06 abril 2024

Inaceitável: MP denuncia bombeiro inativo que matou policial penal por não aceitar que ele era negro em MG

O documento da promotoria aponta que o homem, Naire Assis Ribeiro, de 62 anos, teria cometido o crime contra o policial penal por preconceito e não após uma discussão como era dito anteriormente.

Por Zu Moreira, Rodrigo Salgado, g1 Minas — Belo Horizonte

06/04/2024

O polícial penal segundo afirmou o representante do Ministério Público foi assassinado não
por discussão ou briga, mas unicamente pela cor de sua pele que ofendeu seu agressor - Imagem: Reprodução
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou à Justiça o bombeiro militar aposentado Naire Assis Ribeiro por preconceito racial e pelo homicídio do policial penal Wallysson Alves dos Santos Guedes. Ele foi morto em um bar no bairro Santa Tereza, Zona Leste de Belo Horizonte, em 26 de fevereiro.

A instituição ouviu oito testemunhas e concluiu que o crime foi motivado por intolerância racial. A denúncia diz que o bombeiro ficou inconformado com o fato de a vítima estar armada e ter se identificado como policial, sendo negro.

O MPMG teve acesso aos chamados que o bombeiro fez à polícia, em que solicitava o empenho de militares pois havia um "negro", um "haitiano" se identificando como policial (leia a conversa abaixo).

Transcrição do chamado, obtido pela Polícia Civil e que embasou a denúncia do Ministério Público - Imagem: Reprodução
Como a PM não se deslocou até o local, o bombeiro, também armado, voltou ao bar e atirou várias vezes contra o policial -- motivo que o MP apontou como "recurso que dificultou a defesa da vítima". A denúncia ainda citou que o suspeito colocou os outros frequentadores do bar em risco.

A Justiça aceitou a denúncia, feita pelo Ministério Público de Minas Gerais, contra o bombeiro militar reformado Naire Assis Ribeiro, acusado de matar o policial penal Wallysson Alves dos Santos Guedes em 26 de fevereiro deste ano, no bairro Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte. A pena por homicídio é de 12 a 30 anos, enquanto a de preconceito racial é de um a três anos e multa.

Em sua decisão, o juiz de direito Bruno Sena Carmona, do Tribunal do Júri - 1° Sumariante da comarca de Belo Horizonte, entendeu que os requisitos do artigo 41 do Código de Processo Penal (CPP) estavam presentes. Determinou ainda que o acusado apresente sua resposta em 10 dias.

A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e não teve retorno até o momento. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Naire Assis Ribeiro.

Matéria jornalística

Fonte: G1

Vídeo: JORNAL BAND MINAS

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