presos a entraves burocráticos).
Sem salários dignos, endividados e escravizados à empréstimos consignados, e o pior de tudo, mesmo sendo aprovada a Emenda 104/19 que os inseriu no artigo 144 da Constituição Federal os Agentes Penitenciários como membros da Segurança Pública, criando uma nova Força Policial no Brasil, a Polícia Penal, e que sequer podemos ser chamados de Policiais Penais, pois nestas plagas não existe até a data atual a Regulamentação da Polícia Penal do Estado de São Paulo.
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Penitenciária de Martinópolis Sistema em X, próxima a Presidente Prudente e também situada no meio do nada, estes são só dois exemplos do que passa os servidores - Imagem: Google Earth |
Como se estes não tivessem compromissos de aluguéis, prestações, manutenção de seus lares, sustento dos filhos e pagamentos de escolas e tudo o mais que implica na formação de uma família, bem como as despesas de transporte que não são fornecidas para se locomoverem para as Unidades Prisionais.
Unidades estas geralmente localizadas em áreas rurais ou ermas, longe das áreas urbanas, correndo riscos em acidentes em estradas precárias, com muitos acidentes e mortes ocorridas dentro do Corpo de Servidores, sem asfalto e esburacadas, e inclusive pagando também muitas vezes altas tarifas de pedágios para poderem chegar até as U.Ps, e desempenharem suas funções com zelo e profissionalismo.
Fora estas U.Ps fechadas, temos ainda 16 CPPs (Centros de Progressão Penitenciária) com milhares e milhares de presos, 22 Crs (Centros de Ressocialização), 01 Unidade de RDD ou CRP, e 03 Hospitais Penitenciários, totalizando 182 Unidades Prisionais com mais de 199.603 presos na data de hoje segundo a SAP.
Um exemplo marcante desta impossibilidade de fuga foi visto, também no ano de 2018, quando houve uma gigantesca rebelião na Penitenciária de Lucélia, com a tomada de refém de 03 Defensores Públicos e consequente destruição e incêndio das áreas internas dos raios e de alguns pavilhões, mas que não houve sequer uma só fuga, dado a existência de uma enorme linha de tiro de que em alguns locais pode chegar a quase 50 metros, sempre limpas e conservada e a gigantesca muralha com presença permanente de agentes armados.
E, já há muitos anos não temos fugas nas Unidades Prisionais de Regime Fechado, apenas em CRs (Centros de Ressocialização) e CPPs (Centro de Progressão Penitenciária), que são considerados "Evasões" quando o preso foge da própria Unidade, ou "Abandono" quando é do local do trabalho externo, Serviços de Saúde, de Escola ou Faculdades, locais estes onde os presos são promovidos pela Progressão Penal prevista na LEP ( Lei de Execuções Penais).
E estes Regimes são considerado um Sistema Prisional bem mais brando, onde a prisão está muito mais na consciência do preso, ali chamado de "Reeducando", e que com autorização das VECs (Varas de Execuções Criminais), os mesmos serem inclusive autorizados a sairem para trabalhar na área externa das Unidades em empresas privadas, bem como serem matriculados em Cursos Universitários nas cidades onde se localizam as UPs.
A materia acima, da última fuga ocorrida em uma Penitenciária no Estado de São Paulo, pode ser lida neste Blog, clicando neste link:
https://leandroleandro2018.blogspot.com/2018/02/detento-da-pi-de-pirajui-foge-na-calada_27.html
Você ainda acredita no que esses políticos falam? Tanta mentira até agora, e ainda não aprenderam.
ResponderExcluirRealmente o Estado de São Paulo tem um sistema penitenciário respeitável... Mas não só pelas suas dimensões físicas, mas acima de tudo por estar formada pela elite dos Policiais Penais do Brasil.
ResponderExcluirApito
ResponderExcluirSem
Parar.
Entendeu??